O relógio de areia marcava o fim da tarde quando bateram à porta do escritório. Kael já os esperava. — Entrem. O casal entrou em silêncio. As roupas secas e empoeiradas denunciavam a pressa. Tinham corrido pelas trilhas antes que a chuva começasse. A mulher apertava contra o peito um tubo de couro. O homem mantinha os olhos baixos, como se conter o desespero fosse a única forma de não desabar. Kael indicou a cadeira diante da mesa. — Podem falar. — Ela foi guardar os animais antes da tempestade — disse o pai, voz rouca. — Achamos que tinha ficado dentro do estábulo esperando passar... mas quando fomos procurar, o celeiro estava fechado por fora. Os bichos estavam lá. Todos. Menos ela. — Já procuramos nos vizinhos, nos amigos, nas trilhas da floresta. É como se tivesse sumido no ar —

