Ele a deita no chão ensanguentado e toma o seu pulso.
— Ela está viva. Ele me diz. — Acho que a drogaram.
— O que diabos aconteceu com a segurança deste lugar? Eu fico com raiva.
— Isso não é bom. E o pai dela?
Sam pula e entra correndo. Eu continuo olhando para Melodie.
Peço a Deus que ele esteja bem. O seu corpo é um peso morto nos meus braços. Assim que chegamos ao final do corredor, a equipe se lança sobre mim e a leva para uma sala de exames.
Eu corro as minhas mãos sobre a minha cabeça, frustrada, esperando que ela esteja bem.
A porta é batida na minha cara e fico andando de um lado para o outro no corredor enquanto espero. Uma espera que demora uma eternidade e ninguém se deu ao trabalho de vir me contar nada.
Onde está Sam? O que diabos teria acontecido se eu não tivesse chegado na hora? Mer*da.
— Vito. A voz do meu irmão me chama a atenção. — Tentaram envenenar o Luigi.
Mas eles foram interrompidos, imagino por Melodie. Ele está bem. Infelizmente eles adulteraram a sua ventilação, então ele ficou sem oxigênio por pelo menos alguns minutos.
Isso é um desastre.
— E Melodie? Estou quase com medo de perguntar. — O que fizeram com ela? O seu pulso estava lento e a sua respiração era superficial. Foi o que ouvi, antes de me trancarem do lado de fora.
— Ela vai ficar bem, eles a atordoaram com algum tipo de inalante e depois usaram uma droga que a nocauteou. Provavelmente um daqueles facilmente encontrados nas ruas. Vai parecer uma porcaria por alguns dias, mas deve ficar bem.
Deve ser bom, é um pouco vago.
— Deve estar tudo bem? Eu questiono o seu conhecimento médico.
Sei que ainda é residente e neste momento não posso ter meias respostas.
— Farão uma análise toxicológica para verificar o que foi administrado e assim poderão saber se haverá algum efeito a longo prazo. Se eles usaram clorofórmio, à moda antiga, pode haver problemas no futuro.
Eu não gosto de como isso soa.
— Vito, eu tenho que contar ao papai sobre o Luigi e temos que entrar em acordo sobre a história.
— Você está certo, temos que fazer a ligação. Não podemos mais manter Melodie aqui. O risco é muito alto. E Luigi também deve estar sob grande vigilância. Se eles conseguiram uma vez, tentarão novamente e não tenho certeza de que teremos a mesma sorte duas vezes.
— Eu faço a ligação, você se limita à questão médica. Não diga nada sobre o resto, é melhor assim, para que não haja inconvenientes.
Enfio a mão no bolso, mas lembro que Melodie está com o meu telefone.
— Me*rda, ele pegou o meu telefone. Eu digo frustrado com o caos que se seguiu, causado por ser tão descuidado.
Sam ri e me passa. — Estava embaixo da cama no quarto do pai. Ele balança a cabeça. — Quem diria que seria uma mulher que finalmente te derrotaria, Vito.
Ela não vai conseguir tal coisa. Essa mulher vai ter que seguir as regras ou vou amarrá-la na po*rra da cadeira.
— Mande alguém para limpar a nossa bagunça no porão. Eu grito para ele, porque estou cheia de me*rda. — Eu vou ligar para o papai. Quando ela pode receber alta? Porque a única opção agora será uma casa segura.
— Em uma ou duas horas você pode leva-lá, desde que leve ela com calma e alguém a observe.
— Fique de olho nela. Só pode ser uma piada. Ela precisa de uma babá em tempo integral que não tire os olhos dela.
Eu disco o número pessoal do meu pai e espero que ele atenda.
— Vito, filho. Ele me cumprimenta e ouço que está no clube social para a sua reunião semanal. — O que está acontecendo? Ele sabe que nunca teria ligado para este número se estivesse tudo bem.
— Temos uma situação no centro médico. Digo a ele, afastando-me de qualquer um que possa estar ouvindo. — Eu trouxe Melodie para ver o seu pai e fomos emboscados pelos Stiddas.
O seu silêncio é mais preocupante do que os seus gritos.
— Eles tentaram alcançar Luigi, mas Sam o salvou. Eles drogaram a garota enquanto eu tentava fazê-la sair... São mentiras inocentes, mas ela nunca vai descobrir.
— Tem certeza que foram os Stiddas? Ele me pergunta.
— Eles tinham tatuagem de estrelas, foram eles. Nem tentaram nos enganar, é muito óbvio.
— Ela está bem? Ele não parece muito preocupado, pois ela o deixou muito zangado.
— Sim está bem. Sam diz que posso tirá-la daqui em uma ou duas horas. Digo a ele. — Coloquei quatro homens com Luigi e o mudei para outro andar. Quero que o meu pai saiba que tenho a situação sob controle e que isso não é um pedido de ajuda, é apenas para mantê-lo atualizado. Ela é problema meu, ele deixou isso bem claro para mim.
— Leve-a para a casa segura e fique com ela até que eu encontre uma solução para esse m*aldito problema. Eu já tinha a sensação de que esse seria seu plano. Eu só não tinha planejado ir com ela, caramba.
— Ficar com ela? Sério? Isso é o que ele quer que eu faça quando temos um inimigo à espreita. — Eu não preciso ficar com ela, e eu também não quero.
— Você tem ouvidos sujos ou não me ouviu, Vito? O meu pai é muito calmo e sei que é melhor não desafiá-lo — Fique com ela, e não a perca de vista, nem para ir ao banheiro. Você entende?
Ele sabe mais do que diz, mas está acompanhado, então não posso dizer mais nada no momento.
— Entendo, para onde devemos ir? Temos esconderijos por toda parte e não sei em qual ele acha que seria melhor escondê-lo.
— A fazenda, eu resolvo tudo. Ele diz bruscamente. — Como está o seu pai?
— Sam disse que ele está estável, mas eles estão monitorando ele. Vamos daqui para a fazenda, você pode mandar um carro, um que ninguém vai notar. Pode estacioná-lo na parte de trás.
— Eu vou consertar ou Marco vai. Eu posso ouvir alguém dizendo o seu nome ao fundo. — Não deixe nada acontecer. Deixe o seu telefone, estabeleceremos comunicação assim que estiverem instalados.
Conheço o procedimento, já tive que fazer mais de uma vez na vida.
— Eu sei o que tenho que fazer. Digo a ele, e assim que a ligação termina, Desligo o celular, retiro o cartão de memória e quebro o aparelho.