HENRY
Senti meus olhos doerem quando me atrevi a abri-los de uma só vez. Minha cabeça parecia querer competir com eles. Olhei para os lados tentando entender onde estava e só depois de alguns longos segundos percebi que o quarto não era meu. Estou na casa de Theo.
Ele não está na cama, com certeza deve ter acordado muito mais cedo. Nem sei como vou olhar para a cara dele depois de tudo o que fiz. Quando falo isso, não digo a respeito do que foi dito quando nós estávamos no banheiro, mas sim sobre todas as outras coisas, desde beijar Antonella o tempo todo até acabar vomitando dentro do táxi. Agora já que está feito, tudo o que me resta agora é lidar com minhas responsabilidades.
Da melhor maneira.
Me espreguicei na cama, então levantei de uma só vez quando vi que a preguiça não abraçava mais meu corpo. Ajeitei a bermuda no meio de minhas pernas e caminhei até o banheiro com a minha repentina ereção matinal me causando um leve incômodo.
A porta abriu no momento em que meus dedos estavam chegando até a maçaneta, quando olhei para Theo do outro lado da porta, pude notar que o garoto quase caiu para trás quando meu rosto ficou a centímetros do dele. Foi hilário ver o quanto ele ficou desconcertado.
_ Bom dia -Falei sorridente.
_ Bom dia -O sorriso em seu rosto era de vergonha- dormiu bem?
_ Assim como um lindo marinheiro. Balançando e balançando -Conforme falava, eu imitava ondas com as mãos para que a piada ficasse ainda melhor. Queria deixar Theo descontraído.
Nada demais aconteceu para que ele fique tão tenso.
_ Sorte sua que eu tenho remédio para ressaca nas minhas coisas -Ele se apoiou sobre a porta do banheiro- está com fome?
_ Estou faminto -Não foi difícil responder.
_ Vou preparar nosso café, acho que você precisa de um banho -O mais novo fez careta me tirando de fedido, segurei para não rir, pelo menos ele está brincando.
_ Como ousa…
_ Nem tente se defender -Ele ergueu sua mão na frente do rosto indicando que não adiantaria tentar encontrar justificativas- você transpirou a noite toda para tirar o excesso de álcool do seu sangue, fora que dormiu sem escovar os dentes -Senti que a guerra parecia estar perdida.
_ Tudo bem -Fechei o semblante como se realmente me importasse com isso, depois dei de ombros e passei pelo espaço entre Theo e o marco da porta, conscientemente meu p*u esbarrou em sua mão. Encarei Theo no exato momento e vi como ele relutou para conter toda a sua malícia e fingir que nada estava acontecendo dentro de sua cabeça.
Foi difícil conseguir não rir.
_ Acho melhor eu me apressar, ainda tenho que ir para a faculdade hoje -Fiquei calado para disfarçar que eu sabia do que aquilo realmente se tratava e o garoto saiu, puxando a porta atrás de si.
Quando vi que estava realmente sozinho, soltei o ar de meus pulmões e dei uma breve risada. É impressionante como ele fica desconcertado quando não sabe de que maneira reagir. Chega a ser divertido.
Devido à minha pouca vestimenta, bastou eu tirar a bermuda para estar novamente como vim ao mundo. A água já estava quente quando decidi entrar debaixo dela, naquele instante eu percebi que Theo estava certo. Eu precisava de um banho. Meu corpo estava me agradecendo por isso. Me concentrei em relaxar, em eliminar o álcool de minha pele e o bicho morto de minha boca, até que por fim terminei.
Então fui para a cozinha.
O cheiro estava maravilhoso antes mesmo de eu chegar lá.
_ Que cheiro gostoso -Falei sorridente já me escorando no balcão que dividia a sala de onde Theo preparava o nosso café da manhã.
_ Agradeça as tortas congeladas -Ele prestava atenção enquanto virava a água quente no coador de café- vai ver como são uma delícia.
_ Pelo cheiro, deve estar maravilhoso -Me apoiei sobre meus antebraços- Quer ajuda?
_ Não, estou quase acabando -Ou Theo estava realmente concentrado em preparar o café da manhã, ou o garoto estava simplesmente prestando atenção demais em tudo, para evitar de me encarar.
_ Está tudo bem? -Dei a volta no balcão, com passos calmos passei por trás do mais baixo e me apossei de um copo.
_ Sim, por que não estaria? -O medo de eu estar percebendo alguma coisa já deixava seu cheiro se misturar com o da torta.
_ Por que você parece estranho -Não tinha o porque fazer joguinhos, já está divertido antes mesmo disso.
_ Não estou -Theo fechou a garrafa de café e passou esbarrando em mim, diferente do que fiz, ele não calculou o espaço- só estou preocupado com o trabalho que terei que apresentar na faculdade -Foi a primeira vez que ele me encarou nos olhos- suas roupas já estão secas.
_ Como assim? -Eu estava vestindo as maiores peças de seu guarda roupa.
_ As coloquei para lavar antes de dormir, agora já estão secas -O mais baixo deu de ombros como se isso não fosse nada demais, entretanto eu me surpreendi com sua proatividade.
Nossa conversa não rendeu muita coisa depois disso. Theo terminou de ajeitar a mesa do café e nós nos sentamos para comer. A torta estava tão gostosa quanto cheirosa, o garoto manda muito bem na cozinha. Infelizmente seus dots para socializar não devem ser tão bons quanto os culinários, já que ele não disse uma só palavra desde que se sentou.
_ Já pode casar, Theo -Brinquei.
_ Essa piada é machista -Seus olhos me fitaram e para seu azar eu já esperava por essa conduta.
_ Imaginei que essa seria a resposta que daria -Tomei um gole de café.
_ Como? -Me desafiou ele.
_ Você é muito previsível. -Segurei para não deixar com que uma risada escapasse no momento em que ele escutou minhas palavras. A expressão dele estava desconcertada.
Theo olhou de um lado para o outro, pensando em algo rapidamente.
_ Por que está falando isso? -Acho que esta não foi a resposta que ele quis dar.
_ Porque desde que acordei, vi que você está estranho por causa do que te contei ontem no banheiro -O garoto engasgou com o alimento. Ele não esperava por isso, enquanto eu agia como se nada estivesse acontecendo.
Até porque não está.
_ Claro que não -Theo ajeitou sua postura e também sua roupa- já disse que estou assim por causa da faculdade. Não é sobre o que foi dito.
_ Você mente tão m*l que nem consegue me olhar nos olhos -Minha frase foi como um imã para o olhar do garoto. Agora eu tinha sua atenção, como também a sua tensão- vai mesmo ficar correndo do que aconteceu, ou prefere conversar sobre? -Calma era algo que não me faltava agora.
Depois de soltar o ar de seus pulmões, Ricci percebeu que não havia muita coisa a ser feita.
_ Tudo bem -Seus ombros caíram. Ele pensou no que iria dizer e desta vez fez o certo- que diabos foi aquilo?
_ Aquilo o que, exatamente? -Continuei tomando meu café normalmente.
_ Você disse que queria me beijar, Henry -Ele revirou seus olhos- por favor não me venha com joguinhos.
_ Estou fazendo o oposto disso, caso não tenha percebido -Não quis ser grosso, mas não me importei se soou como tal- falei o que queria falar. Agora que já está dito, peço desculpas.
_ Desculpas por quê? -Ele não entendeu.
_ Desculpas por ter agido assim. Sabia que não aconteceria nada e mesmo assim falei. Aquilo sim foi um joguinho do qual não me orgulho.
Theo não conseguia absorver minhas palavras, ou pelo menos parecia não querer.
_ Eu sei que estava bêbado, não precisa reforçar que nada aconteceria.
_ Na verdade, não falei nada que não quis falar -Lá estava ele surpreso novamente- falei que nada aconteceria, porque ontem eu errei desde o momento em que beijei Antonella.
_ Não sou ciumento -Fiquei tão contente por ele estar levando as coisas na esportiva que dei uma risada, depois joguei o guardanapo de pano em cima dele e continuei a falar.
_ Não é isso, seu imbecíl! -Ainda existia resquícios de risadas no meio de minhas palavras- É porque eu ainda estou namorando -E todos eles foram embora quando eu não disse nada além da verdade.
O silêncio voltou a tomar conta da mesa.
_ Está falando sério? -O garoto nem conseguia dar o gole em seu café, mas estava com a xícara parada próximo a sua boca, apenas esperando minha resposta.
Confirmei com a cabeça e o olhar que recebi foi de vergonha.
_ Mas é uma longa história -Continuei não mentindo- tão longa que posso te contar outro dia, daqui a pouco você tem que ir para a faculdade e não acho que teremos tempo -Theo não me compreendia, mas entendia o que eu estava tentando dizer.
_ Você não tem que se desculpar de nada -Respondeu ele, com seu tom de voz calmo.
_ Mesmo?
_ Sim -Seus antebraços sustentaram o peso de seu corpo quando ele se inclinou sobre a mesa para falar mais próximo de mim- você não tem culpa de se sentir atraído por outras pessoas, Henry. O nome disso é não monogamia -Então ele respirou fundo- não foi cometido nenhum erro, logo ninguém precisa se desculpar.
Acho que agora me senti ainda mais atraído por ele. Droga.
_ Não acho que seja isso, porque não sei se de fato ainda resta amor na relação -Dei de ombros enquanto me deliciava com o resto do café em minha- mas como disse, isso é assunto para outro dia.
O garoto ficou sem reação, mas preferiu respeitar minha decisão.
_ Ok, não insistirei -Então um sorriso brincou na lateral de seus lábios- vou respeitar seu processo, mas mesmo assim, não precisa se desculpar.
_ Está bem -Concordei para não render ainda mais o assunto, e depois disso nosso café continuou normalmente.
É bom saber que Theo continua sendo um cara acima da média, desde que o conheci, uma das coisas que mais me chamou a atenção enquanto convivi com ele foi a maturidade do garoto para lidar com as situações mesmo sendo tão novo.
Não foi difícil retomar o clima depois que o assunto ‘’complicado’’ se dissolveu em meio a outras conversas, a forma como Ricci e eu simplesmente fazemos palhaçadas com quase tudo deixou nosso café muito mais descontraído do que eu esperava. Foi bom passar a manhã com ele, inclusive queria poder ficar mais.
Pena que tive que ir embora para deixá-lo estudar.
[...]
Estava quase chegando em casa quando meu telefone tocou chamando minha atenção para o porta objetos enquanto vibrava. Era meu chefe ligando. No meu dia de folga.
_ Bom dia -Atendi já sabendo que esta ligação não me era um bom sinal.
_ Bom dia, Hughe -Respondeu ele, com seu tom de voz receoso como o de alguém que estava prestes a cortar o descanso de um de seus funcionários- tudo bem?
_ Só consigo te responder isso depois que me disser o por que de estar me ligando, Bob -Falei em tom de brincadeira, parando o carro no acostamento na frente do prédio em que estou morando, esperando dentro do veículo até ter certeza que não precisaria ligá-lo novamente.
_ Parece que mais pistas sobre o caso González foram encontradas e por você estar liderando-o eu acho que você deveria saber delas.
Droga, o caso é importante.
Respirei fundo apertando o volante em meus dedos. Não queria ter que ir trabalhar, entretanto não posso acabar deixando um caso como este passar.
_ Se eu for hoje, consigo minha folga em outro dia?
_ Com certeza -Me tranquilizei quando vi que Bob não havia pensado duas vezes antes de responder- só liguei porque você estava muito empenhado em descobrir quem é o desgraçado e agora acho que estamos próximos de pegá-lo.
O caso dos González é um pouco assustador. Eles eram uma família refugiada no país e até onde eu sei, estavam sendo vigiados por muito tempo sem perceberem que estavam sendo alvos de um assassino em série. Aos poucos seus integrantes foram desaparecendo um por um, no mesmo dia do mesmo mês, em anos consecutivos. Primeiro foi o pai, que foi dado como desaparecido no dia do aniversário de sua filha, segundo foi a menina, que sumiu no mesmo dia um ano depois, ao mesmo tempo que sua mãe recebeu a notícia que seu marido havia sido encontrado morto. Não sabemos quem está fazendo isso, busco mais pistas desde então. Confesso ter achado que mais nada seria encontrado. Faz três anos que não recebemos mais ligações da família, pelo menos até agora.
_ Tudo bem, passarei ai depois do almoço -Nem a p*u eu iria para lá agora, sei que o caso vai me segurar por um tempo- pode ser?
_ Por mim tudo bem -Respondeu ele- preciso desligar -e desligou antes mesmo de terminar a frase.
Pelo visto meu dia não sairá como o esperado.
[...]
Passei muito mais tempo do que esperava resolvendo o caso dos González. Jussara, a mãe da garota, disse que sua filha ligou para ela pedindo socorro depois de todo esse tempo e agora todas as autoridades estão atrás da garota.
Conseguimos rastrear o telefone que efetuou a chamada e não acho que deva ser difícil encontrá-la, ainda mais agora que voltamos com suas fotos para as redes sociais e espalhamos cartazes nas ruas da região, que por sinal nem fica muito longe daqui. Pela primeira vez em anos pude ver esperança no rosto dessa mãe, e essa foi a única coisa que me manteve aqui até agora.
_ Até mais, Hughe -Bob havia acabado de passar por mim quando se despediu- me desculpe ter estragado seu dia de descanso.
Sorri cansado prestando continência mesmo sem a necessidade.
_ Conta comigo sempre que precisar resolver seus casos mais difíceis -Desde que comecei a trabalhar como investigador criminal os piores casos sempre caem na minha mesa. De acordo com Bob, oficiais como eu não resolvem casos comuns se quiserem boas carreiras, e graças a ele, sou um dos mais renomados aqui dentro.
_ Por isso mesmo escolhi te ligar -O sorriso de satisfação estava em seu rosto. Eu poderia estar cansado, mas se aceitei estar aqui, darei o meu melhor até o último momento- agora vá descansar, acho que você torrou todos os seus neurônios hoje.
Fui eu quem comandou as operações, quem investigou Jussara e quem resolveu as coisas até o último momento.
_ Anima tomar uma cerveja? -Depois de todo estresse que passei trabalhando hoje, creio que o álcool seria uma boa para relaxar.
Desde que eu não acabe como ontem.
_ Reclamou que estava de ressaca o dia todo e agora quer beber? -O homem que vestia um terno cinza escuro deu uma risada enquanto balançava sua cabeça negativamente, com um sorriso de divertimento em seu rosto- você não muda!
_ Só se cura uma ressaca bebendo mais para rebater, nunca escutou isso? -Contive um sorriso e esperei sua resposta.
_ Infelizmente não poderei acompanhar você nessa, amigo -Que não foi a que eu estava esperando- minha mulher está no hospital, preciso buscá-la e levá-la para casa.
_ Ela está bem? -Não queria mais continuar a conversa depois de saber que beberia sozinho, mas o fiz porque estava conversando com meu chefe, e também porque sou educado demais para simplesmente externalizar meus pensamentos.
Que gritam bem alto no meu ouvido: ‘’Vá beber sozinho, e beba logo porque já está tarde!
_ Sim, ela teve que fazer uma cirurgia simples e ganhou alta hoje -Os olhos de Bob desceram até o relógio que pesava seu pulso e sua expressão mudou quando ele viu as horas, parecendo estar atrasado- Meu deus! Preciso ir!
Sem se despedir, o homem simplesmente sorriu e saiu correndo pelo corredor à nossa frente. Coloquei as mãos no bolso enxergando seu corpo sumir conforme ia se distanciando do ponto em que eu estava e apenas sorri soltando o ar de meus pulmões depois de perceber que estava sozinho.
Lembro-me de quando entrei aqui, as coisas pareciam ser muito diferentes do que são hoje. Pensei que seria odiado por todos depois que peguei o cargo de um cara que era nada mais nada menos do que quase um irmão para todos que usam distintivos neste lugar, inclusive Bob, no fim agradeci por estar errado. Acabei sendo muito bem acolhido aqui, esses caras são como uma família. Talvez a que eu não tive.
A brisa fresca acariciou a pele do meu rosto quando saí pelas portas da frente da delegacia, meu carro estava estacionado bem próximo a entrada, não demorou muito para que eu estivesse sentado dentro dele. Uma notificação chegou na hora em que joguei meu celular no porta objetos, instintivamente meus olhos buscaram pelas horas, e depois de me certificar que nem era tão tarde assim, eles buscaram seus reflexos no retrovisor.
Dei um sorriso me encarando, ajeitei a posição do espelho e minha postura no banco, para então falar:
_ Acho que você consegue beber moderadamente e ir dormir, Hughe -Sabia que meu reflexo não responderia, mas como aprendi que ‘quem cala consente’, entendi que ele estava concordando com minha ideia. Então apenas girei as chaves na ignição sentindo o carro vibrar quando foi ligado e sai dali, indo em direção aos bares mais conhecidos da cidade.
É hora de me desestressar um pouco.
[...]
Não aguentava mais escutar meu celular tocando. Peguei o aparelho vibrando no bolso de trás de minha calça assim que desci do carro e vi que quem me ligava era Alice, minha namorada. Respirei fundo, depois soltei toda tensão acumulada em meus ombros para atender o telefone, arrastando o dedo para o lado.
_ Oi amor -Respondi como se a raiva por estar recebendo a ligação tivesse desaparecido em um passe de mágica.
_ Precisamos conversar -Ela não queria fazer suspense, mas parou de falar para analisar todos os sons vindos do meu lado da chamada- está em uma festa?
_ Não -Me afastei da entrada do estabelecimento para que a música ficasse mais baixa- estou em bar -Não menti porque sabia que não iria adiantar.
_ Estou te ligando para conversar e você está indo para um bar? Aposto que deve estar indo encher a cara pra tentar fugir do que aconteceu, não é mesmo? -Detestava ter que aguentar isso calado e mesmo assim nada foi dito, porque eu sabia que quem falava agora, era o ego e o sofrimento dela.
_ Só quis beber um pouco depois de um longo dia de trabalho, amor -Mantive meu tom de voz.
_ Não estava de folga? -Questinou com raiva.
Ela está mesmo pensando que estou mentindo.
_ Estava, mas me ligaram para resolver um caso de última hora, sabe como é o trabalho…
Ficamos em silêncio, até que escutei os soluços do choro de Alice através do telefone.
_ Amor? -Minha preocupação já não era tão forte- O que está acontecendo?
Ela juntou forças para falar e simplesmente puxou meu tapete quando abriu a boca. Fui de queixo ao chão com suas palavras.
_ Preciso de um tempo para saber o que realmente quero entre nós dois -Por mais que sua voz estivesse firme, pelo menos agora, eu sabia que por trás do telefone se encontrava uma mulher caindo aos pedaços.
Muita coisa está acontecendo em nossa vida. Principalmente na dela. Às vezes, questionar sua atitude não é a melhor solução.
_ Tem certeza disso? -No entanto, não posso deixar de saber se ela está mesmo falando a verdade.
_ Isso não é um adeus, pelo menos espero que não seja -Estava em choque quando a ficha realmente caiu- mas não posso continuar como estamos, preciso entender o que está acontecendo comigo, com a gente.
_ Podemos conseguir juntos -Uma lágrima quis escorrer, mas eu a engoli como se fosse prego.
_ Por enquanto, estamos melhor separados. Na verdade, nem conversamos direito a dias, ontem não sabia onde você estava e tentei te ligar a noite toda, mas como sempre, você nunca tem tempo para sua vida pessoal -Me lembrei de ter visto umas chamadas perdida e ficado com medo de retornar por não conseguir encarar a situação.
Posso ter errado, mas não posso cair em mais joguinhos emocionais.
_ Ok -Engoli minha vontade de prolongar a conversa- quando quiser, me procure. Irei te visitar para decidirmos qual decisão tomar -Ao contrário do que eu imaginei que aconteceria, meu peito queimava com a ideia desse ciclo se fechando- não importa o dia, muito menos a hora.
_ Tudo bem -Respondeu Alice, em prantos- até mais -e assim como Bob fez mais cedo, ela desligou na minha cara. Sem nem sequer dizer ‘eu te amo’.
Preciso me conter para não descontar minha frustração na bebida.
[...]
Meu corpo caiu de costas no colchão quando suas mãos me empurraram até a cama, sem esperar, ele subiu em cima de mim e entrelaçou suas pernas em volta de minha cintura. Um sorriso safado brincava em seus lábios e vê-lo deste ângulo o deixava ainda mais sexy.
A última -e única- vez que me relacionei com um homem foi no ensino médio. Pensei que seria algo que não viria acontecer novamente, porque assim como agora, eu era só mais um cara bêbado se permitindo viver a vida. No entanto, desta vez eu sei o que está acontecendo.
E quem estará no comando sou eu.
Ergui meu tronco a frente abraçando seu corpo para conseguir me manter firme, ele se ajeitou em cima do meu colo e colou nossos lábios com um beijo molhado, permitindo logo de primeira que eu invadisse sua boca e dominasse cada canto dela.
Meus dedos entrelaçaram seus cabelos, com firmeza eu puxei sua cabeça para trás e mergulhei o rosto em seu pescoço, beijando sua pele quente e cheirosa, deixando um fino rastro de saliva por toda a região que minha língua passeava.
Pude sentir que ele se arrepiou e sorri contra sua pele, sentindo meu p*u começar sua ereção quando seu quadril foi se movimentando. Suspiros escaparam de ambas as nossas bocas.
_ Você é de longe a melhor coisa que me aconteceu hoje -Disse ele, se referindo a nossa longa conversa antes de chegarmos até aqui.
Bebi mais do que deveria, novamente. Quando cheguei no bar ontem, pedi o drink mais forte, muito mais de duas vezes, até que este cara parou do meu lado e começou a conversar comigo. Me atraí por ele de primeira, ele parece ser um pouco mais novo que eu, mas teve atitude desde o momento que me olhou nos olhos.
Fui caindo em seus joguinhos e agora, só quero meter nele e escutá-lo gemer, agora estou aqui.
_ A coisa boa ainda não aconteceu -Sorri safado, para então acariciar seu lábio inferior com a língua, puxando-o para mim depois de obtê-lo em meus dentes. O garoto gemeu de olhos fechados, acendendo ainda mais o meu t***o- vem aqui.
Não me preocupei em ser cavalheiro, pelo menos não agora. Segurei na lateral de seu corpo e com precisão o tirei de cima de mim, ficando em pé e o deixando na cama. Sabendo exatamente o que estava fazendo, o rapaz ficou de quatro me encarando, como se já estivesse implorando para me ter na boca com o olhar. E como um bom rapaz, dei o que ele queria.
O álcool que percorria minhas veias me fazia ter que conter minhas vontades, por ser muito bruto às vezes, acabo esquecendo que estou lidando com outro ser humano.
Segurei em sua nuca com uma mão e com a outra comecei a abrir o zíper de minha calça. O olhar do homem na cama ainda estava direcionado para mim, esperando para ter o que tanto queria. Sem vergonha meu p*u saltou para fora de minha calça no instante que teve sua liberdade, bem próximo a boca dele.
_ Nossa -Ele se surpreendeu com o tamanho- acho que vou me divertir bastante hoje.
Inclinando a cabeça para frente, com sua boca aberta, ele abocanhou meu p*u. Meu rosto caiu para trás quando senti sua língua quente e molhada me envolvendo com habilidade. Com uma de suas mãos ele segurou na minha base e começou a me masturbar de leve enquanto sua língua terminava de fazer o serviço.
Aquilo estava uma delícia, tão gostoso que me fez querer ver até onde ele manteria esta postura. Aproveitei que meus dedos estavam em seus cabelos e puxei sua cabeça em direção ao meu corpo, atolando meu p*u até o fundo de sua garganta. No início, ele ficou entalado enquanto abria sua boca ainda mais para me receber, no final, fui obrigado a gemer quando por fim entrei em sua garganta, sentindo seu canal massagear meu p*u enquanto seus pulmões procuravam ar.
Comecei os movimentos de vai e vem com o quadril quando vi que ele já não aguentava mais conter seus pulmões implorando por ar, com meu olhar fixado em sua expressão que suplicava por piedade, do jeito que eu queria vê-lo fazendo.
Sua cabeça foi para trás quando soltei sua nuca e ele notou que podia respirar. Engasgando, o homem de quatro na cama limpou as lágrimas formadas em seu rosto e me encarou de volta, com o mesmo sorriso safado em seu rosto.
_ Quero te sentir dentro de mim -Ele não poderia ter me dito palavras melhores.
Sem responder suas palavras eu sorri de volta e brinquei com meu p*u, sentindo seu peso em minhas mãos enquanto o rapaz se desfazia de suas roupas inferiores. Depois de estar completamente exposto para mim, ele voltou a ficar de quatro, mas agora com seu r**o em minha direção, e para melhorar ainda mais a visão que eu estava tendo, caiu com seu rosto mergulhado no colchão, ficando mais empinado ainda.
Não sabia que t*****r com homens poderia ser tão excitante.
Cuspi na cabeça do meu m****o e também em sua entrada, que piscava freneticamente pronta para me receber. Apoiando um pé em cima da cama eu me encaixei por trás de seu corpo. Foi difícil conter minha vontade de meter, então esta foi a primeira coisa que fiz: entrei com tudo.
O gemido que escapou de sua garganta me fez querer começar com os movimentos e conforme eu ia sentindo meu quadril batendo contra o dele, meu t***o aumentava. Ele se contraia internamente procurando formas de encontrar conforto para me receber, ao mesmo tempo que eu só queria continuar desfrutando do prazer imenso que me dominava.
Fiquei surpreso e ainda mais e******o quando cessei os movimentos e ele simplesmente começou a empurrar seu quadril contra mim, me fodendo com seu r**o. Ninguém nunca havia feito isso comigo, eu nunca transei com alguém que se sentisse tão confortável com tanta p*****a.
Eu queria continuar a p*****a, mas a situação não permitiu.
Fui completamente dominado pelos meus instintos quando vi que ele pedia por mais, e sem pena, dei isso a ele, novamente. Firmando seu corpo em minhas mãos eu puxei seu quadril em minha direção e soquei meu p*u o mais fundo que pude naquele r**o.
Desta vez ele não gemeu, ele gritou. Para então começar a se masturbar enquanto me recebia. Ele era quente, apertado e me massageava toda vez que eu tocava sua próstata e o proporcionava a sensação que ele buscava.
_ Fica assim! -Pude ver que seu prazer não demoraria para chegar ao ápice, então me concentrei em continuar com a força e a intensidade das estocadas.
Um gemido alto tomou conta do quarto quando ele tensionou todo seu corpo na intenção de liberar seu prazer juntamente a sua p***a farta, que caiu sobre o colchão um pouco antes de seu corpo. O homem que antes estava de quatro agora estava de bruços, tendo espasmos enquanto perdia a força de suas pernas.
Sem sair de dentro dele, me coloquei por cima do seu corpo, aproveitando que agora ele estava ainda mais apertado que antes eu voltei com os movimentos, sem me preocupar com seu desconforto. Os gemidos eram altos e para me fazer gozar, ele pediu por mais.
Este cara parece dominar a arte do sexo, porque fez tudo o que podia para me excitar. A ponto de eu cair urrando em cima dele no instante em que gozei, sentindo o prazer dominar meu corpo por completo enquanto eu enchia aquele r**o com meu leite.
Cai para o lado depois de amolecer dentro dele, sentindo minha respiração ofegante voltando aos poucos. Ele deu uma risada ainda de bruços, com seu rosto virado em minha direção. Eu encarava o teto.
_ Nossa, se eu soubesse que seria assim, teria dado em cima de você um pouco antes -Uma risada safada escapou dos lábios dele.
_ Cara, isso foi incrível -Descontei toda a minha frustração em cima desta cama, descarreguei todo meu estresse dentro dele.
Outra risada escapou de sua garganta, quando encarei seu rosto vi que ele estava de olhos fechados. A minutos atrás nossos corpos estavam tão próximos um do outro que pensei que iriamos nos fundir, agora, somos apenas dois homens despojados na cama juntando forças para levantar e ir embora deste quarto de motel barato.
_ O que tem tanta graça? -Quando perguntei, já estava rindo fracamente.
_ Percebeu que não sabemos nossos nomes? -Me surpreendi quando percebi que isto era um fato. Conversamos muito, nos demos muito bem, acabamos transando como animais e tudo isso sem sabermos como nos chamamos.
Será que eu minto meu nome?
_ Prazer, sou Kristofer Solveig -Preferi mentir. Não sei se verei este homem novamente e muito menos qual rumo minha vida vai tomar depois que eu sair deste quarto de motel.
O rapaz ao meu lado abriu seus olhos, com um sorriso cansado em seu rosto.
_ Prazer Kristofer, me chamo Eric. Eric Christer.