Capítulo. 29

926 Words
“Chase,” Cole está usando aquela voz que ele acha gentil. “Ela não é como suas outras aventuras. Ela não vai entender quando o brilho acabar e você passar para a próxima coisa brilhante.” Tento não vacilar com as palavras de Cole, mas, droga, elas doem. Forço um sorriso, esperando que esconda o nó apertando meu peito. "Uau, Cole, obrigada pelo voto de confiança. Fico feliz em saber que você pensa tanto de mim." Cole suspira, esfregando a mão no rosto. “Não é isso que estou dizendo”, ele emenda, como se estivesse tentando ser a voz da razão. Mas tudo o que ouço é julgamento. “Só estou tentando proteger você — de você mesma, principalmente.” Não consigo evitar a risada amarga que escapa. "Certo. Porque eu sou uma bagunça, hein?" Eu tomo o resto da minha bebida, o uísque queimando todo o caminho. "Você acha que eu preciso de proteção? Talvez sejam vocês dois que estão com muito medo de realmente deixar alguém entrar por uma vez." Grayson se mexe desconfortavelmente, olhando para seu copo como se ele contivesse todas as respostas. Estou tentado a forçar mais, a forçá-los a ver o que estou dizendo, mas mordo minha língua. Não é como se eles me levassem a sério de qualquer maneira. “Eu não sou como você,” acrescento, minha voz diminuindo. “Não tenho medo de arriscar. Talvez Tessa seja só uma aventura para você, mas ela significa algo para mim.” Cole balança a cabeça, olhando para mim com aquela expressão de pena que eu odeio. “Você sempre acha que o próximo é diferente, Chase. Mas é a mesma história toda vez. Você fica entediado e segue em frente.” Meu peito aperta, mas não vou dar a eles a satisfação de ver o quanto isso dói. Forço um sorriso, recostando-me na cabine. “Talvez eu esteja apenas procurando por algo que valha a pena ficar por aqui. Você já pensou nisso?” Eles não respondem, e o silêncio parece um maldito veredito. Engulo a frustração, me perguntando por que me incomodei em dizer alguma coisa. Cole O telefone vibra novamente, sua vibração chacoalhando a mesa como uma vespa furiosa. Olho para a tela, vendo o nome de Morgan piscar pelo que deve ser a décima vez hoje. Com um gemido frustrado, deslizo para ignorar a ligação, jogando o dispositivo de lado. "p**a merda", murmuro, arrastando as mãos pelo rosto. As interrupções constantes estão me irritando, principalmente com a montanha de trabalho se acumulando na minha frente. Volto para meu laptop, tentando focar na planilha diante de mim, mas os números se confundem. Minha mente vagueia por pensamentos de ordens de restrição e ações legais. Não que isso faria algum bem a alguém como Morgan. O telefone vibra novamente. Uma mensagem dessa vez. "Cole, baby, por que você não responde? Precisamos conversar." Eu bufo, balançando a cabeça. "É, como se eu nunca tivesse ouvido isso antes", digo para a sala vazia. Meus dedos pairam sobre o botão de bloqueio, mas sei que é inútil. Ela só vai encontrar outra maneira de me alcançar, como ela sempre faz. A persistência da mulher seria admirável se não fosse tão irritante. Eu me inclino para trás na cadeira, olhando para o teto. "Talvez eu devesse apenas mudar meu número", eu penso alto. "Começar do zero. Não é como se ela fosse respeitar uma ordem de restrição de qualquer maneira." O pensamento é tentador, mas o incômodo de atualizar todos os meus contatos e informações comerciais me segura. Além disso, conhecendo Morgan, ela provavelmente contrataria um investigador particular para rastrear meu novo número em uma semana. Suspiro, pegando o telefone novamente. A tela acende com três chamadas perdidas e cinco mensagens não lidas, todas dela. É como ser assombrado por um fantasma particularmente pegajoso, sem nenhuma consideração por limites. "Por que você não pode simplesmente deixar ir?", pergunto ao telefone, como se Morgan pudesse me ouvir através da tela. "Terminamos. Fim. Fim." Mas eu sei por que ela não pode. Morgan Blaise não desiste do que considera dela, e em sua mente distorcida, eu ainda pertenço a ela. O pensamento me dá um arrepio na espinha, lembrando da manipulação e do drama que definiram nosso relacionamento. Coloco o telefone no silencioso e o jogo no balcão, fora da vista, mas não fora da mente. Talvez se eu ignorar por tempo suficiente, ela finalmente entenda a mensagem. Mas mesmo enquanto penso nisso, sei que é uma ilusão. Penso em deixar o telefone aqui e ir para o meu escritório em casa, mas... não quero. Algo sobre o trabalho parece sufocante hoje. Estou trabalhando em casa porque não consegui ir ao escritório, mas ainda não consigo manter meu foco no que preciso fazer. Voltando ao meu trabalho, tento me perder nos números e projeções. Mas a presença de Morgan permanece como um cheiro r**m, poluindo meus pensamentos e azedando meu humor. Vai ser um longo dia. A porta da frente se abre, e ouço o tilintar familiar de dog tags. A voz de Tessa segue, uma mistura de arrulhos gentis e comandos firmes enquanto ela conduz sua comitiva canina para dentro. "Ei, Cole", ela grita. "Você não acreditaria no dia que eu tive. Teve isso—" Eu a interrompi, minha voz cortante. "Agora não, Tessa. Estou no meio de algo." Ela aparece na porta, com o cabelo levemente desgrenhado, aqueles intensos olhos azul-esverdeados se estreitando enquanto me observam. Os cães se aglomeram ao redor de seus pés, sentindo a tensão.
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