Capítulo 1
André Walker andava de um lado a outro na grande sala de sua casa. Estava preocupado, pois desde as dez horas de ontem à noite, seu filho, Isaak de vinte dois anos ainda não tinha aparecido em casa. E já eram duas da manhã. André sabia que ele devia estar em uma dessas festas cheios de jovens querendo apenas beber e se divertirem. Mas no meio disso sempre tem aqueles mais ousados que extrapolam nas brincadeiras, muitas vezes envolvendo brigas e drogas. E isso o preocupava. Amava seu menino, assim como sabia que ele o amava, ele só não escutava as palavras do pai, ia mais pelas conversas dos "Amigos".
Seu filho era um excelente aluno, sempre nota dez, tanto é que hoje faz advocacia seguindo seus passos, e tudo foi decidido por ele, que dizia admirar o trabalho do pai, o moreninho manda muito bem na matéria, mas André tem medo de que ele vá pelo m*l caminho, seguindo alguns de seus colegas.
Por isso ele tinha tomado uma decisão. E de hoje seu filho não escapava disso. Ainda mais depois de ver que Alexandre Rossi, um amigo de antiga data, conhecido de seu falecido pai, a qual André é advogado da empresa e da família, assim como seu pai foi, estava procurando um ou uma noiva para seu único filho e herdeiro. E André sabia do caráter de parte da família Rossi. Conhecia Henry de alguns jantares que ia a convite de Alexandre. E sabia que o pai do menino estava preocupado pois ele estava enfiado demais no trabalho. E o seu patrão queria netos para que levasse o sobrenome da família a frente.
Então André estava decidido. Ele sabia que se falasse com Alexandre, o mais velho não iria se opor em aceitar Isaak como noivo de Henry, pois mesmo ele sabendo como seu filho gostava de festejar, ele não iria recusar o seu pedido pela amizade e seus serviços prestados a longa data.
Agora só faltava falar isso ao jovem.
O mais jovem sempre adorou se divertir, se ele podia e tinha dinheiro, porque não aproveitar isso. Seus amigos sempre insistiam muito para ele vir. Mas o que Isaak não sabia era que esses poucos amigos, o chamavam porque sabia que ele iria arcar com todas as despesas, ou seja, pagar toda a bebida.
o moreno não era burro, ele sabia disso, mas fazia questão de continuar com isso, porque esses amigos eram os únicos que ele tinha.
A única coisa que Isaak não faz mais a mando do seu bando, é t*****r, foi caindo no papinho desses vários colegas que quando ele entrou para a faculdade perdeu sua virgindade com uma menina qualquer, incentivado pelas piadinhas dos outros, mas ele não se sentiu bem ao terminar de t*****r com a garota, na verdade ele nem sentiu prazer, ele sentia mais prazer com sua própria mão do que penetrando uma mulher, nessa primeira vez que ele o fez ou nas outras que se seguiu. Isso rolou mais duas vezes, até que ele sentia nojo de si mesmo por usar seu corpo ou aquelas mulheres só para ser bem-visto aos olhos de homens escrotos. É, ele estava ciente dos tipos de homem que ele andava, mas ele estava num ponto em que não mais ligava para isso. Então ele apenas seguiu com as festas. Mas quando algum de seus colegas chega com alguma mulher para ele, Isaak a beija ali na frente deles, mas quando estão longe, indo para um motel, isso que ele deixa seus colegas pensarem, ele a dispensa e vai para o motel sozinho, se embriaga com as bebidas baratas que a ali, e horas depois quando acorda sozinho no quarto escuro, ele segue seu caminho solitário para casa. Não é uma vida triste para apenas um homem no auge de sua vida adulta?
Era uma vida vazia, e cada vez mais o de cabelos pretos cacheados se acostumava com aquilo. Com muito menos do que ele merecia.
Hoje, foi o mesmo ritual para o jovem, dispensou a garota quando estavam no bar, que ele até admitia que era linda, mas não despertou nenhum desejo nele, ao não ser o nojo de si mesmo se levasse aquilo adiante. Teve a leve impressão de estar conversando com alguém, mas logo saiu da balada sem nem mesmo saber seu nome, sentia braços ao seu redor, e o bafo de bebida em sua nuca, pensava que era a mulher que dispensou que tinha voltado, entrou num carro aos tropeços e quando chegou no quarto de motel lembra apenas de beber mais e mais enquanto falava pelos cotovelos coisas sem sentidos.
Chegando na grande mansão da famíliaWalker, Isaak estacionava seu carro na garagem, onde continha tantos outros modelos de carros e até duas motos, que não era muito usada. Os carros ali eram seu xodó, ele amava aquelas máquinas, amava sentir o ronco do motor sempre que estava atrás do volante.
Ao passar pela porta, ele já ia fazer seu caminho da vergonha até seu quarto, pois odiava ver o olhar de decepção de seu pai sobre si, e ele não queria encontrar André pelos corredores. Ele mesmo estava muito decepcionado pela pessoa que é hoje.
Mas seus passos não o levaram muito longe. Pois deu de cara com seu pai sentado no grande sofá, com o olhar que ele odiava.
— Oi filho, espero que tenha aproveitado a sua noite. — A voz de André sai muito mais grossa e rígida do que o mais velho costuma falar com seu pequeno filho.
— Aproveitei bastante pai. — O menino fala cheio de deboche. Se André não estivesse tão cheio de tudo que o garoto fazia, ele teria notado o olhar triste do menino a sua frente ao proferir essas palavras, então ele o teria dado um abraço, e ali talvez ele conseguisse trazer seu pequeno Isaak de volta. Mas o destino é muito filha da p**a. E aquilo, tinha que acontecer.
— Bom. — André analisa seu filho. — Porque essa foi a última vez que você usou meu dinheiro para suas festas com esses seus colegas.
— O que você está falando?
— Bloqueie todos os seus cartões, vou confiscar todas as chaves dos carros. Para você ter tudo de volta, terá apenas que se concentrar nos seus estudos e no seu casamento. —O choque foi grande ao ouvir sobre os carros, ele amava cuidar deles, andar e correr sobre aquelas rodas, mas o fato da palavra casamento ter sido proferida, Isaak se viu em pânico.
— Casamento? Você está enlouquecendo?
— Não, não estou, apenas estou cansado de ver você destruindo sua vida.
— Você disse bem, MINHA vida! — O rapaz profere com raiva do rumo que aquela conversa estava tomando.
— MAS A MERDA DO DINHEIRO QUE VOCÊ USA PARA ESSAS SUAS AVENTURAS É MEU! — Marcos já perdia a paciência, aquela era a primeira vez que gritava com seu filho, sempre tentou conversar numa boa, mas agora ele já não aguentava mais.
— Você está querendo destruir minha imagem? É isso. Não vou aceitar, não mesmo! — Isaak estava perplexo, seu pai não podia fazer isso com ele.
— Não importa o que você ache. No próximo fim de semana vamos na casa da família Rossi. Você sabe quem são, apenas nunca os viu pessoalmente. E o pai de Henry, seu noivo, vai querer te conhecer, vou marcar com ele.
— NÃO. EU NÃO VOU!
— Fale baixo Isaak. Me obedece, ou fica sem dinheiro, você escolhe. Você só tem duas opções, escolha. — Marcos profere sério.
O filho não sabia o que responder, apenas correu para seu quarto e chorou, jogado na cama. Ninguém mais iria querer sair com ele depois que descobrissem disso. Ainda mais se souberem que ele se casaria com um homem. Ele sabia que os meninos não iriam levar isso numa boa, por mais como o mundo está evoluído, algumas pessoas pararam no tempo, e apenas enxergam as suas próprias verdades.
Além de não ter mais ninguém, nem mesmo aqueles idiotas que ele finge que são seus amigos, ele teria, ficaria sozinho mesmo. Mais sozinho do que já se sentia. E isso estava fazendo Isaak quase surtar.
O loiro, Henry, não se encontrava feliz com a situação também, mas pelo seu amado pai ele tinha que seguir essa ordem e se casar com um completo estranho, o casamento beneficiaria as duas famílias, e isso ainda levaria seu pai a se acalmar, então ele apenas aceitou seu destino, sabia que nunca chegaria a gostar de alguém ao nível de querer casar-se com essa pessoa, então não fazia diferença quem iria assinar os papeis junto de si. O mais velho apenas queria seguir sua vida em paz, levando os negócios da família para frente, depois do casamento eles entrariam num acordo para que os dois pudessem viver em paz, assim Henry pensava, ele só não estava levando em consideração o temperamento de seu futuro e desconhecido marido.