"p***a", murmuro baixinho. Claro que ela é. Morgan nunca entendeu limites, mesmo quando estávamos juntos. Por que isso mudaria agora?
Abro a porta do meu escritório, o cheiro familiar de couro e madeira polida me cumprimentando. É um contraste gritante com o caos que deixei em casa. Aqui, tudo está em ordem.
Jogo minha pasta na mesa e tiro meu casaco, pendurando-o sobre o encosto da cadeira. A luz da manhã entra pelas janelas do chão ao teto, projetando longas sombras sobre os móveis elegantes e modernos. Este espaço grita poder e controle — exatamente como eu gosto.
Afundando na cadeira, ligo o computador e começo a escanear um dos relatórios na minha mesa. Mas, enquanto tento me concentrar nos números à minha frente, minha mente continua divagando. Para os olhos ardentes de Tessa enquanto ela saía furiosa. Para a raiva incomum de Chase. Para a tensão sufocante que parece ter tomado conta da minha casa.
"Droga", eu rosno, empurrando o relatório para longe. Por que diabos não consigo me livrar disso? É só mais um dia, mais um drama. Então por que parece tão... diferente?
Eu me inclino para trás, olhando para o horizonte da cidade. O mundo lá fora continua, alheio à minha luta interna. E aqui estou eu, Cole Ashford, mestre de seu domínio, abalado por uma garota e sua cruzada de resgate de cães.
Assim que começo a recuperar meu foco, uma comoção irrompe do lado de fora do meu escritório. Vozes altas perfuram o zumbido habitual de produtividade, e uma em particular faz meu maxilar cerrar. Morgan.
Estou de pé antes que eu perceba, caminhando até a porta e a abrindo com um puxão. A cena que me cumprimenta é exatamente o que eu temia. Morgan está parada no corredor, seu rosto vermelho de raiva, sua bolsa de grife agarrada como uma arma. A pobre Janine parece perturbada, tentando bloquear o caminho de Morgan enquanto mantém alguma aparência de profissionalismo.
"O Sr. Ashford está em uma reunião", insiste Janine, com a voz tensa.
A risada de Morgan é cortante e cortante. "Oh, por favor, eu sei que ele está me evitando."
Examino o escritório, notando os olhares não tão sutis dos meus funcionários. Ótimo. Exatamente o que preciso — mais forragem para o boato.
"Morgan", eu digo, minha voz baixa e controlada. "O que você está fazendo aqui?"
Ela se vira para me encarar, triunfo brilhando em seus olhos. "Cole, querido. Precisamos conversar."
Sinto uma dor de cabeça se formando atrás dos meus olhos. Quanto mais isso dura, mais atrapalha tudo o que construí aqui. Com um suspiro resignado, sacudo a cabeça em direção ao meu escritório. "Tudo bem. Cinco minutos, e então você vai embora."
O sorriso irônico de Morgan é insuportável enquanto ela passa por mim. Troco um olhar com Janine, que me dá um encolher de ombros simpático. Me preparando, sigo Morgan para o meu escritório e fecho a porta firmemente atrás de nós.
"Bem?", digo, cruzando os braços. "O que era tão importante que não podia esperar?"
“Sua namorada nunca deveria ter que esperar.”
Eu me inclino contra minha mesa, tentando projetar um ar de calma que definitivamente não sinto. "Olha, Morgan, eu fui claro sobre isso. Terminamos. Não há mais nada para discutir."
Suas unhas perfeitamente cuidadas batem contra sua coxa enquanto ela deixa sua saia mostrar mais e mais pele. Ela acha que pode seduzir seu caminho de volta para minha vida? "Oh, mas eu acho que sim, Cole. Você não pode simplesmente jogar fora o que tínhamos."
Eu reprimo um gemido. "O que tivemos foi tóxico, e você sabe disso. Agora, tenho trabalho a fazer, então se você não se importa—"
"Não ouse me dispensar!" Sua voz se eleva, olhos brilhando. "Você acha que pode me substituir? Por favor."
Por algum motivo, a irascível que mora na minha casa é a primeira coisa que me vem à cabeça. Afasto o pensamento, concentrando-me no problema em questão. "Isso não é sobre mais ninguém. É sobre nós termos terminado. Ponto final."
A risada de Morgan é frágil. "Você está cometendo um erro, Cole. Nós éramos perfeitos juntos."
"Perfeito?" Não consigo deixar de zombar. "É isso que você chama de drama constante? A manipulação?"
Ela se aproxima, seu perfume enjoativo. "Eu chamo isso de paixão. Algo que você claramente não tem sem mim. Na verdade, você não é nada sem mim, e você sabe disso. Você precisa de mim de volta na sua vida porque sua vida não é nada sem mim nela."
Sinto minha paciência se esgotando. "Já chega, Morgan. Você precisa ir embora. Agora."
"Ou o quê?", ela desafia, com o queixo erguido desafiadoramente.
Eu me endireito, minha voz endurecendo. "Ou eu vou pedir para a segurança escoltá-la para fora. E acredite em mim, se isso acontecer de novo, não hesitarei em obter uma ordem de restrição."
Por um momento, vejo um lampejo de incerteza em seus olhos. Mas é rapidamente substituído por uma fúria fria. "Você não ousaria."
"Experimente", digo, pegando meu telefone.