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Minha Vida com o Filho do Duque da Prata

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Blurb

Élise Varnier, uma pediatra recém-formada com especialização em neurodesenvolvimento, aceita um emprego na renomada Clínica San Théon, nos arredores da capital de Velançay. Sua primeira missão? Acompanhar o caso de uma criança nobre de 2 anos, com sinais de autismo nível 1.

O pai da criança, Cassian de Elsemar, é um duque moderno — poderoso, temido e totalmente inábil para lidar com sentimentos. Élise o acha arrogante. Cassian a acha intrometida.

Mas há um problema: o pequeno August, filho de Cassian, rejeita qualquer tipo de contato humano… exceto com Élise.

Agora, entre uma consulta e outra, ela se vê presa em um castelo moderno cercado de mordomos, protocolos e segredos. Tudo porque uma criança silenciosa a escolheu — e um duque orgulhoso não sabe como lidar com isso.

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Convite Inesperado
O dia em Velançay amanhecera enevoado, como de costume. As ruas da capital, La Fontaine, pulsavam com a elegância costumeira: cafés com mesas de ferro forjado, senhoras nobres com guarda-sóis florais, cavalheiros em ternos de corte impecável e os incessantes sussurros da sociedade em suas colunas de fofoca digital. Élise Varnier, porém, não estava preocupada com guarda-sóis nem fofocas. Estava parada diante da enorme fachada da Clínica San Théon, tentando controlar o frio que subia da ponta dos dedos até a base do pescoço. O jaleco branco recém-passado em seus braços era o único escudo entre ela e a expectativa esmagadora de seu primeiro dia no novo emprego. Ela olhou para cima, lendo pela terceira vez as letras douradas no mármore branco: “San Théon – Centro Real de Desenvolvimento Infantil” Respirou fundo. Entrou. — Bom dia. Sou a Dra. Varnier. — disse à recepcionista com um sorriso profissional que escondeu o leve tremor em sua voz. A mulher, usando um coque impecável e óculos dourados, a observou por trás da armação como se estivesse medindo sua alma. — Sim. Estávamos esperando. O diretor quer vê-la imediatamente. Acompanhe-me. Não houve boas-vindas calorosas, nem buquê de flores como nas clínicas particulares menores. Apenas passos firmes por corredores acarpetados e painéis com certificados em molduras de mogno. A recepcionista abriu uma porta dupla e sumiu tão rápido quanto surgira. Lá dentro, sentado sob um lustre de cristal, o diretor da clínica levantou-se ao vê-la. Um homem grisalho, com olhar agudo e mãos firmes. — Dra. Varnier. Sou o Dr. Maillard. Seja bem-vinda. Temos pouco tempo. Preciso que vá agora mesmo ao distrito de Beaulieu. Élise piscou. — Com licença… agora? — Sim. Um caso nobre. O paciente é o herdeiro da Casa de Elsemar. Dois anos de idade. Comportamento atípico, aversão ao toque, atraso na fala. Nenhum médico, terapeuta ou babá permaneceu mais de três dias com ele. — Elsemar? — repetiu, aturdida. — Como… o duque da Prata? — Ele mesmo. E, por algum motivo, fez um pedido direto à direção da clínica. Disse que quer alguém novo. E mencionou você pelo nome. — Mas… eu nem conheço o duque! Dr. Maillard franziu a testa, impaciente. — Ele é um homem… difícil. Mas paga três vezes mais que qualquer cliente comum. E estamos em dívida com a Casa Elsemar há gerações. Vista-se, Dra. Varnier. O carro oficial está esperando. Élise saiu da sala com os pensamentos embaralhados. Nunca havia sido chamada tão rápido para um atendimento domiciliar — e menos ainda por um duque. Velançay ainda conservava títulos de nobreza, mas os duques modernos eram mais CEOs do que senhores feudais. E Cassian de Elsemar era a própria definição disso: herdeiro do antigo ducado da Prata, fundador do grupo hospitalar ElsemarTech, conhecido por sua frieza calculista, ausência em eventos sociais e uma vida pessoal envolta em mistério. Ele também era pai? Poucos sabiam disso. No carro, com os dedos agarrados à bolsa, Élise tentou recapitular tudo o que sabia sobre autismo nível 1 em crianças pequenas. Repetiu mentalmente orientações de contato sensorial, estratégias de acolhimento, respostas de baixa demanda… Tudo o que aprendeu na especialização. Mas nada disso prepararia seu coração para o que estava por vir. O portão da Maison Elsemar se abriu com um leve sussurro hidráulico. A mansão era uma mistura de arquitetura antiga e design contemporâneo: colunas clássicas abraçadas por estruturas de vidro, jardins podados com precisão quase artificial, e um silêncio cortante. Élise foi recebida por uma governanta com semblante pétreo, que a guiou até um salão amplo decorado em tons frios. Cassian de Elsemar estava à sua espera. Ele era alto, de presença imponente, com cabelos escuros perfeitamente penteados e olhos cinzentos como o céu antes da tempestade. Vestia um terno escuro, sem um único vinco, e sua expressão era… vazia. Nem simpatia, nem hostilidade. Apenas cálculo. — Dra. Varnier. — sua voz era firme e baixa. — Agradeço por ter vindo tão rápido. — Fui… orientada a não recusar. Um leve levantar de sobrancelha foi a única reação dele. — Meu filho, August, está no andar de cima. Acredito que os relatórios da clínica já lhe foram enviados? — Li no caminho. Há menções de possível autismo nível 1, mas nenhum diagnóstico fechado. Posso ter acesso aos vídeos das interações? — Não existem. Não permito gravações na residência. Claro que não permite, pensou Élise. Esse homem devia controlar até a quantidade de açúcar em uma xícara de chá. — Eu preciso conhecê-lo pessoalmente, então. Cassian fez um sinal quase imperceptível à governanta. A mulher sumiu, e minutos depois, retornou com um pequeno garoto nos braços. August. Ele era pequeno, delicado. Cabelos castanhos ondulados, pele muito clara, olhos enormes e escuros, que pareciam observar o mundo como se tudo fosse estranho e assustador ao mesmo tempo. Vestia um macacão azul-claro, mas o tecido estava amarrotado, como se tivesse resistido a ser vestido. A governanta tentou colocá-lo no chão. Ele se encolheu, escondendo o rosto no ombro dela. — Ele não aceita ser tocado por quase ninguém. Nem por mim. — disse Cassian, o tom tão neutro que doía. Élise se agachou, ficando na altura dos olhos dele. — Oi, August. Eu sou a Élise. Tudo bem se eu só ficar aqui, sentada? Você não precisa falar, nem me tocar, nem nada. Só me deixar ficar. Silêncio. August espiou por cima do ombro da governanta. Observou-a. Não se moveu. Élise tirou da bolsa uma bolinha macia, colorida, que usava nas sessões com crianças sensoriais. — Essa aqui chama Bolinha de Nuvem. Ela não morde, nem faz barulho. Só fica com você se você quiser. Ela rolou a bolinha até ele. Ele hesitou. Muito. E então… soltou um dos braços da governanta e estendeu os dedos, encostando de leve na bolinha. A sala inteira pareceu prender o fôlego. Cassian não se moveu. Mas seus olhos, por um momento, pareceram menos opacos. August rolou a bolinha de volta. Direto para os pés de Élise. Ela sorriu. E ele — quase imperceptivelmente — também. Mais tarde, quando a governanta levou August para o quarto, Cassian a encarou como se fosse uma anomalia estatística. — Ele nunca… reagiu assim. — Talvez ele só estivesse esperando alguém que não o tratasse como um problema a ser consertado. Ele estreitou os olhos. — Preciso que fique. Tempo integral. Vou dobrar o pagamento. Darei um quarto na ala de hóspedes. Alimentos personalizados. Acesso ao arquivo médico completo. — Isso não é um contrato de negócios, senhor de Elsemar. — Claro que é. Tudo é. Élise respirou fundo. Olhou para a escada por onde August sumira. Lembrou-se da bolinha, do olhar curioso, do sorriso breve. — Só fico por causa dele. Não do senhor. Cassian não respondeu. Mas quando ela se virou para sair do salão, ouviu algo. Quase um sussurro. — Por enquanto.

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