Meu queixo cai. "Uma semana? Isso nem é legal!"
Ele dá de ombros, evitando meus olhos. "É tudo o que posso oferecer. O prédio está sendo vendido. Estão demolindo e construindo grandes condomínios chiques."
Eu me inclino contra a parede, subitamente tonta. "Sr. Peterson, por favor. Não consigo encontrar um novo lugar em uma semana. Não tenho dinheiro para um depósito, muito menos — isso não é realista. Não é legal!"
"Sinto muito, mas está fora do meu controle", ele interrompe, já se virando para sair.
Eu o observo ir, meu coração batendo forte. Esse dia pode ficar pior? Quero dizer, sério, o que eu fiz para merecer tudo isso? E onde diabos eu vou morar?
Dentro do meu apartamento, eu desabo no sofá, Lulu descansando a cabeça no meu colo. "O que vamos fazer, garota?", murmuro, coçando atrás das orelhas dela.
Eu poderia entrar com uma ação judicial, impedir o despejo, mas isso requer dinheiro. m*l tenho o suficiente para alimentar nós dois. Certamente não tenho o suficiente para contratar um advogado.
Enquanto esvazio meus bolsos na mesa, algo chama minha atenção. O cartão de visita do homem. Eu o encaro, minha mente correndo. É loucura, certo? Mas...
Eu o pesquiso no Google. Ele é rico. Tipo um bilionário com B maiúsculo rico. Ele não é só um troll aleatório atrás de garotas no parque para cachorros.
Antes que eu possa desistir, disco o número.
"Grayson Harrington", responde sua voz profunda.
Respiro fundo. "Sr. Harrington, é Tessa — uh, a treinadora de cães. Do parque? Reconsiderei sua oferta, mas tenho algumas condições."
"Estou ouvindo", ele diz, com um toque de entusiasmo em seu tom.
"Preciso ficar no local", começo, minha voz mais forte do que me sinto. "Lulu vem comigo. E quero ser pago semanalmente, não uma quantia fixa."
Há uma pausa, e eu prendo a respiração. "É só isso?" ele finalmente pergunta.
Eu pisco, surpresa. "Hum, sim. Por enquanto."
"Concordo", Grayson diz sem hesitação. "Contanto que você possa começar amanhã."
Meu queixo cai. "Amanhã? Eu... espera, sério?"
"Isso é um problema?" Há um toque de diversão em sua voz.
Eu balanço a cabeça, então percebo que ele não pode me ver. "Não, sem problemas. Eu só... não esperava que você concordasse tão facilmente."
"Sou um homem de negócios, Tessa. Reconheço valor quando o vejo." Ele faz uma pausa e acrescenta: "Agora, sobre sua remuneração..."
Quando ele diz o número, quase engasgo. "Isso é... por mês, certo?"
"Por semana", ele corrige, e juro que consigo ouvir um sorriso em sua voz.
Aperto o telefone com mais força, minha mente girando. Isso é mais do que ganho em dois meses no consultório do veterinário. Bem... costumava ganhar. "Sr. Harrington, isso é incrivelmente generoso, mas—"
"É o que vale a sua expertise", ele interrompe. "Você terá um mês. Se não conseguir mostrar um progresso impressionante dentro desse tempo, meu cachorro estará perdido para mim. Isso não é uma opção, Tessa. Temos um acordo?"
Olho ao redor do meu pequeno apartamento, pensando no aviso de despejo. Não tenho mais um emprego remunerado. Posso dizer que esse cara vai ser exigente e não tenho certeza se tenho paciência para lidar com esse absurdo. Mas ele parece se importar com seu cachorro. E eu posso apoiar isso.
Isso é loucura, mas que escolha eu tenho? "Fechado", eu digo, minha voz quase um sussurro.
"Excelente. Vou pedir para meu assistente preparar o contrato. Você pode estar na minha casa às nove da manhã?"
Concordo, mas então me contenho novamente. "Sim, estarei lá. Com minhas coisas e Lulu."
"Perfeito. Estou ansioso por isso, Tessa. Te mando uma mensagem com os detalhes."
Enquanto desligo, olho para Lulu, que está me observando com a cabeça inclinada. "Bem, garota", eu digo, enterrando meus dedos em seu pelo, "parece que vamos nos mudar para a mansão de um figurão amanhã. Insanidade temporária ou golpe de sorte? Acho que vamos descobrir."
Perseguir
Estou recostado no balcão da cozinha, mastigando uma maçã crocante enquanto observo o caos se desenrolar ao meu redor. A casa está fervilhando de atividade, os funcionários correndo como formigas se preparando para o inverno. E no centro de tudo está Grayson, parecendo que está prestes a estourar um vaso sanguíneo.
Bem, hoje deve ser, no mínimo, divertido.
"Juniper! Onde estão esses contratos?" Grayson grita, seu cabelo normalmente perfeito levemente desgrenhado.
Não consigo deixar de sorrir quando Juniper praticamente tropeça em si mesma para entregar a ele uma pilha de papéis. "Bem aqui, Sr. Harrington", ela diz afetadamente, piscando os cílios.
Ugh. Eu torço o nariz para a bajulação óbvia dela. Ela não consegue ver que ele não está interessado?
"Esses são os contratos errados!" Grayson grita, empurrando os papéis de volta para ela. "Me dê os rascunhos revisados. Agora!"
A pobre Juniper parece que vai chorar enquanto sai correndo. Quase me sinto m*l por ela. Quase.
Enquanto dou outra mordida na minha maçã, observo Douglas comandando a equipe como um general militar. "Certifique-se de que o quarto de hóspedes esteja impecável", ele ordena. "Lençóis limpos, flores, todas as coisas."
Não tenho a mínima ideia do que está acontecendo, mas estou amando cada segundo. Quem poderia ser esse convidado misterioso para deixar Grayson tão nervoso?
Sinceramente, estou perdido. Ninguém vem aqui além de mim, Grayson e Cole. Quer dizer, Juniper faz uma aparição muito desagradável se Grayson está trabalhando em casa, mas ela nunca fica.
Minha mente está evocando todos os tipos de cenários divertidos. Grayson engravidou uma coisinha jovem e agora ele precisa abrigá-la até que ela dê à luz sua ninhada. Ou talvez ele esteja se sentindo mais caridoso e tenha escolhido alguém necessitado para se juntar ao Clube dos Solteiros Velhos.
"Parece que você está gostando do show", Douglas comenta secamente ao passar.
Eu sorrio, suco escorrendo pelo meu queixo. "O que posso dizer? Eu vivo pelo drama."
Grayson se vira para mim, olhos azuis brilhando. "Se você não tem nada melhor para fazer, saia da p***a da cozinha!"
"Sim, senhor", eu saúdo ironicamente, jogando meu miolo de maçã no lixo.
Grayson sai furioso, e eu vasculho a despensa em busca de outra coisa para comer.
Estou recostado no balcão da cozinha, rolando ociosamente meu telefone e comendo alguns biscoitos sem pensar, quando a porta da frente se abre. Meu queixo quase cai no chão.
Puta merda. p**a merda.
Essa mulher bombástica absoluta entra como se fosse dona do lugar. Ela é pequena — não pode ter mais de um metro e sessenta — mas sua presença preenche o ambiente. Maçãs do rosto altas, penetrantes olhos azul-esverdeados e cabelos da cor de cerejas pretas. Mas é sua expressão que realmente chama minha atenção — um rosto perfeito de c****a descansando que grita: "não mexa comigo".
"Droga", sussurro baixinho.
Então noto a pequena bola de pelos trotando ao lado dela. É o cachorro mais estranho e adorável que já vi — como se alguém tivesse encolhido um pitbull e dado a ele a coloração de um cão de caça.
Estou tão distraído com essa visão inesperada que levo um momento para registrar a bagagem que ela está carregando.
"Espera, o quê?", murmuro, me afastando do balcão. "É ela que vai ficar aqui?"
Grayson aparece do nada, parecendo aflito. "Sra. Morrow, obrigado por vir em tão pouco tempo", ele diz, seu tom cortante, mas educado. "Se você apenas assinar esses documentos, podemos acomodá-la."
A mulher — Sra. Morrow, aparentemente — levanta uma sobrancelha, mas pega a caneta oferecida. “Não vou assinar porcaria nenhuma até ler tudo. Sei como vocês trabalham.”
Vocês? Ah, isso vai ficar realmente interessante. Vejo a veia na testa de Grayson se tornar mais e mais pronunciada enquanto ela lê lentamente cada. Única. Página.
Enquanto ela (finalmente) assina, Grayson se vira para mim. O aviso em seus olhos é claro como o dia: comporte-se ou eu vou decapitá-lo.