Capítulo 04

1202 Palavras
Eu ainda não entendia o motivo do O'Connor ter me contratado, parece bom demais para ser verdade, eu agora tenho casa, roupas, mandaram cortar meu cabelo, tudo o que eu inicialmente precisava fazer era ser o homem das cobranças. No momento estou em outra missão, junto com mais três homens da Outfit, estamos esperando a família Thompson dormir, o filho Ethan ainda não chegou em casa, mas chegará em breve, e aí vamos executar o serviço. Aos poucos as luzes foram se apagando, uma a uma. Quase meia noite o carro do garoto estacionou. Típico rico jovem, roupas caras, carros caros, festas e mulheres, ele não é acostumado a ser recusado. Ele abriu a porta do carro e saiu, começou a caminhar para fora, mas um dos homens o agarrou pelo pescoço e calou sua boca, o outro abriu a porta da Van e jogamos ele lá. —Quem são vocês? O que querem comigo? é dinheiro? meu pai... —O mesmo de sempre. "meu pai tem isso" "minha família pode pagar". PATÉTICO. Apontei a arma para sua cabeça e fiz sinal de silêncio com o indicador. —Cala a boca. Ninguém aqui quer dinheiro. A van seguiu caminho, indo para o mesmo lugar onde deixei o outro menino pra morrer. Quando estacionou, nós três descemos, eu puxando o menino pela gola da camisa. —Ajoelha aí. -Eu ordenei. —Por favor... por favor, eu posso dar o que quiser —ele implorava, chorando como uma menininha. —Sabe que lugar é esse? —eu perguntei. Ele olhou em volta e demorou um pouco para se localizar, mas viu onde estava, voltou a chorar e a implorar. —Se fiz algo de errado me desculpa, olha... por favor, cara. —ele uniu as mãos no peito, implorando. —Você e seus amigos fizeram algo muito errado, bateram em uma menina e ainda iam levá-la para um beco escuro. Acha que seu dinheiro vai te livrar disso? —um dos caras perguntou sorrindo, logo os outros sorriram também. —Você... —ele apontou pra mim —Você estava lá... por favor cara, não foi por m*l, nós apenas... —ele tentou barganhar, mas eu estava com pouca paciência. Tirei a lâmina do bolso do moletom e fui até ele, ajoelhei em sua frente e suspirei. —Não posso te ajudar nessa, cara. Sabe como é, homem de verdade não perdoa essas coisas, você deve estar com saudade do seu amigo. —eu sorri. —Não cara, foi ele que obrigou a gente, por favor... —pensei em mata-lo da mesma forma do amigo, mas eu sou criativo. Enfiei com tudo em seu coração e torci. Pude ver o momento em que ele arregalou os olhos e engasgou, tentando respirar, puxei a lâmina de volta e joguei seu corpo para trás. —Vamos embora. Entramos na van e fomos direto para casa, eu e os três caras moramos no mesmo prédio. Eles são boas pessoas, mas fazem o serviço perfeitamente. O apartamento ainda era vazio, porque eu não comprei nada, mas estava bom. Eu tinha um trabalho e onde viver. Apenas tomei um banho e fui dormir, amanhã eu iria a casa do chefe. *************** Ele pediu para que eu fosse em uma fábrica, primeiro, para conhecer o pessoal, descobri que o homem que estava com ele no outro dia é Nicholas O’connor, primo dele e Subchefe da organização, depois dali nós seguimos juntos para o lugar onde ele morava. Um condomínio de luxo e a casa dele fica completamente afastada de tudo, um bom lugar para se esconder, nós entramos no local e fomos direto para a sala onde... espera, nós viemos comer? Três mulheres estavam sentadas na mesa e conversavam animadamente, mas quando viram o homem, duas delas levantaram rápido, com certeza são empregadas, a outra mulher deve ser a esposa dele, pois não se abalou com a presença do homem. —Mas o que é isso, meninas? Por que levantaram assim? –ouvi a mulher falar. —Desculpe senhora, o patrão chegou e... –a mais velha tentava explicar, como eu disse, são funcionárias da casa. —Vocês gostam de trabalhar aqui? –O patrão perguntou. —Sim, senhor. —Como certeza. —Gostam da minha esposa? –eu não quis encarar a cena então apenas abaixei a cabeça e esperei. —Petrova é a melhor pessoa que eu conheço. –uma delas disse. —Nós a amamos, senhor. –a outra completou. —Se gostam de trabalhar aqui e amam minha esposa, por que levantaram da mesa como se eu tivesse apontado uma arma para suas cabeças? –ele questionou irritado. —Petrova considera vocês como amigas, espero que façam o mesmo. –ele finalizou. As duas pediram desculpas e finalmente aquela cena acabou, eu já estava ficando nervoso de presenciar aquilo, eu finalmente levantei a cabeça e ouvi a menina mais nova dizer: —Você... –ela disse baixinho. O patrão ordenou que eu sentasse também e foi isso que eu fiz, eu encarei o rosto da menina e me lembrei, é ela. A garota que foi atacada e que eu salvei, alguma coisa dentro de mim se remexeu e me deixou completamente desconfortável. —Eu o trouxe para apresentar a vocês, ele é um novo m****o da organização, Brandon Akira. E sim, foi ele quem salvou a Tina. –O’connor disse. A outra empregada, que está visivelmente chorando, levantou da mesa e estendeu a mão para mim, me agradecendo, eu não soube bem como reagir porque ninguém nunca me agradeceu assim antes, bom, eu também nunca fiz nada que merecesse agradecimento. Eu a cumprimentei, assim como fiz com a esposa do chefe e comecei a comer. Caramba, a comida é boa, tive vergonha de comer muito rápido, não quero que ninguém saiba de onde eu vim. —Desculpe, senhor e senhora O'Connor, eu estou me sentindo m*l. Eu venho te ver depois, Petrova. Desculpem-me. –a menina disse. Eu a encarei e franzi a testa porquê de repente eu fiquei preocupado. Ela se despediu de todo mundo e saiu quase correndo, eu esperei alguns segundos e perguntei ao chefe se eu poderia ir atrás da garota e falar com ela, ele deixou e eu segui pelo mesmo caminho que vi ela fazer, eu a encontrei apoiada em um banco, de costas para mim. —Você está bem? –perguntei. Ela se assustou e virou na minha direção com a mão no peito. —Sim... –ela sussurrou, percebi que ela tem uma cor bonita, cabelos volumosos e lábios.... -Eu... eu gostaria de dizer obrigado e... –ela começou a movê-los e eu fechei os olhos nervoso. —Está bem. –eu tive que cortar sua fala. -Não se preocupe com isso. Só vim conferir se estava mesmo bem, até mais. –virei as costas rápido e saí dali. Ela é linda, agora que eu posso olhar de perto, mas não é para mim, sempre que eu olho para uma mulher e seu corpo me atrai, eu começo a lembrar de Sana e no quanto ela deve ter sofrido, eu não consigo, simplesmente não consigo, eu me odeio por ficar e******o perto dela. Martina, até seu nome é bonito.
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