Capítulo 01 Mariana
Mariana Narrando
Meu nome é Mariana, tenho apenas dezessete anos. Dezessete anos entre livros da escola, sonhos de futuro e, agora, entregue como um pacote qualquer. Meu próprio pai me vendeu como se eu fosse um objeto. Nunca esquecerei o som das suas palavras frias, tremendo como folhas ao vento, enquanto ele tentava me convencer que isso era “o melhor”. Mas para quem?
Minha vida era… normal. Pelo menos, normal no meu mundo. Cresci na zona sul do Rio de Janeiro, numa família que não tinha tudo, mas fazia questão de fingir que tinha. A casa era grande, mas minha mãe cuidava dela como se fosse um palacete. Eu estudava em uma escola particular, graças aos sacrifícios que meus pais faziam — sacrifícios que nunca admitiam, mas que eu via nos seus olhos cansados. Principalmente nos últimos dois anos.
Meu mundo era feito de pequenos luxos: aulas de ballet quando criança, roupas caras compradas em promoções, idas ao shopping nos fins de semana. Não tinha a vida perfeita, mas ela parecia boa o suficiente. Sonhava em ser jornalista. Queria contar histórias, viajar, viver coisas grandes.
Hoje, acordei cedo, como sempre. O sol já brilhava, iluminando meu quarto. Meu uniforme estava passado, e a mochila, pronta. Minha mãe me deu um beijo rápido na testa antes de sair para o trabalho, e meu pai… bem, ele nem me olhou. Achei estranho, mas ignorei.
Peguei o ônibus para a escola, sentei no meu lugar de sempre e abri o livro de literatura. Tudo parecia tão comum, tão previsível. Como eu poderia imaginar que aquela seria a última vez que eu viveria algo normal?
O cansaço já estava batendo, a aula de matemática estava quase no fim quando um sentimento estranho tomou conta de mim. Tentei não me importar, então tentei me distrair, rabiscando algo no caderno, quando ouvi passos apressados, portas sendo abertas com força.
— Mariana! — alguém gritou.
Levantei a cabeça, confusa. Seis homens armados entraram na sala. Armas grandes, pesadas, que eu só tinha visto em filmes. Vestidos de preto, com bonés abaixados, expressões duras, inabaláveis.
A sala ficou em silêncio. Alguns alunos gritaram, outros começaram a chorar. A professora deu um passo à frente, como se quisesse protegê-los.
— Quem é Mariana? — perguntou um dos homens, a voz grave, cheia de autoridade.
Eu congelei. Meu coração disparou, batendo tão rápido que parecia que ia sair do peito.
— Responde logo! — ele gritou.
— Eu… eu sou Mariana. — Minha voz saiu baixa, quase inaudível.
— Vem com a gente.
Eles caminharam em minha direção.
— O quê? Não, eu não posso… Preciso falar com meus pais! — levantei da cadeira, as mãos tremendo.
Um deles deu uma gargalhada alta.
— Seus pais? Eles já sabem.
Aquelas palavras me atingiram como um soco. Olhei para a professora, para os colegas, para qualquer pessoa que pudesse me ajudar, mas todos estavam paralisados.
— Por favor, eu não fiz nada! Eu não…
— Cala a boca e anda logo!
Outro homem tirou minha mochila, abriu o zíper e jogou tudo no chão. Pegou meu celular e guardou no bolso.
— Isso aqui você não vai mais precisar.
— Não! — gritei, tentando pegar o celular de volta.
Ele apenas riu, me empurrando para fora da sala.
— Sua vida agora é outra. Sua casa agora é outra.
A frase dele ecoou na minha cabeça enquanto eu era arrastada pelo corredor. Os alunos que estavam do lado de fora pararam para olhar, mas ninguém fez nada. Era como se eu tivesse virado um fantasma. Uma sombra sendo puxada por forças muito maiores.
Fui levada até o portão da escola, onde um carro preto esperava. Tentei me soltar, implorei, mas eles eram fortes demais. Quando percebi, já estava sendo empurrada para dentro do veículo.
— Por favor, me deixem ir! Eu não fiz nada! — implorei, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
O motorista ligou o carro sem nem olhar para mim.
— Não importa o que você fez ou deixou de fazer, garota. Agora você é nossa.
Essas palavras me quebraram. Meu corpo inteiro tremia. Minha mente rodava, tentando entender. Por que eu? Por que agora? Eu só queria voltar para casa.
O silêncio dentro do carro era opressor. Tentei controlar o choro, mas era impossível. Olhava para os homens ao meu lado, para o motorista, para as ruas que passavam pela janela, e tudo parecia irreal. As mãos dele seguravam o volante com força, como se a qualquer momento precisasse fugir. Eu queria perguntar onde estávamos indo, mas sabia que a resposta me faria vomitar. Era um pesadelo do qual eu não conseguia acordar.
Fiquei quieta, com as mãos suando e o coração martelando no peito, tentando não pensar em tudo o que tinha ouvido sobre Sanguinário. As histórias eram sempre as mesmas: um homem c***l, dono do morro, que governava com violência e fazia justiça com as próprias mãos. Diziam que ninguém saía vivo depois de cruzar o caminho dele.
Depois de algum tempo, o carro parou. Olhei pela janela e vi uma casa grande, cercada por muros altos e câmeras. Homens armados patrulhavam a entrada, como soldados.
— Sai. — A voz do homem ao meu lado era fria, sem emoção.
Meus pés estavam pesados como chumbo. Tentei me mover, mas não consegui.
— Anda logo! — ele gritou, me puxando pelo braço.
Saí do carro, tropeçando. A porta da casa se abriu, e eu vi um homem parado ali, me observando.
De todos os pesadelos que eu tinha imaginado, nenhum chegava perto daquele que apareceu à minha frente. Ele era alto, ombros largos, olhos tão frios que pareciam atravessar minha alma. A cicatriz que cruzava o lado esquerdo do rosto era a marca de quem tinha sobrevivido a tudo.
Ele me olhou por alguns segundos, avaliando como se eu fosse uma mercadoria exposta na prateleira de um mercado.
— Então, essa é a menina? — perguntou, sem dirigir a pergunta a ninguém em particular.
Eu queria responder, queria gritar, mas minha voz não saía.
— É, chefe. Filha do Lucas Fontenelle.
— Hum. — Ele deu de ombros, indiferente. — Entra.
Um dos homens me empurrou para dentro da casa.
E foi assim que minha vida acabou.
As horas seguintes foram um borrão. Lembro de ser levada para um quarto pequeno, com paredes descascadas e uma cama simples. Ninguém me explicou nada. Ninguém me disse o que estava acontecendo ou o que seria de mim.
Tentei pensar nos meus pais, em como eles poderiam estar preocupados. Mas, no fundo, sabia que não estavam.
Meu pai sabia disso. Ele me entregou.
E minha mãe… Ela deixou que ele fizesse isso. Essa é a verdade mais difícil de aceitar.
As lágrimas vieram de novo, mas dessa vez, não tentei segurá-las. Porque naquele momento, percebi que ninguém viria me buscar.
Estou sozinha.
Continua...
🔥 RECADINHO DA AUTORA 🔥
Se você gosta de histórias intensas, onde o romance nasce no lugar errado, cercado por perigo, poder e escolhas impossíveis, este livro é para você.
Presa ao Traficante: Moeda de Troca não é um romance leve.
É uma trama crua, cheia de tensão emocional, conflitos morais, desejo contido e personagens que erram, machucam e lutam contra quem se tornaram.
Aqui você vai encontrar:
Relações proibidas
Jogos de poder e dominação
Personagens quebrados tentando sobreviver
Amor surgindo onde só deveria existir ódio
Decisões que custam caro
Essa história fala sobre limites, sobrevivência, culpa, redenção… e sobre como ninguém sai ileso quando vira moeda de troca.
De uma autora que escreve com o coração na ponta dos dedos,
para leitoras corajosas, intensas e que não fogem de histórias fortes.
Te espero nas próximas páginas.
⚠️ AVISO LEGAL
Esta obra é fruto da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, lugares ou situações reais é mera coincidência.
🚫 PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS
Contém cenas de violência, conteúdo s****l, linguagem imprópria e temas sensíveis.
Todos os direitos desta obra estão reservados.
A reprodução, distribuição ou compartilhamento desta obra, no todo ou em parte, em qualquer formato (PDF, ePub ou outros), sem autorização expressa da autora, é proibida por lei.
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🔥 PRESA AO TRAFICANTE — MOEDA DE TROCA 🔥
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💣 As leitoras também vão sentir esse conflito a cada capítulo.
Essa histórïa é feita de extremos.
Nada aqui é morno.
Tudo é intenso.
Se preparem.
Porque depois de Presa ao Traficante,
você não vai sair ilesa. 🔥🖤
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Com carinho, intensidade
(e um toque de ousadia),
JM MARTINS