THEO
Ok. Talvez meu dia não tenha começado tão alinhado assim. Acordei atrasado e saí de casa ás pressas. m*l me arrumei e muito menos tomei café. Ou era isso, ou eu perderia a minha primeira aula na faculdade.
_ Conseguiu apresentar o trabalho? -Perguntou Maggie, com sua voz calma enquanto fazia unha do outro lado da linha.
_ Não teve trabalho nenhum, só falei aquilo para correr do assunto! -Como sempre, minha irmã sabe de tudo o que está acontecendo comigo. Quando Henry saiu ontem, a primeira coisa que fiz foi ligar para ela e contar todas as novidades, até mesmo para ver se conseguia lidar com as coisas da melhor maneira.
Duas cabeças pensam melhor do que uma.
_ Você é o pior, maninho! -Ela deu uma risada- Ele caiu pelo menos?
_ Espero que sim -Dei de ombros no instante em que parei o carro em uma das vagas do estacionamento. Desconectei o bluetooth da chamada e peguei o aparelho, o apoiando entre minha orelha e meu ombro para então me apossar de minha bolsa.
_ Como você consegue atrair tantos caras gostosos para você? -Dei uma risada junto a minha irmã- Estou falando sério! Você é o mais sortudo de nós, sem sombra de dúvidas.
Não chamaria isso de sorte, porque junto a uma coisa boa, sempre vem umas dez ruins.
_ Sinceramente não sei, queria que ele fosse apenas meu amigo.
Segurei para não rir, ela sabia que eu estava mentindo.
_ Conta outra, maninho! Você queria mesmo era que ele tivesse te comido naquele banheiro -A conversa que estou tendo com minha irmã desde que saí de casa está sendo a única coisa que está colocando meu dia no lugar.
Por falar em comer, meu estômago vibrou de fome.
_ Ele disse que não vai rolar nada, Maggie -Me recordei de suas palavras.
_ Por favor! -Amo como ela vai de oito a oitenta num passe de mágica- O cara pegou uma menina na sua frente a noite toda, e olha que ele estava namorando!
_ Não sei se quero me envolver com caras comprometidos, ainda mais os que tem ligação direta com toda a bagunça que aconteceu comigo no passado.
_ Você precisa liberar seus traumas, nem todo mundo é igual ao i****a do Ferri.
Maggie sabia como me provocar.
_ Não quero pensar nisso agora -Cortei o assunto antes mesmo de ele ser configurado entre nós. Não é de Sebastian que estamos falando- até porque tenho outro pretendente tão gostoso quanto ao Hughe, e espero vê-lo o quanto antes.
_ Você é mesmo uma v***a! -Ela caiu na gargalhada- Não sei como consegue ser assim…
_ Assim como? -Terminei de subir o último degrau da escadaria central do campus, entrando no prédio do meu curso. Minha atenção estava dividida entre o telefonema e os meus atuais afazeres.
_ Não sei, mas queria entender também -Balancei a cabeça negativamente, já nem prestando tanta atenção assim na conversa.
_ Preciso ir -Não tinha como permanecer aqui, me apressei muito para chegar a tempo e no final simplesmente me atrasar porque estava no telefone com minha irmã- te vejo hoje a noite -Como combinado, meus irmãos e eu jantaremos juntos hoje.
_ Tudo bem, maninho -Respondeu compreensiva- até a noite.
_ Amo você -Sorri depois de dizer tais palavras.
_ Também amo você. Boa sorte com seus pretendentes, acho que irá precisar -Dei um sorriso de canto maneando a cabeça negativamente enquanto contia uma risada.
_ Até mais -Desta vez, quem desligou foi eu.
Não sei se sorte é realmente o que eu preciso.
[...]
Minhas primeiras aulas foram absurdamente chatas, escutei os professores discursando justamente a matéria que eu já sabia. Agora estou indo para minhas últimas horas de tortura, pronto para assistir minha ultima aula do periodo anterior e poder continuar meu curso.
Os alunos passavam de um lado para o outro no corredor, quase todos concentrados em chegar no seu destino. Alguns nem tanto, pois conversavam com seus colegas e até mesmo marcavam de se encontrar em um barzinho, antes que as aulas acabassem.
_ Theo! -Olhei para trás para ver quem me chamava, esperando ansiosamente que fosse Erik e me frustrando quando vi que quem me chamava era Eliot, meu amigo que não conseguiu completar o último ano letivo.
_ Bom dia! -Dei um sorriso com os braços abertos quando vi que ele corria em minha direção. Fui obrigado a dar uns passos para trás para conter o impacto de nossos corpos- Está tudo bem?
_ Melhor agora que estou vendo meu velho amigo! -Ele deu um sorriso me soltando, depois me avaliou de cima para baixo e mordeu seu lábio inferior. Provavelmente se lembrando da noite que nos pegamos no banheiro de um bar.
_ Você nunca muda, né?!? -Dei uma risada, já acompanhando seus passos.
_ Pena que não posso dizer o mesmo que você, está ainda mais radiante que o comum! -Lá estava meu amigo com suas cantadas baratas, tentando fazer com que nossa noite se repita, quando nada além de nossa amizade vai continuar acontecendo- Está indo pra onde?
_ Recebi um e-mail da direção da faculdade dizendo que uma de minhas aulas no ano passado não havia sido computada, mesmo comigo assistindo-a.
_ E ai? -Fingiu interesse.
_ E aí que eu consegui provar que eu estava lá, mas acabaram me pedindo para assisti-la novamente.
_ Mas eles não podem fazer isso! -O irmão de Eliot é formado em direito, passei o ano todo escutando meu amigo falando sobre regras que nem mesmo a direção da faculdade sabia que era obrigada a seguir.
Talvez ele tivesse passado o ano se não tivesse enchido tanto o saco.
_ Se podem ou não podem, eu não sei -Dei de ombros- mesmo a falha sendo deles, prefiro assistir a aula e evitar mais frustrações do que simplesmente prolongar o assunto.
Tudo o que eu pedia mentalmente era para que Eliot me deixasse em paz. Já acabei minhas aulas, e estou aqui porque sei que Erik tem esta matéria em sua grade curricular, se eu entrasse sem ser notado, poderia assistir a aula sem que o professor me expulsasse. Já com meu amigo aqui, as coisas complicam um pouco.
Aproveitei que mr.Robinson, o professor, não estava na sala e que Eliot me disse que teria que ir ao banheiro e sumi no meio da multidão que estava subindo as escadas no meio do auditório, pronto para pegar qualquer acento no fundo da sala, longe o suficiente para não ser visto.
Todos que entraram já haviam, o professor já estava atrasado, como alguns outros alunos que chegavam aos poucos e buscavam os poucos acentos liberados. Agradeci por serem na frente e fingi estar guardando a cadeira do meu lado.
Não que eu não estivesse.
E foi então que o aluno mais esperado chegou na sala. Erik Christen. Meu peito disparou quando viu o quão lindo ele estava, o rapaz mais que educado passou cumprimentando todos que estavam no seu campo de visão, e por não olhar olhar para todos os acentos, inclusive para mim que estava com a mão levantada, ele se apressou e se apossou de uma cadeira na primeira fileira. Já Eliot, que entrou logo em seguida, pareceu estar com um rastreador me procurando, pois foi questão de segundos para que ele me enxergasse e acenasse para mim.
Para a minha má sorte, algumas pessoas sentadas na primeira fileira olharam para trás, inclusive quem eu queria que tivesse feito antes mesmo de se sentar. Havia uma cadeira ao meu lado, apenas uma mísera cadeira, e esta foi ocupada por Eliot enquanto Erik se repreendia mentalemnte por não ter me enxergado antes.
Pude ver sua feição mudando.
Meu celular vibrou quando Eliot colocou a mão sobre minha coxa esquerda e sorriu. Puxei a perna para a minha direção mas ele pareceu não entender o recado e se entendeu, preferiu se fingir de sonso. Olhei a barra de notificações e vi que havia recebido uma mensagem de Maggie me mostrando alguma publicação nas redes sociais.
Ignorei este fato, junto ao polegar do meu amigo ao lado me acariciando. Apenas revirei os olhos. Estava prestes a me levantar e sair andando, mas mr.Robinson fez seu papel e apareceu bem nesta hora. Eu poderia sair, poderia falar que estava na sala errada e ir embora, mas não o fiz, porque queria demais conseguir falar com Erik hoje.
Nem que fosse para tirar Henry de meus pensamentos, pelo menos por alguns segundos.
A aula se estendeu muito mais do que eu queria, o professor pediu alguns minutos extras pelo seu atraso e fomos obrigados a esperar. Erik e eu trocamos olhares em quase todos os momentos, algumas meninas que estavam sentadas ao lado dele perceberam que algo estava rolando e até tentaram ver quem chamava tanto a atenção do garoto que chamava a atenção delas.
Depois de sermos liberados os alunos se levantaram às pressas e começaram a descer as escadas como se estivessem correndo de um incêndio, prontos para deixar a faculdade depois de um longo dia de estudos. Aguardei até que a maior parte deles tivesse deixado a sala e quando vi que estava quase sozinho, comecei a caminhar até a saída.
_ Theo? -mr.Robinson me lançou um olhar arregalado- Estava aqui o tempo todo?
_ Sim -Falei com os ombros encolhidos- achei que poderia ver a aula do meu professor favorito -m*l sabe ele que eu detestava assistir suas aulas.
Um largo sorriso se formou nos lábios do homem, que me analisou por completo.
_ Sabe que isso é contra as regras, não sabe? -Confirmei com a cabeça.
_ Mas só se você contar -Dei um sorriso de canto- atrapalhei a sua aula hoje, senhor?
Ele analisou a situação, com um semblante tão calmo que já me confirmava que nada demais aconteceria depois de eu ter violado uma das regras.
_ Não tenho motivos para entregar um dos meus melhores alunos -O sorriso em seu rosto duplicou seu tamanho- fico feliz que tenha dedicado mais um tempo para assistir uma de minhas aulas novamente, se quiser fazer isso de novo, me avise para que eu te chame em um dia que o assunto seja mais interessante.
Realmente, tive que me concentrar para não dormir diversas vezes.
_ Seria um prazer! -Forcei simpatia e cortei o assunto para que este não se estendesse por muito tempo- Infelizmente eu preciso ir, passei para assistir a aula porque o professor do meu último horário não estava presente, até mais, mr.Robinson!
_ Até mais, Theo. Mais uma vez, muito obrigado pela presença. Mantenha isso em segredo, ok?
Confirmei com o polegar e girei meus calcanhares pronto para deixar o local. Erik já havia saído da sala, mostrando que todo o meu esforço havia sido perdido por ele simplesmente não ter me esperado. Sem deixar que percebessem, apertei os passos e fui em direção a biblioteca, que é onde os estudantes costumam ir depois de receber um novo conteúdo.
Graças a Deus não foi preciso dar nem dois passos depois de sair de sala. Alguém segurou meu braço com força e impediu que eu continuasse andando, olhei para a mão da pessoa e vi seu relógio, que fez com que um sorriso surgisse em meu rosto e crescesse ainda mais quando meu olhos subiram de seu punho para encontrar os dele.
Era Erik. Ele estava escorado com uma de suas mãos atrás de suas costas, apoiado na parede enquanto me segurava com a outra. Tive que olhar para cima para conseguir manter nosso contato visual.
_ Veio me ver? -A confiança que ele exala me excita.
_ Como tem tanta certeza disso? -O sorriso malicioso que se fazia presente em meus lábios confirmava sua pergunta.
_ Você já assistiu a matéria, e as aulas do Robinson são horríveis -Ele riu pelo nariz- a que devo a honra de te ver hoje?
Pensei em me fazer de difícil, mas me lembrei que nem mesmo ele fez isso quando me viu da primeira vez.
_ Queria te encontrar, estou tentando fazer isso desde o primeiro dia que nos vimos.
_ Nossa -Sua expressão demonstrava sua surpresa- por essa eu não estava esperando. Um garoto como você andando no campus atrás de um cara como eu?
Fiz questão de encará-lo por completo, ele viu que estava sendo analisado e arrumou sua roupa em seu corpo.
_ Um cara gato, como você? -Ele se alegrou com minha resposta.
_ Acha mesmo que sou gato?
_ Não estaria atrás de você se não achasse -Ele deu uma risada.
_ Theo Ricci é decidido, então? -Confirmei com a cabeça- Então porque não saímos daqui a vamos para um bar? Acho que podemos beber e nos divertir um pouco. O que me diz?
Meu primeiro impulso foi aceitar, exatamente por querer demais. Entretanto, me lembrei que marquei de encontrar com Maggie. O jantar seria ontem, mas ela teve que desmarcar porque Josh não poderia comparecer devido ao trabalho. Se eu disser que não irei hoje, mesmo com a melhor das desculpas, ela me mataria.
Meu semblante mudou na mesma hora.
_ Vish -Erik pegou impulso com o corpo e se deslocou da parede- só pela sua cara já posso imaginar que beberei sozinho.
_ Não é isso -O desânimo em minha voz estava mais do que presente- é que marquei com a minha irmã que jantaríamos juntos hoje -Encolhi os ombros- se eu desmarcar ela vai ficar p**a comigo. Ainda mais porque disse que queria me contar uma coisa muito importante.
_ Bom, acho que posso aceitar um bolo por questões familiares -Ele deu uma risada me mostrando seus dentes brancos e perfeitamente retos- desde que possamos nos encontrar amanhã depois da aula.
_ Que ótima opção -Mordi meu lábio inferior propositalmente só para instigá-lo.
Parece que deu certo.
_ Então está marcado -Dando um passo para frente Erik deixou sua boa próxima a minha- posso te acompanhar até o carro?
_ Com certeza -Inclusive, pode me beijar se quiser, estou esperando isso desde que entrou na sala.
Sem se preocupar se eu me importaria com sua conduta, Christer agarrou minha mão e entrelaçou nossos dedos, puxando meu corpo em sua direção para então poder passar seu braço por cima de meus ombros. Ele era mais alto, então não foi um problema.
Caminhamos sobre o campus tranquilamente, conversando sobre várias coisas aleatórias. Nossas ideias batem muito, por mais que ele transpire elegância e sensualidade, debaixo de suas roupas caras está um cara simples, com talento nato para fazer qualquer um rir.
_ Você é péssimo! -Ele havia feito uma piada pesada demais para ser colocada aqui.
_ Me desculpe, mas este é meu lado obscuro -O sorriso em seu rosto me hipnotizava, eu poderia ficar aqui o dia todo vendo este homem sorrindo- não desista de mim.
_ Nem a p*u -O mais alto se surpreendeu com minha resposta, se mostrando contente.
Ficamos nos encarando em silêncio, me encostei no capô do carro e ele se aproximou de mim dando um passo para frente. Suas mãos pousaram em minha cintura e lá seus dedos acariciaram minha pele por cima da roupa.
Chester não pensou duas vezes antes de segurar meu rosto e me puxar para um beijo. O clima estava propício e confesso que eu só estava esperando ele tomar atitude. Cedi ao beijo no instante em que nossos lábios se juntaram e permiti que ele adentrasse minha boca com sua língua macia e olhada. Foi um dos melhores beijos que já ganhei, era como se eu realmente estivesse recebendo carícias de seus lábios, que agora estavam molhados. Tirei minhas mãos do carro e agarrei sua nuca, arranhando a pele de seu pescoço de leve, obrigando que ele se arrepiasse logo em seguida.
Erik cessou o beijo para sorrir em meus lábios, depois me deu um selinho e afastou nossas bocas, mantendo nossas testas coladas.
_ Preciso ir -Falei olhando para o lado, sentindo a vergonha fazer meu rosto queimar de leve. Algumas pessoas passavam por nós e nem se davam o trabalho de disfarçar seus curiosos olhares- se eu me atrasar minha irmã me mata -Na verdade, eu só estava evitando que uma ereção se formasse no meio de nós dois, a minha no caso.
_ Não quero te deixar ir -Sussurrou ele contra meus lábios.
E falar isso me faz querer ficar!
Foi impossível não demonstrar que eu estava derretendo depois daquelas palavras.
_ Não brinca comigo que eu desmarco o jantar -Dei uma risada fraca para mostrar que estava brincando- mas infelizmente eu preciso ir -Insisti, porque agora a ereção foi no meu peito, não no meio de minhas pernas.
_ Tudo bem, mas promete me contar o que sua irmã quer lhe dizer? -Seus polegares grandes acariciavam minhas bochechas de leve.
_ Desde que não seja algo pessoal, com certeza -Acho que acertei na resposta mais uma vez.
_ Está bem -Num movimento brusco ele se afastou de mim, voltando a subir no passeio logo atrás de si- vá logo antes que eu te sequestre -Era pra ter graça, mas me remeteu a uma experiência que de fato aconteceu.
Se bem que ser sequestrado por Erik Chester não me parece uma ameaça. Muito pelo contrário.
Nos despedimos com mais um selinho, trocamos nossos telefones e depois disso fui embora. Vendo Erik me dar tchau até perder o carro de vista. Ele é lindo, e eu quase fiquei de verdade.
[...]
Estacionei o carro na frente da casa de Maggie, em seguida peguei a garrafa de vinho ao meu lado e abri a porta. Quando desci do carro, minha irmã já havia aberto a porta e corria em minha direção para um abraço. Agarrei seu corpo e o tirei do chão quando meus braços envolveram sua cintura, ao mesmo tempo em que eu recebia vários beijos na bochecha.
_ Que bom que você está aqui! -Ela estava muito animada- Os meninos estão lá dentro, vamos entrar.
Antes que eu pudesse responder ela segurou minha mão e me puxou para dentro da casa. Fechei a porta atrás de mim com o pé depois que passei por ela e vi os dois bocós dos meus irmãos sentados na mesa, dando gargalhada de alguma piadinha que provavelmente acabaram de fazer.
No momento em que me viram, ambos se levantaram em sincronia e abriram os braços. Observei aquilo e me choquei como se nunca tivesse presenciado momentos sincrônicos assim entre os dois.
_ Theo! Quanto tempo! -Josh tomou a frente e veio caminhando até mim para receber o abraço antes de seu irmão. Abri meus braços e fui puxado para ele, que me esmagou com seus músculos no instante em que me agarrou.
_ Sua saudade machuca! -Falei dando uma risada espremida junto as minhas palavras.
_ Então da próxima vez vê se não some por tanto tempo! -Não posso negar, estou realmente sumido de uns dias para cá. Minha rotina tem me sugado muito e minha família acabou ficando em segundo plano.
_ Prometo me esforçar para aparecer mais vezes -Era bom poder respirar novamente, principalmente para conseguir falar.
_ Irei cobrar! -Ele deu um soquinho em meu ombro e me empurrou para seu irmão, que agarrou meu braço com um sorriso largo em seu rosto e fez o mesmo que Josh havia feito. Recebi um beijo no topo da cabeça e não pude deixar de sorrir.
Amo sentir que sou acolhido, ainda mais por estes três.
_ Estou com saudades, seu i****a -Resmungou Joe.
_ Nem me fale! Como estão seus pretendentes?
_ Não trabalho mais para Helena -Ele deu de ombros- não precisei brigar para conseguir alguém que pague minhas contas -A satisfação por dizer isso estava transbordando sua fala.
_ Conseguiu um suggar daddy?!? -Estava realmente surpreso.
_ Uma suggar mommy, pra falar a verdade -Enquanto conversávamos, Maggie pegou a garrafa de vinho de minha mão e foi até a cozinha, provavelmente para abri-la e nos servir- o nome dela é Christine, e para o seu governo, ela nem é um maracujá.
É assim que chamamos os clientes velhos que pegamos.
_ Ainda bem -Ri pelo nariz- pelo menos você não vai ter que fingir que sente t***o em homens!
_ Eu não aguentava mais o viagra! Estava prestes a ter um ataque cardíaco a qualquer momento! -Joe deu uma risada e seu irmão fez o mesmo quando deu a volta por trás da mesa segurando quatro taças em suas mãos.
_ Estamos aqui para comemorar a conquista da galinha de ovos de ouro do meu maninho? -Josh se sentou e ajeitou sua cadeira. Segundos depois Maggie retorna da cozinha com a garrafa de vinho aberta e faz o mesmo percurso que seu namorado. Nos servindo com cautela.
_ Não -respondeu a ruiva- estamos aqui para comemorar algo muito mais valioso que isso.
_ Comprou a empresa que trabalha com o dinheiro que você está juntando todos estes anos para esconder que é uma mão de vaca? -Joe deu uma gargalhada, arrancando a mesma de mim. Ambos fomos repreendidos pelo olhar sanguinário de Maggie.
_ Não seu i****a, é ainda melhor que isso. Mas obrigada pela ideia. A ruiva colocou uma mexa de seu cabelo atrás de sua orelha e depois se sentou, todas as taças estavam servidas e agora elas se erguiam no meio da mesa- Um brinde!
_ Ao que exatamente? -Questionou seu namorado.
Maggie pensou em algo, e por fazer isso notei que ela estava tentando achar formas de nos contar o motivo deste encontro. Conheço minha irmã, ela não vai desembuchar tão fácil.
_ Um brinde aos novos ciclos! -Isso ficou muito amplo.
Brindamos as taças e a conversa fluiu. Tentamos tirar de Maggie o porquê de estarmos aqui, mas ela segurou a língua em todas as tentativas. Fizemos tudo o que queríamos fazer, ao contrário do que foi combinado, acabamos pedindo pizza, desta forma, poderíamos usar o tempo de preparo dos alimentos para diversão.
E foi isso que fizemos. Dançamos, jogamos twister e até mesmo baralho. Nos relembramos de quando éramos crianças, sem a parte r**m de nossa infância, e aproveitamos a melhor parte dela. Os meninos como sempre não aceitaram perder, já Maggie e eu, só ganhamos porque sabemos trapacear.
Nos sentamos no tapete da sala ofegantes depois de nos divertimentos em uma longa partida de Just Dance. Maggie aproveitou o momento e decidiu nos contar o real motivo do brinde.
_ Gente, ainda tem pizza? -Perguntou Joe.
_ Não, você comeu o último pedaço! -Respondeu seu irmão.
_ Meninos calem a boca. Acho que agora eu já posso contar o porque estamos aqui.
Olhei para cara dos gêmeos e me certifiquei que eles estavam tão perdidos quanto eu.
_ Então desembucha porque não aguento mais esperar! -Falei no instante em que vi que ela não faria isso.
Maggie me fuzilou com o olhar, depois respirou fundo e se levantou sem muita dificuldade. Caminhando até seu quarto ela sumiu, para depois voltar com uma caixinha embrulhada em suas mãos. Pela segunda vez os meninos e eu nos encaramos sem entender.
_ Estamos aqui porque nós três iremos receber um presente -E a confusão ficou ainda maior dentro da minha cabeça.
Uma caixa tão pequena? Que presente é esse?
_ Amor, não estamos entendendo nada -Josh encarava sua amada de onde estava, inclinando seu pescoço para trás- nosso presente está nesta caixa?
_ Na verdade não -Continuou ela- ele está em outro lugar, a caixa é só algo para representar este momento.
Pensei que ela poderia pedir Josh em casamento, é a cara dela querer quebrar esses padrões sociais. Fora que ela sempre reclamou que estava esperando-o fazer o pedido e ele nunca fazia. Só que o casamento dos dois não é um presente para Joe e eu. Pode até ser, mas não tanto quanto ela está transparecendo.
_ Amor, já que está tão curioso, por que você não faz as honras de desembrulhar? -Com um enorme sorriso em seu rosto ela segurou o embrulho com as duas mãos e estendeu para o namorado, que agarrou a caixinha todo animado.
_ Já posso abrir? -Ele perguntou para ela.
_ Abre logo! -Mas quem respondeu, quase na mesma hora, fomos Joe e eu.
O gêmeo segurando a caixinha nos olhos assustado, depois deu uma risada e começou a abrir o embrulho, que se rasgou em seus dedos junto a nossa ansiedade. A caixinha era preta e envolta por um laço que foi desfeito às pressas por Josh.
Quando os olhos do meu irmão bateram no que estava lá dentro eles lacrimejaram na mesma hora, então ele olhou para sua namorada incrédulo, com seu rosto pálido e sua boca sem cor. Engoliu seco e soltou a bomba que só piorou a situação para mim.
_ Isso é sério? -Uma lágrima já escorria pelo seu rosto quando ele falou. Maggie concordou imediatamente, acompanhando seu namorado no choro.
_ Gente se vocês não perceberam Theo e eu também queremos saber do que se trata.
Josh estava em choque, parecia não ter escutado minhas palavras. Depois de voltar a realidade, ele simplesmente estendeu a caixinha para nós dois, fazendo com que nós dois nos juntássemos ao clube dos paralisados.
O que estava lá dentro era um sapatinho, escrito ‘’bebê chegando’’.
Olhei para minha irmã com meus olhos cheios de água e engoli em seco, assim como meu irmão havia feito. Sem muito esforço entreguei a caixinha para Joe, que leu a mesma coisa e começou a chorar imediatamente. Pulei nos braços de minha irmã e a abracei fortemente, sentindo meu peito arder enquanto a felicidade tomava conta dele.
Agora nos somos adultos. Agora não precisaremos passar pelo o que passamos.
_ Estou tão feliz por vocês! -Chamei Josh para se juntar ao abraço, mas depois de ver que ele estava ocupado demais com seu irmão, me concentrei em dar amor a Maggie.
Depois de alguns segundos os outros dois se juntaram a minha irmã e eu, todos estávamos consumidos pela alegria. Agora tudo fazia sentido, os novos ciclos, o presente não estar realmente dentro da caixinha…
Não acredito que estou prestes a me tornar um tio!
[...]
Cheguei em casa cansado, tarde demais para quem tem que acordar cedo amanhã, me jogando na cama sem nem sequer tirar os sapatos. A ficha ainda não tinha caído, eu precisava contar para alguém, e a primeira coisa que fiz foi pegar meu celular e mandar uma mensagem para Erik, que me respondeu segundos depois:
Theo: Não sabe da novidade!!!
Erik: Saberei agora porque você vai me contar ;)
Theo: ADIVINHA QUEM ESTÁ PRESTES A SE TORNAR TITIO?
Erik: SÉRIO?!?
PARABÉNS!
Theo: ESTOU FELIZ!!!
Erik: Amanhã teremos um bom motivo para comemorar!!! ;)
Theo: Ansioso para isso!
Fiquei esperando por uma resposta, mas não a obtive, então larguei o celular com um sorriso no rosto e encarei o teto a minha frente. Novos ciclos estão chegando, tanto para Maggie quanto para mim.
Dormi de sapatos, sem perceber que havia caído no sono até realmente cair. Cansado, feliz e esperançoso pelo rumo que minha vida está tomando. Estou prestes a ser tio, completando o último período de minha faculdade e conhecendo um cara que, depois de muito tempo, despertou algo em mim que ninguém havia despertado: interesse.