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Liberte-se

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“Ele pode ser a solução de seus problemas ou a causa da sua ruína”

Cansada de passar os últimos meses fugindo dos fantasmas de seu passado, Raissa vê em Antony a chance de se livrar de toda a perseguição que sofre. Ter a ajuda dele poderia ser uma solução mágica: além de ter poder o bastante para livrá-la de seu passado, ele também é rico, bonito, misterioso e inteligente, e o melhor, estava disposto a ajudá-la...

Mas no mundo real não existiam soluções mágicas. E se Raissa e Antony já não tivessem uma pré-disposição a uma rivalidade natural, a forma como se conheceram daria um jeito de providenciar isso.

O caminho dos dois se cruzou da forma mais inusitada possível: enquanto Raissa fugia dos seguranças após invadir uma das propriedades de Antony.

Agora, ela deve à ele pelos danos causados em sua propriedade, e por não poder sequer pensar em ter contato com órgãos ligados a justiça, Raissa se vê à mercê daquele desconhecido metido a rico. Um desconhecido que pode ser a solução dos seus problemas ou a causa da sua ruína.

Até que ponto ela estaria disposta a ceder em troca de ajuda para se livrar do passado?

E o quanto todo o mistério em torno de Antony pode afetá-la?

E o mais importante: por quanto tempo os dois conseguirão viver sob o mesmo teto sem se m*tar, ou se render à atração crescente que começam a sentir um pelo outro?

***

Capa feita por: Yasmin Silva

Créditos da imagem usada na capa: Casal elegante foto criado por Racool_studio - br.freepik.com

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Capítulo 1 - Vamos fugir
"Tenho tentado tanto não me meter em problemas, mas eu... Eu tenho uma guerra em minha mente Então, eu apenas sigo em frente" Ride - Lana Del Rey A casa era perfeita para morar, Raissa constatou olhando ao redor. A sala de estar enorme, com assoalho de madeira escura e polida, três paredes em vidro translúcido e a quarta feita de pedras acinzentadas onde uma grande televisão de tela plana estava presa logo acima de uma lareira rebuscada, não que houvesse qualquer necessidade de se ter uma lareira em uma casa localizada no nordeste, a região mais quente do Brasil. No entanto, era uma casa de pessoas ricas, e se pessoas ricas queriam uma lareira enorme no meio da sala, elas tinham uma lareira enorme no meio da sala e ponto. Raissa quase se sentia culpada a cada passo que dava e ouvia o triturar da terra presa no seu tênis contra o piso, era mesmo um pecado estar sujando de areia aquele chão que provavelmente custava mais que todo o dinheiro que ela já tivera na vida. — Achei que você tinha encontrado um lugar abandonado e seguro para a gente — ela murmurou, desviando o olhar da lareira para Daniel, vulgo seu único amigo, que já se encontrava esparramado no sofá de veludo marrom que ocupava o centro da sala. — Não, rainha, eu disse que iria encontrar um lugar não habitado para a gente, e isso — ele gesticulou ao redor com a mão que não estava segurando a garrafa de vodca barata — É oficialmente um local não habitado. Pois é, a casa era perfeita, se você não levasse em conta o fato de Raissa estar invadindo o lugar. Ela estreitou o olhar para o amigo, o observou levar a garrafa à boca e tomar um gole direto do gargalo de forma displicente, deixando uma gota da bebida escorrer pelo canto dos lábios finos e rosados até o queixo já coberto pela barba por fazer. O pior de tudo é que não podia sequer reclamar. Se sentia culpada demais para ter coragem de chegar em Daniel, lhe dar uns sacolejos e o mandar acordar para vida. Ele ficava pior a cada dia que passavam naquela rotina, menos cuidadoso consigo mesmo e com a segurança deles em geral. Daniel estava chegando naquele ponto em que a pessoa simplesmente liga o f*da-se. Só que o problema é que no caso deles dois, ligar o f*da-se equivalia a cavar a própria sepultura. Ou melhor, cavá-la mais fundo do que já estava. E Raissa não tinha coragem de reclamar das atitudes do amigo, porque era ela a culpada daquilo tudo. Foi por causa dela que Daniel, filho de pais católicos de classe média e morador de um bairro relativamente nobre, largou tudo e se envolveu naquele caos de fugas e confusões. Ele quis ajudar, quis não desampara-la. Ele jogou uma vida promissora pelo ralo por ela, portanto, Raissa não tinha o direito de reclamar se o amigo resolvera dormir em uma casa não degradada para variar a rotina dos dois. Se fosse ser sincera, também estava mais que cansada de dormir no chão duro e frio de lugares abandonados que fediam a mofo ou a coisas piores. — Tudo bem — ela suspirou, dando mais uma olhada ao redor — O lugar está mesmo vazio, ao que parece, e não vai fazer m*l se a gente apenas dormir, sem mexer em nada, ou quebrar, ou... P*ta m*rda — ela se interrompeu, fixando o olhar no móvel ao lado da lareira — Eles tem um X-box one, quem em sã consciência deixa uma maravilha dessas em uma casa de férias sem uso? Raissa amava jogos. Amava se perder por horas em uma realidade paralela, porém extremamente satisfatória. Jogos a distraiam, não importava se fossem vídeo games, cartas, apostas... Ela os amava e ponto. E francamente, nos últimos meses o único jogo que jogava era o de se manter viva, algo que na maior parte do tempo se assimilava a uma mistura de GTA (sem armas e sem a parte legal do dinheiro e dos carros e dos códigos de vida infinita), e de um arcade de escape bizarro sem recompensas no final. Era o único jogo que nunca desejou jogar e, ironicamente, era também o único do qual não podia sair por vontade própria. Ela se aproximou do console sobre a mesinha de madeira escura. Com certeza devia haver no manual dos indivíduos fora da lei algo que instruísse a não invadir casas de pessoas tão ricas, algo do tipo “não mexeras nos pertences de alguém que possui um console de jogos mais caro que a maioria dos teus órgãos”. — Dan, me diz que você ao menos checou se tinha alarmes — ela ergueu o corpo devagar, voltando a olhar para o amigo, os dedos formigando para mexer no console de jogos. Daniel parou a garrafa próxima aos lábios e sorriu. — Relaxa, rainha, é claro que eu chequei — ele se levantou e se aproximou, a enlaçando pela cintura — Vamos aproveitar a noite, aposto que esses ricaços tem banheiras com hidromassagem, camas kingsize. Sabe a quanto tempo nós não tomamos um banho de verdade? É claro que ela sabia, literalmente sentia na pele as consequências de tomar "banhos" nas oportunidades que vez ou outra encontravam em seus abrigos temporários. Ainda assim, Daniel fez questão de discursar sobre todos os dias sem banhos dignos e o quanto ele se sentia como o Cascão dos quadrinhos infantis... Raissa parou de prestar atenção, Daniel podia ser a pessoa mais legal do mundo, mas era também bastante dramático. Enquanto ele falava e a guiava pela cintura como se estivessem dançando uma música lenta, ela voltou a observar a sala. Pinturas à óleo na parede ao lado da televisão, tapete escuro no chão, cortinas de veludo preto... — Ah, m*rda — acabou interrompendo o monólogo do amigo, os olhos focando em uma luzinha azul piscando logo acima da porta que eles haviam acabado de arrombar — Ah, que m*rda. Você não checou os alarmes. — Claro que eu... — ela o segurou pelo rosto e o fez olhar na mesma direção que olhava — Ah, caramba — Daniel arregalou os olhos — Aquilo é um...? — Sensor de movimentos — ela o segurou pela mão, já atravessando a sala — temos que dar o fora daqui. Mas é claro que alguém que tinha um Xbox one na sala de estar de uma casa de campo, teria mais sistemas de monitoramento e segurança que um simples sensor de movimentos, Raissa constatou isso ao tentar abrir a porta. Ela não se mexeu. Não deslizou para o lado como deveria fazer. Estava travada, mesmo que os dois tivessem aberto a fechadura poucos minutos antes para entrar. — Anda logo, rainha — Daniel apressou atrás dela, o coração de Raissa já batia descontrolado no peito e aparentemente até a embriaguez do amigo havia começado a se esvair. — Tá travada — ela chutou o vidro com raiva — Essa porcaria deve ter algum mecanismo de segurança que aciona as travas da porta em caso de invasores. — Nós podemos abrir de novo — Daniel sugeriu, o desespero nítido na voz. Raissa sabia como a chance daquilo funcionar era pouca, mecanismos de segurança não eram tão fáceis de arrombar quanto fechaduras comuns. Ainda assim, voltou a tirar o grampo do cabelo e tentar abrir. Durante os cinco minutos que durou suas tentativas frustrada, Daniel andava de um lado para outro da sala, o suor começando a molhar a blusa cinza que ele vestia e a prender os fios cumpridos de cabelos castanhos claros à testa dele. Havia tanto medo nos olhos verdes do amigo, que Raissa sentiu receio em dizer em voz alta como aquilo era perda de tempo. A porta não iria abrir. Com as mãos tremendo, ela ergueu o corpo e voltou a colocar o grampo no cabelo. — Dan... — Ah, caramba, eles vão nos pegar e se nos levarem à delegacia, o Romeu vai... — Ok, nada de pânico — Raissa o interrompeu, olhando ao redor. Pensar em Romeu naquele momento era a última coisa de que precisava — Não importa se está travada, a porta ainda é de vidro e vidro quebra, não é mesmo? — Daniel ainda murmurava sobre todas as coisas que aconteceriam com eles caso fossem levados às autoridades. Raissa o segurou pelos ombros e o forçou a focar o olhar no seu — Não é hora de surtar, OK? Vamos sair dessa, eu vou tirar a gente daqui. Agora vai e pega algo pesado para jogar contra essa maldita porta. Sem esperar reação do amigo, ela se virou para procurar algo para usar. A mesinha de centro de madeira maciça lhe pareceu uma ótima alternativa. Ela odiava o fato de estar prestes a quebrar o patrimônio de alguém, por isso, ao invés de jogar as cerâmicas que enfeitavam a mesa no chão e quebra-las também, decidiu retira-las e coloca-las no sofá, quanto menos prejuízo causassem melhor. Raissa ainda estava pensando nisso quando ouviu o barulho de coisas sendo lançadas no chão, ela levantou o olhar horrorizada para o outro lado da sala onde Daniel havia acabado de jogar o Xbox para fora da mesinha. Raissa sentiu a dor na própria alma. Como o estrago já estava feito e o tempo continuava a correr contra eles, ela esqueceu a ideia de poupar as louças e pegou a mesa de centro extremamente pesada derramando todos os enfeites no chão. Com um esforço tremendo, acabou jogando o móvel contra a porta ao mesmo tempo em que Daniel jogava a mesinha do console, e assim, os dois descobriram, também ao mesmo tempo, que o vidro era blindado. — Ricos sádicos de uma figa — Raissa esbravejou contra a porta — Isso não pode estar acontecendo. Seis meses. Os dois estavam fugindo de Romeu a seis longos e miseráveis meses. Dormindo na rua e em locais deploráveis, trabalhando feito condenados por um prato de comida fria, ouvindo humilhações, vivendo em péssimas condições de higiene... E tudo para quê? Para serem pegos por estar invadindo a casa de algum rico b*baca que provavelmente nem usava o imóvel e que jamais saberia sequer quem eles dois eram. — Não, isso não vai acontecer — ela decidiu. Não havia passado por toda aquela m*rda para acabar assim, não mesmo. Sentia a adrenalina acelerando a sua respiração, a cabeça pulsando pela eminência de um destino terrível do qual passara tanto tempo se escondendo. Raissa simplesmente não podia admitir que terminasse daquele jeito — Tem de haver outra saída. Ela não esperou pela resposta de Daniel, que surtava puxando os fios de cabelo enquanto andava em círculos pela sala. Em menos de dez minutos ela conseguiu checar todas as dezoito janelas dos outros cômodos da casa. Todas trancadas. Todas de vidro blindado. O pânico se apoderava do seu corpo a cada segundo que se passava, a cada saída forçada que se mostrava impossível de abrir. Não demorou para a sensação de estar presa começar a lançar flashbacks direto para sua mente, quase a paralisando. A única coisa que a fez continuar checando o resto da casa foi a certeza de como o seu futuro seria muito pior do que o seu passado se não saísse dali logo. E considerando como o seu passado era semelhante a um show de horrores, ficar ali não era uma opção. — A chaminé — finalmente percebeu quando já estava checando tudo pela segunda vez. Foi como ver uma luz se acender na sua mente conturbada, uma luz ténue de esperança — A m*ldita chaminé é a saída. — O quê? — Daniel saiu do torpor de lamentos e a olhou confuso, franzindo as sobrancelhas. — O único jeito de sair da casa é pela chaminé — ela repetiu — Temos que escalar e sair. — Isso é impossível — Daniel se aproximou, tentando para-la. Raissa se desvencilhou dele e alcançou a lareira. — Não. Impossível é eu ficar aqui esperando o Romeu achar a gente — à menção de Romeu, seu amigo se encolheu e engoliu em seco — Temos que sair. A casa só tem um andar, apenas o térreo. O pé-direito deve ter uns quatro metros, mais um metro da saída da chaminé... Cinco metros, é só isso. Só precisamos escalar cinco metros. — Raissa... — Por favor — ela segurou as mãos dele, que estavam geladas — Nós já fizemos coisas bem piores e mais difíceis. Só precisamos tentar. Daniel mordeu o lábio, era um dos tiques nervosos dele. Sempre que algo o estava matando de medo, ele mordia o lábio e levava a mão à nuca. O fato de Raissa já tê-lo feito expressar aquele tique várias vezes por sua culpa, mostrava o quão péssima amiga ela era. — Tudo bem, você tem razão — ele admitiu por fim, soltando o ar pela boca — vamos lá. Cinco metros era muita coisa quando se estava apoiando o próprio peso nos braços e nas pernas contra quatro paredes claustrofobicamente apertadas e ainda por cima segurando o cabo de um esfregão que seria usado para arrancar o chapéu da chaminé, isso se Raissa tivesse força o bastante para tanto. A ideia de ficar presa ali dentro e os flashbacks constantes do passado serviram de combustível para continuar mesmo quando suas mãos começaram a arder. Ao chegar no topo, ela se estabilizou usando apenas as pernas, o que requeria um esforço tremendo, e puxou o cabo do esfregão que havia preso no cós da calça. O chapéu de aço galvanizado saiu na décima oitava pancada, quando ela já estava ultrapassando os limites do pânico e tinha lágrimas de desespero cobrindo as bochechas. Sem tempo de comemorar e com medo das pernas falharem, Raissa jogou o cabo para fora da chaminé e se forçou a terminar de subir. Ela quase chorou de emoção ao sentir o ar gelado da noite bater no seu rosto e os seus pés finalmente alcançarem a cumeeira do telhado. No entanto, assim que Daniel saiu também, ela deixou o alívio de lado e começou a se equilibrar sobre as telhas, tendo o cuidado de pisar apenas na cumeeira e no espigão, para evitar desmoronar junto com as telhas e voltar ao interior da casa após tanto esforço. Suas pernas ainda tremiam quando os dois alcançaram a beira do telhado. Há poucos meses atrás, Raissa travaria e se recusaria a pular de algo tão alto, mas com todos os tombos que a vida lhe dera e com todas as vezes em que precisou pular, se esgueirar e rastejar por aí, quando alcançou a beira do telhado, ao invés de temer, passou a procurar uma forma de descer sem torcer o pé, afinal não seria possível continuar com a fuga se estivesse com o tornozelo acabado. — Por aqui — Daniel apontou para a outra extremidade das telhas, onde um galho de árvore quase encostava na casa. Os dois caminharam com cuidado pela ponta do telhado, se equilibrando até estar na direção da árvore. Daniel foi o primeiro a pular, Raissa o seguiu, depois disso foi fácil chegar ao chão. Faltava agora apenas mais um obstáculo entre eles e a saída: a enorme extensão do terreno em volta da casa e o bambuzal após ela que os separava da estrada.

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