Kael corria por entre as árvores. Os galhos batiam no rosto, cortavam a pele. Ele não sentia. O chão irregular, as raízes, as pedras — tudo ignorado. Os soldados gritavam ao longe, mas ele já não ouvia mais nada. Só o sangue pulsando nos ouvidos e a voz interna berrando o nome dela. Mas ele não fazia ideia de onde ela estava. Nenhum cheiro. Nenhum som. Nenhum sinal. O vínculo só entregava fragmentos: medo, desespero, aquela agonia silenciosa que o deixava cego. Parou por um segundo, arfando. Cerrando os olhos, forçou a respiração a entrar. Não havia lógica. Então deixou de lado a lógica. Fechou os olhos com força, apertou os punhos e escancarou os sentidos — todos. Esvaziou a mente. Abriu espaço pro instinto. Praquilo que sempre surgia quando tudo dava errado. Praquele impulso que n

