Capítulo 03

1078 Palavras
Decidi dar uma passada na frente da casa do prefeito, o jardim estava cheio de fotógrafos e jornalistas, estão velando o corpo do garoto que eu matei e isso virou uma notícia grandiosa, o r**m de punir alguém conhecido é isso, ninguém nunca vai saber o porquê ele morreu, simplesmente vão achar que um bandido qualquer o matou para roubar seus documentos e dinheiro para comprar drogas. Eu estava mais afastado, me disfarçando, o que não era difícil, sou facilmente confundido com algum morador de rua, apesar de que às vezes realmente durmo na rua. Me cansei de ver o show na casa do prefeito e decidi ir embora, mas senti uma leve picada em meu pescoço, como se fosse uma picada de mosquito, mas não era o mosquito, só deu tempo de ver um homem vestido de preto e minha visão ficou escura. Merd@. Acordei sentindo uma tontura estranha, parece que fui nocauteado, despertei repentinamente quando vi que minhas mãos estavam marradas atrás do meu corpo, dois homens estavam a minha frente, me encarando. —O que estou fazendo aqui, quem são vocês? – perguntei nervoso, tentei soltar as amarras mas era muito difícil. —Por que está indo atrás dos homens que atacaram aquela garota? – o homem que estava sentado perguntou, pela postura, digo que ele deve ser o líder, só não sei de onde. —Por que estou aqui? –respondi com outra pergunta. —Eu faço as perguntas aqui. Por que está atrás deles? – o homem insistiu, ele acendeu um cigarro e me encarou, aguardando a resposta. Acho que eles não são homens fáceis de enganar, se também existe a possibilidade de eu morrer aqui, e não é isso que eu quero, ou melhor, não é isso que Sana iria querer. —Você sabe a resposta, eles atacaram a menina e eu odeio agressores de mulheres. –respondi impaciente. —Aquela menina é da minha família. – o homem falou e eu arregalei os olhos curioso. – Eu sei quem é você, Brandon Akira, mãe americana e pai japonês, viveu no Japão apenas até os três anos e sua família se mudou para os Estados Unidos, você tinha uma irmã mas ela foi assassinada. Sei que ficou anos em um reformatório porque assassinou seu tio, tem sorte de não ter sido julgado. O que te fez pegar uma pena tão leve? Isso eu ainda não sei. – ele terminou, o cara sabe tudo sobre a minha vida passada, quem é esse maluco? —Deve saber então o porquê matei meu tio. Foi ele quem matou minha irmã. – respondi apenas isso. —Sabe quem eu sou, Brandon? – ele perguntou, mas eu balancei a cabeça em negação. – Sabe o que é a Outfit? – o cara riu. Franzi a testa, eu deveria ser cauteloso com esses caras, pelo que sei, a Outfit é a máfia daqui e se eles realmente forem isso, devo tomar cuidado ou posso morrer apenas por dar uma resposta errada, mas pensando bem, eu não me importo, minha vida já acabou a muito tempo. – A máfia? – perguntei. O cara deu outro sorriso e respondeu: – Prefiro o termo “Irmandade” mas máfia também serve. Eu sou James O’connor, chefe da Outfit e estou interessado em seu perfil. Fiquei curioso, perplexo ao mesmo tempo, meu perfil? O que há em mim que chamaria a atenção de um homem como ele? – Quer que eu trabalhe pra máfia? Não, valeu, já vivo com problemas demais. –falei. — Você não parece ter muita escolha. Se ficar sozinho, vão achar você, sabe que assassinou o filho do prefeito. Se eu consegui sua identidade olhando as câmeras, ele também vai. Segundo, você não vai conseguir ir atrás dos outros porque vão saber quem está atrás deles —E o que quer de mim? – questionei. —Vai saber em breve, por enquanto, quero que trabalhe comigo. Você briga bem, posso te ensinar mais coisas, você vai receber por isso e vai ser praticamente intocável. – o homem respondeu calmamente. —Se eu disser não, vai me matar? – fiz logo a pergunta chave. —Seria tentador, mas não. Embora... se não aceitar, não vai viver por muitos dias. –ele explicou com calma. —Vou ter onde morar? – perguntei baixo. —Vai ter tudo, casa, dinheiro. Pagarei você mensalmente como pago todos os meus funcionários. Se entrar, deve se lembrar que nós somos homens de palavra, se entrar na Outfit, não vai ser apenas um soldado, vai fazer parte da família e para fazer parte da família precisa ser leal. – ele disse e levantou da cadeira. – Posso sair e aguardar sua resposta, eu não tenho pressa. –ele disse e começou a sair da sala. —Espera... – chamei cauteloso. –Eu aceito, aceito entrar para a família, mas tem uma condição. – falei firme. —Qual seria? – o outro cara perguntou. —Preciso terminar o serviço, pela garota e por mim mesmo – falei. Os dois se olharam de forma quase amigável, como se soubessem que eu ia pedir isso. —Ok, não precisava pedir, meus homens já estão cuidando disso...-o chefe disse. —Não, quero dizer... eu quero ir junto, quero participar. –ele apenas acenou. —Ok, divirta-se, virão soltar você e te passar tudo o que precisa saber, você começa a trabalhar amanhã de manhã. –ele falou isso e saiu da sala com o outro homem. Eu ainda aguardei alguns minutos até que um soldado veio e me desamarrou, ele sentou comigo e me explicou tudo o que eu iria fazer na “irmandade”, enquanto ele falava e me entregava uma chave, que era do meu novo apartamento, eu só conseguia pensar que talvez Sana estivesse me dando mais uma chance na vida, bom, não exatamente porque sei que minha irmã não iria querer que eu vivesse na máfia, mas pelo menos vou ter comida, casa e um emprego. Quando a reunião acabou, o homem me levou até um complexo de apartamentos, ele disse que maioria dos soldados e funcionários moravam ali, o lugar era ótimo para mim, era seguro e eu não viveria mais tendo que caçar comida que os outros descartavam ou até mesmo roubar pequenas quantias para comer, recebi ordens de cortar o cabelo e comprar roupas e foi isso que eu fiz naquele dia, organizei minha vida, pela primeira vez em muitos anos.
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