Capítulo 2

1630 Words
Continuação... Carregando Henry com certa dificuldade eu caminhei com ele para dentro do banheiro. O homem transpirava álcool e quase não conseguia se manter de pé. Bebemos demais, ele mais ainda! Depois que Antonella, a garota do bar, saiu de seu expediente, ela se juntou a nós e também se divertiu como se não houvesse amanhã. Ela se juntou com seus amigos e nos chamou para fazer o mesmo. Hughe bebeu seu segundo copo comigo e depois cismou que conseguiria virar mais alguns shots de tequila. A garota aproveitou que ele estava saidinho e tentou beijá-lo, mas acabou ficando para trás. Antonella me obrigou a passar meu contato e jurou que sairíamos qualquer dia, depois pagou nosso taxi até minha a casa e sumiu. Agora estamos aqui, viemos embora porque Hughe acabou perdendo sua aposta. _ Sinceramente, eu deveria estar filmando o quanto você está r**m! -Falei assim que sentei Henry na privada, para então abrir o chuveiro- vou te dar um banho gelado. _ Gelado não! -Ele ergueu sua mão- Isso é tortura! Segurei uma risada enquanto a água esquentava. _ Você está quase caindo para o lado! Acha mesmo que um banho quente vai resolver seu problema? -Enquanto falava, eu me desfazia de minhas roupas de cima- Me ajude tirando suas roupas, rapaz. _ Uii, Theo me verá nú -Seus lábios formaram um biquinho enquanto ele mostrava que seu senso de humor não iria embora nem mesmo quando seu cérebro era incapaz de raciocinar- só não vale se apaixonar. Para falar a verdade, precisarei me concentrar em não o desejar demais. Até porque Henry é homem, e mesmo sendo meu amigo, ainda sim é muito atraente. _ Anda logo! -Não pude conter a risada desta vez- Não temos todo tempo do mundo! Depois de receber a bronca, o homem deu de ombros e começou a desabotoar suas calças, depois se desvencilhou de sua camisa e sem demora, ficou apenas de cueca na minha frente. Seus olhos estavam fechados, ele estava com sono demais para se importar com qualquer coisa. Já eu, precisei me concentrar. Quanto mais ele ficava pelado na minha frente, mais meus olhos queriam permanecer encarando aquele corpo. Henry era forte, sua pele era branca, suas coxas eram do tamanho de minha cabeça e seus braços… estes eram ainda melhores. _ Está velho mas está em dia, hein! -Ele riu quando recebeu a piadinha que esperava. _ Falei para não se apaixonar -Seus olhos abriram com muito esforço, então ele ergueu os braços em minha direção- venha, seja um bom amigo e me ajude a tomar um banho. Estou sentindo um m*l cheiro muito forte. _ Talvez seja do vômito que você deixou no banco de trás do taxista, não? -Balancei a cabeça negativamente, sem sentir nada além da diversão tomando conta do meu corpo- inclusive, está me devendo cem pratas, ele me fez pagar a lavagem! Um sorriso brincou no rosto de Hughe. _ Lido com esse problema mais tarde -Seus braços ainda estavam estendidos para frente. Meu Deus, não posso acreditar que terei que banhar um homem deste tamanho! Ergui o corpo de Henry juntando todas as forças que tinha, calculei a distância até o chuveiro e com destreza passei com o homem pela porta da box, tentando não trombar em nada. A água caía quente nas costas dele e respingava fria em minha pele, fazendo com que eu me arrepiasse com aquela sensação. Pude ver o corpo dele relaxando por baixo d’água, sua cabeça caía para frente e toda vez eu tinha que voltar a erguê-la novamente, fiquei observando aquela situação, vendo quem Henry era, o que ele representava para mim. Foi impossível não rir. A alguns anos atrás eu estava completamente apavorado em um porão, sendo ameaçado pelo mesmo homem que estou dando banho hoje! Como eu pude acreditar que uma criança dessas poderia me causar algum m*l? _ Obrigado por não me colocar debaixo da água fria -ele sorriu passando a mão em seus cabelos, tirando-os de sua testa- você é sempre muito gentil. _ Eu sei disso -Estava claro que era brincadeira. Dei de ombros e entreguei o sabonete para Hughe quando vi que ele estava começando a se lembrar de como se fica de pé- toma, lava esse corpinho seu, porque eu não farei isso. _ Está com medo? -Outro sorriso surgiu no canto de seus lábios. _ Medo de que? -Contive outra risada. Eu não queria era ter que lutar contra os meus instintos, se eu encostasse no corpo deste homem, poderia acabar me esquecendo que ele é apenas meu amigo. _ De querer me pegar -Ele deu de ombros e eu quase congelei. Será que além de policial ele também sabe ler pensamentos? _ Claro que não -Tentei mudar o assunto quando enxerguei a oportunidade- isso é tarefa para Antonella -Ele fez uma careta quando escutou o nome da garota, o que quase me arrancou outra risada- Que cara é essa? _ Eu beijei ela, não beijei? -Seus olhos tentaram se manter fixados em mim enquanto eu apenas assenti com a cabeça. _ E nem foi só uma vez! -Os dois estavam se atracando o tempo todo. _ Droga -Resmungou ele, enquanto passava o sabonete na mesma região do corpo a quase dois minutos- não era para isso ter acontecido. _ Ué, e por que não? -Os dois até que formaram um belo casal. _ Não era a boca dela que eu queria beijar, era a sua -Só percebi que minha postura estava errada quando ergui minhas costas e estufei o peito para frente, sentindo a vergonha tomar conta do meu copo enquanto as palavras dele tentavam arrombar as portas de meus ouvidos para entrar. _ Muito engraçadinho você, hein? -Não sei se queria que ele estivesse brincando. Durante toda noite fiquei vendo Henry se atracando com Antonella nos cantos da festa, os dois pareciam ter se dado muito bem. Não sei se foi ciúmes porque eu não estava acompanhando ninguém, mas confesso que em alguns momentos eu quis ser qualquer um dos dois. Seja para estar beijando ela, como também para estar pegando ele. _ Não estou brincando -Por fim ele trocou a região que queria ensaboar. O frio que antes incomodava minha pele, agora já nem tinha mais minha atenção. _ Como também não está raciocinando direito -Me certifiquei de dar um passo para trás e apenas observar ele tomando banho, não só porque queria ver a cena, como também porque estava com vergonha demais para me manter dentro do box com ele- se apresse logo, meu sofá está te esperando. _ Posso dormir com você? -Sua voz estava um pouco melhor, seu corpo já estava um pouco mais firme mas Henry ainda sim estava muito bêbado- não quero dormir no sofá, acho muito desconfortável. Dormir comigo será tortura. _ Eu durmo lá então, você pode ficar em minha cama. _ Não confia em mim dormindo com você? -Lá estava sua sobrancelha arqueada. Não confio em mim! _ Não é isso, é que… _ É que nada, se confia então durma -Ele sorriu- não irei fazer nada Theo, se consegui conter meus instintos a noite toda, consigo fazer isso agora. Sou um homem de autocontrole -Só ele consegue fazer piadinhas em momentos tão constrangedores como este. _ Percebi como você controlou a vontade de beijar Antonella -Ele deu uma risada. _ Me desculpe, pensei que ela fosse você -Ele deu de ombros e tudo o que eu queria era que um buraco surgisse por baixo de mim e me sugasse para bem longe desse banheiro, só para eu não ter que lidar com a situação. Não falei mais nada depois daquilo, apenas concordei com a situação para não piorá-la. Depois do banho de Henry, o levei até a cama e lá ele se deitou, com muita dificuldade depois de vestir minha única bermuda que o servia. Voltei para o banheiro e lá eu tomei um banho, tentei lutar contra meus pensamentos, mas acabei batendo uma longa e deliciosa punheta pensando no que aconteceria se Hughe realmente tivesse tomado a iniciativa. Se eu não fizesse isso, poderia acabar não conseguindo conter minhas vontades e seria muito mais complicado ter que lidar com meus pensamentos tendo ele dormindo ao meu lado. Entrei no quarto já vestindo a roupa que levei para o banheiro e pendurei a toalha atrás da porta. Depois caminhei até a cama escutando o ronco baixo de Henry e me deitei ao seu lado, seu sono estava tão pesado que ele nem sentiu. Me ajeitei virando de lado no pouco espaço que me sobrou e encarei a parede por alguns segundos antes de fechar os olhos. Que se abriram no instante em que os braços fortes do Hughe me envolveram, puxando meu corpo em direção ao dele para dormirmos de conchinha. Olhei para trás para me certificar se ele estava acordado, mas acho que em seus pensamentos eu sou apenas um ursinho de pelúcia. O homem nem sabia o que estava fazendo. Tentei me soltar mas ele firmou seus braços, seja lá quem eu estiver sendo em seu sonho, ele não quer soltar. Revirei os olhos para mim mesmo quando percebi que estava envolvido em dois sentimentos: satisfação e vergonha. Não sei se Henry disse a verdade, mas sei que gostei mesmo que de brincadeira. Preciso tomar cuidado com isso, preciso entender o papel de Hughe em minha vida da maneira que ele é! Não quero e nem posso começar a alimentar coisas em minha cabeça, ainda mais com alguém que está tão relacionado ao meu passado como ele. Mesmo sendo um novo Theo, preciso tomar cuidado com até onde deixo meu passado fazer parte do meu presente. Não posso deixar que nada me distraia num momento tão importante da minha vida. Nada mesmo.
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