Capitulo II

1687 Words
Para onde quer que eu vá, Fernando me encontra com o olhar. Já estou ficando louca, porque acabei bebendo mais do que de costume. Preciso conseguir ficar longe desse homem delicioso. Nossa Senhora dos pedaços de mau caminho livrai-me dessa tentação, ou acabo abrindo as pernas. Minha “perseguida” tá batendo palmas. E o pior é que já estou bêbada. Preciso ir embora daqui antes que faça algo de que me arrependa. Aproximo-me do diretor geral, que está conversando animadamente com o deus grego. - Senhor Foller, estou indo para casa. - Melissa, minha querida, está muito cedo ainda. Quer que peça para alguém te levar? - “d***a, logo hoje que não estou boa esse cara tá me testando”, penso, olhando para o deus grego que me encara. - Senhor Foller, agradeço, mas estou de carro - respondendo, agradecendo a disponibilidade de meu chefe. Neste momento Fernando olha em meus olhos e se intromete: - Ele sabe que está de carro, mas você bebeu, vai dirigir assim? - ele indaga, com o semblante muito sério. - Não bebi tanto assim, senhor Levinsk. E quanto a isso, vocês também estão bebendo, e por acaso não vão embora? - respondo impertinente, e quase perdendo a pouca paciência que ainda me resta. - Não, senhorita Navarro, eu vim com meu motorista e você vai embora comigo - rebate ele, parecendo contrariado com a minha impertinência. - Não ficaria sossegado se uma mulher tão linda assim se envolvesse em um acidente. - Agora está tentando me amaciar. Foller olha para nós dois se divertindo, enquanto o deus grego me puxa para o lado como se quisesse me confidenciar algo. - Não se incomode senhor Levinsk. Tenho que levar meu carro, precisarei dele amanhã. - E quem diz que quero dar o braço a torcer? Nem pensar. - Fique tranquila! Seu carro será entregue em sua casa ainda hoje - responde o dono da situação. Ele está se achando! - Agora vamos, faço questão de religião-la. - Quase pega em meu braço, não fosse meu reflexo extremamente rápido. - Já digo que não preciso - falo raivosa. Quem ele pensa que é? O todo poderoso ?! Não posso deixar que me leve para casa, já estou indo embora para não cair em tentação. Conheço-me bem. Ando em direção à saída, mas quando passo pela porta, Fernando me puxa pelo braço e me segura com força. Sou surpreendida desta vez e não tendo como fugir. O encaro. - Escuta aqui Melissa, eu vou te levar e ponto final. - Agora sinto que deixei o cara furioso! - E se começar a fazer graça, te levo a força para minha casa, e com você assim tão perto não posso me controlar. - Ai meu Deus, aí sim! Agora comecei a falar a minha língua! - Senhor Fernando, espero que esteja brincando. Não suporto homens que acham que somos objetos. - Preciso me fazer de difícil, mesmo que doida para t*****r com esse deus grego. - Melissa, não pense que se fazendo de ofendida vou deixar de usar-la. Não uso as mulheres, é uma troca de favores. - Agora ele amansou um pouco, mesmo que seus olhos selecionados faiscando de raiva. Na verdade estou louca para ser usada por ele, mesmo sabendo que será só por uma noite. Vou fazer este homem se arrastar aos meus pés e ele vai aprender a nunca mais usar ninguém. Quem pensa que sou? - O senhor vai ou não me levar? - Já estou furiosa com ele! Abusado! Gostoso! Ai Deus! - Sim, vamos. - Não parece muito diferente de mim. Chegamos ao carro e ele abre uma porta para que eu entre. Todo cheio de gentilezas. Entramos e ele fica bem próximo a mim. - Melissa, onde você mora? - Moro em Alphaville - responddo secamente, olhando pela janela do carro que está aberta. - César, por favor - fala para o motorista, - vamos para Alphaville. - Sim senhor - o motorista diz, impassível. Enquanto vamos a caminho de Barueri, Fernando me enche de perguntas. - Melissa, você ganha bem? - d***a, isso é pergunta que se faça a uma mulher bêbada? - Sim, razoavelmente bem. - respondo, sem entrar em detalhes. - Você mora com quem? - Hm, agora está curioso? - Moro sozinha senhor Levinsk, mas por que tanta pergunta? - Estou ficando preocupada. Qual é a desse cara? - É curiosidade, Melissa - responde meio displicente. - Você não pensa em sair da empresa e trabalhar em algum lugar maior, ganhar mais? - Acho que estou começando a entender aonde quer chegar. - Claro que sim! Mas enquanto não aparece, me contento com o que tenho e trabalho para fazer a diferença. - Preciso ficar alerta e desanuviar a mente, que está um pouco entorpecida pelo álcool. O assunto é sério! - Eu acredito! Seu nome é conhecido entre toda a mídia. É de alguém assim que preciso para cuidar da imagem de minhas indústrias e até mesmo da minha. - Jesus! Sinto que lá vem bomba! - Você estaria interessado em trabalhar comigo? Eu triplico seu salário atual e te dou um apartamento próximo ao escritório das empresas na Avenida Paulista. O que me diz? Caralho! Logo agora que bebi, o cara vem com um papo sério desse? Ouço tudo com as emoções em ebulição. Primeiro foi uma tremenda decepção. Eu achando que estava afim de mim e de uma boa noite de s**o selvagem, mas me enganei. Fernando quer que eu trabalhe para ele. Agora, racionalmente, Agora, racionalmente, eu receberia quinze mil reais por mês, estaria livre de aluguel e gastaria bem menos gasolina! Além de tudo isso, iria trabalhar em uma das maiores indústrias da América Latina! Não poderia deixar passar esta oportunidade, nem bêbada! Aliás, para ser franca, acho que a bebedeira passou depois do susto. Ponho minha coluna reta e faço ar de séria. É da minha vida que estamos falando, então preciso ser cautelosa. - Se me der alguns dias ... Afinal, não posso deixar a empresa que trabalho na mão, não seria ético. Tenho que encontrar alguém para me substituir. - Preciso fazê-lo entender que tenho alguma ética profissional nesse mundo corporativo altamente competitivo. - Quero que pense bem! Não sou uma flor de pessoa, na maioria das vezes sou grosso e e******o, mas sei ser grato aos que fazem por mim. Muitas vezes terá que desmentir fofocas de revistas, além de me acompanhar em muitas festas quando não puder levar as mulheres que uso. - Fala Falaisso na maior naturalidade. Estou em choque com uma frase final! “Além de me acompanhar em muitas festas quando não puder levar como mulheres que uso.” m***a! O cara não só é um deus grego, mas se acha o próprio! Definitivamente não presta. Mas vou trabalhar para ele, não ser sua mulher. Preciso me preparar psicologicamente para isso, mas não vai ser fácil, não mesmo! Quando chegamos em frente ao meu prédio, ele abre uma porta e me acompanhando até uma portaria. - Não me convida para entrar? - E o que mais esse cara está querendo? Que eu perca o fim de sanidade que ainda me resta? - Claro! - digo, chamando o elevador. Assim que abro a porta do apartamento, viro-me para ele. - Quer beber algo? - m***a! Aonde é que estou me metendo ?! Mas tenho que ser cautelosa, afinal, uma proposta profissional que me fez não é de se jogar fora, e não conseguirei outra tão facilmente.― Sim, tem Blue Label? - Abusado! Esse homem acha que tenho dinheiro de sobra para gastar com bebida ?! - Não, desculpe senhor Levinsk! - Séria, sem me deixar a****r pela presunção dele, concluo: - Só tenho vinho, pode ser? Mas já adianto que não se compara aos vinhos caros que deve possuir em sua adega pessoal. - Pode sim, e pelo que vejo de você, não seria um vinho tão r**m assim. Não se preocupe, meu gosto é bem eclético. - Me olha de modo penetrante e me deixa com t***o instantâneo. - Mas você me acompanha, não é? - Meu Deus, se eu tomar uma taça de vinho, agarro esse homem. Depois de curar o porre com o susto! - Acho melhor não, já bebi além da conta. - Estou tentando ser uma dama, mas está difícil. - Você já está em casa, Melissa, não tem como dar PT! - Perda Total! Esse cara sai de sério para divertido em segundo! m***a, será que você deseja acompanhar? - É perda total na cama. - Tento acompanhamento o ritmo brincalhão da conversa. Ele abre um sorriso malicioso, e que sorriso! Isso desviaria o crime. Será que dá para engarrafar? Sirvo o vinho nas taças, entrego a dele e bebo da minha. No primeiro gole minha cabeça gira. - Senhor Levinsk, acho melhor ir embora, estou meio tonta. - E quase enrolando a língua. Sem vexame Melissa, por favor! Levanto para acompanhá-lo e quase caio de boca no chão. Fernando me segura rapidamente, deixando meu rosto muito próximo ao seu. Olhando em seus olhos, percebo faíscas saltando. De repente ele me beija e me entrego ao beijo. Lânguida e faceira. Já estava descalça e na ponta dos pés, tentando continuar beijando aquele deus grego. De repente ele me afasta e continuo de olhos fechados fazendo bico. Meu Deus, que mico! Para logo com isso, Melissa! Ridícula! Quando percebo que parou o beijo, abro os olhos e o vejo sentado com a taça na mão. Eu, sem graça, só posso continuar com o que devia ter feito. - Senhor Levinsk, o acompanho até a porta. Acho que já fiz muita besteira por hoje. - Chega, já deu! - Ok dona Melissa. Até mais, querida. Droga. E eu que penso que tenho curado o maldito porre! Ele pega no meu queixo e pisca para mim. Debochado, gostoso! Eu só sinto raiva, não só dele, mas de mim por ter feito o papel de b***a. Ele deve ter odiado meu beijo. Devo estar com um bafo ... Não desviar ter bebido tanto! m***a, m***a e m***a! Lá se vai minha proposta de super emprego! Só me resta dormir e esquecer esta noite. E que noite!
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