Capítulo III

1039 Palavras
        Cheguei ao elegante escritório situado na 5th Avenue, em um dos muitos prédios imponentes que se perdia entre os outros, em uma verdadeira disputa de titãs. O ambiente requintado possuía sofás modernos e uma decoração muito bem ajustada ao profissionalismo que o ambiente exigia.         Tive que aguardar por quase trinta minutos, até que Emma Apliton mandou me chamar. Acredito que ela era a secretária que me apresentaria ao cliente. um frio novamente apertou minha barriga.           Diferente do que eu esperava, ela estava sozinha na sala grande e bem decorada. Emma era exatamente o que eu imaginava: uma mulher magra, alta, na casa dos trinta, loira como uma sueca e possuía um rosto impecavelmente contornado com uma discreta maquiagem. Parecia uma modelo vestida de forma impecável, em uma sai lápis e poderosos scarpins. Sentada em uma postura ereta, ela falava em outro idioma com alguém por telefone.  - Srta. Adrien, sente-se por favor - Pediu em um tom educado. A voz dela era estranhamente rouca e carregada de sensualidade. - Sra. Apliton - a cumprimentei, ocupando o lugar a minha frente.  - Acredito que a sra. Anderson já tenha lhe enviado uma copia do contrato, mas pedi que viesse aqui para que pudéssemos fazer alguns esclarecimentos.  - A senhora é a secretária dele? - Não. Advogada - respondeu colocando o contrato na minha frente. Cada movimento de suas mãos exibia profissionalismo e segurança - Acredito que já tenha lido o contrato. - Certamente - garanti pegando o maço de quase trinta folhas nas mãos, contudo aquela era outra mentira deslavada. Como eu teria lido se m*l havia conseguido tempo para respirar na ultima semana. Tudo estava acontecendo tão rápido que eu nem tinha digerido a historia direito.  - Esse contrato é um documento de caráter jurídica entre a empresa da sra. Joliet Anderson e outra empresa de serviços terceirizado, que presta serviço ao meu cliente. Não havia nenhuma necessidade desse encontro entre nós, afinal o meu cliente e você não possui nenhum acordo direto, contudo, para fins de esclarecimento e para evitar problemas futuros, eu prefiro repassar algumas clausulas do contrato, que julgo ser de extrema importância ao seu conhecimento - a mulher abriu o contrato e apontou com a caneta sobre o primeiro tópico.  - O primeiro é que não poderá usar qualquer tipo de eletrônico dentro da propriedade - ela explicou os motivos óbvios. Eles não aceitariam correr o risco de vazarem fotos ou gravações comprometedoras.  - Deverá ficar a disposição do meu cliente vinte e quatro horas por dia, obviamente haverá dia que certamente não irá vê-lo, mas isso não significa que possa se ausentar da cidade ou recusar um chamado dele. - Devo admitir que fiquei horrorizada com aquela cláusula e nem sei ao certo o por quê.  - A prestadora de serviços também deverá estar a disposição do cliente, caso este exija sua companhia durante uma viagem nacional e ou internacional. - Não poderá ligar para o cliente, ou tentar contato com ele, que não seja através de seu agente, ou sua secretária particular.  - Não deverá falar de seus problemas pessoas, ou trazer qualquer situação de seu interesse para conhecimento dele, ficando claro que sua obrigação é servi-lo e satisfaze-lo sem criar expectativas de cultivar qualquer laço afetivo entre ambos.  - Não deve em hipótese alguma ter ciúmes ou esperar fidelidade do cliente. Ficando claro que entre vocês não existirá nenhum compromisso afetivo.  - O cliente poderá se referir a prestadora de serviço, no caso a senhora, com qualquer nome que julgue lhe proporcionar prazer, "quando estiverem a sós", sem que isso possa ser considerado ofensivo pela prestadora de serviço.  - A prestadora deverá se comprometer a satisfazer o cliente com todas as exigências e fetiches que ele venha a ter, exceto se esta julgar que as exigências põe em risco a sua vida ou a vida do cliente. - Estar ciente de que o contrato poderá ser cancelado sem aviso prévio da parte dele, sendo que a empresa da sra. Anderson deverá nos notificar com pelo menos sete dias de antecedência caso a prestadora deseje deixar de prestar os serviços.  - e por fim, mas não menos importante, nenhuma informação sobre o que ocorre durante a prestação de serviços, ou qualquer coisa relacionada ao cliente deve ser comentada com terceiros. Devendo tudo ser mantido em completo sigilo.   - Como se chama o cliente? - Perguntei entredentes, cega por saber o nome do desgraçado que havia impostos aquelas clausulas de humilhação extrema.  - Na verdade, há varias outras clausulas no contrato. Uma delas é que não terá o direito de saber o nome do cliente, ou fazer perguntas de caráter pessoal, se dirigindo ao cliente apenas quando ele requerer a sua atenção, e ou sua companhia - a advogada falou recostando-se na poltrona - eu sugiro que releia o contrato com um pouco mais de atenção.  - River informou a sua preocupação em relação ao pagamento. A empresa terceirizada efetuará o pagamento a empresa da sra. Andersom, no valor de oitenta mil dólares por mês, sendo que cinquenta por cento deste valor será destinado a empresa e cinquenta por cento será destinado a prestadora de serviço, no caso a senhora. Os pagamentos serão efetivados semanalmente, visto que o contrato pode ser interrompido, por parte do contratante, a qualquer momento.         "Quarenta mil dólares!" - Isso significava que se eu suportasse o infeliz por uma semana, estaria garantindo dez mil dólares.  - O sr. River estará aguardando a senhora para levá-la as compras, notará que mais a frente há outras clausulas falando sobre roupas, joias e outros detalhes do seu interesse.         Confesso que sai daquela sala com o cérebro escorrendo pelo nariz. Tudo que eu queria era rasgar aquele maldito contrato na cara do filho da mãe que o havia elaborado. Havia uma cláusula para tudo, com direito a observações e aspas.          Segui com o sr. Renan River para algumas lojas de grife, contudo eu m*l conseguia enxergar um palmo a frente do nariz. Como era possivel que nem o nome dele eu tivesse o direito de saber? poxa ele estava comprando o meu tempo, a minha companhia, o meu corpo, a minha dignidade e eu não tinha direito de saber se quer o nome dele?
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