CAP. 2 - O SIM

2259 Words
Maskim Dmitryev Dois dias antes: quinta-feira. — Fazio, você falou com o tabelião, sobre os exames pré-nupciais? — pergunto, quando termino o meu café da manhã. — Falei com ele, enquanto você estava reunido com o arcebispo. Ele me disse ontem, que os resultados estarão aqui esta tarde. — Ótimo! — sorrio. — E o hacker? — Chega em, no máximo, meia hora. — Excelente! — meu sorriso se alarga. — Pode mandar retirar as louças. Estarei na piscina, esperando o hacker. Ovidio Di Marini, é o melhor hacker dentro da Regnum. Ele traz dois notebooks, e nem precisa pedir a senha do meu Wi-Fi, para se conectar. Também é um homem de poucas palavras, apesar de ter apenas vinte anos. Sei que ele rejeita bebidas alcoólicas, então, Fazio traz minha dose de conhaque, e uma pequena caixa térmica, com algumas latas de Coca-Cola e energético, ambos sem açúcar, assim que ele chega. Di Marini me faz apenas uma pergunta: os nomes dos noivos; e ele começa a trabalhar em suas duas máquinas, cada uma com uma das mãos, e os olhos correndo de uma para a outra, por cinco minutos. Ele para, coloca um suporte entre os computadores, e um celular em cima do suporte. Abre uma lata de energético e toma de uma vez, amassando a lata no final. Eu o vejo apertar uma tecla no computador da direita, pegar o celular e apertar várias teclas, para só então, olhar para mim. — Você vai receber todas as mensagens e ligações do celular de Pietro, e terá acesso a toda a lista de contatos dele. Se quiser se comunicar apenas por mensagem, derrube a ligação, e peça que mande mensagem. Seja rápido, pois virá primeiro nesse celular, e será redirecionado para o celular original, como se fosse um ramal. Apague todas as mensagens, recebidas e enviadas, pois, todas as conversas, incluindo chamadas, irão aparecer no celular matriz, depois de cinco minutos. Alguma dúvida? — ele pergunta, ao terminar toda a explicação. — Interceptar e apagar. — resumo, e ele assente. — Obrigado, Di Marini! — sorrio. — Quer dar um mergulho? — Não posso. Tenho mais alguns trabalhos. Posso pegar mais uma lata? — Pode levar o cooler! Mandei trazer para você. Ele assente, e recolhe o material. — O celular é resistente à água. É a última coisa que ele diz antes de ir embora. Assim que ele se vai, subo para o meu quarto, tomo um banho, e começo a fazer as alterações que eu quero para o casamento. Primeiro o buffet: mando uma lista de pratos russos e italianos que gosto. Não altero o que já tem na lista, apenas acrescento. Mas peço para trocar o bolo simples, por um mais digno de um casamento como o meu. Também troco as bebidas, por algumas mais fortes, e outras mais à minha altura. Mando que a organização troque toda a decoração brega que escolheram, então chega a vez do vestido. A princípio, a estilista se recusou a me mandar a foto do vestido, então tive que persuadi-la, me identificando. Poucas pessoas de grandes comércios, na Itália, não sabem quem eu sou. Mandei que fizesse um vestido de design de primeira linha, com o melhor tecido, e paguei adiantado, transferindo para ela, o dobro do valor, para que ela dissesse para Wictoria, que tudo foi a pedido do noivo. Recebo os resultados dos exames solicitados, e sorrio ao ver que eles comprovam o que me foi dito: Wictoria é virgem! Me sinto bondoso, e ligo para o melhor spa da cidade, reservando todos os procedimentos de um Dia da Noiva, e incluo alguns outros serviços, que eles têm. Pego o celular clone, e envio uma mensagem para Edoardo, dizendo a ele para ficar com o mérito dessa boa ação e, para que ninguém desconfie, digo que não vou mais tocar nesse assunto, e que ele deve apagar as mensagens. Entre quinta e sexta, não há comunicação nenhuma entre os noivos, e apenas uma, entre os pais de Wictoria e Pietro, informando que já está tudo certo para o sábado. Tudo me dá a certeza, de que são apenas negócios mesmo! Não preciso de uma despedida de solteiro, afinal, não vou me desfazer de minhas amantes, e elas voltarão a frequentar a minha casa, assim que eu voltar da lua de mel! Na sexta-feira de manhã, meu alfaiate me traz meu traje de noivo: um fraque completo, em tons preto e cinza, feito sob medida. À tarde, chega o Bulla com a sua família, que ficarão hospedados em minha casa. — Abençoa-me, padrinho! — coloco um joelho no chão em sua frente, e beijo a sua mão esquerda, próximo ao anel de Bulla. — Está abençoado, Maskim! — ele responde com a mão direita em minha cabeça, depois me puxa, para que eu me levante. — Depois de mostrar a confirmação de que consumou o seu casamento, não precisará mais se ajoelhar perante mim como um menino. — ele diz com um sorriso, olhando em meus olhos, segurando as minhas duas mãos. — E poderá me chamar pelo nome, se quiser… isso é um bônus. — Vou continuar te chamando de padrinho! — retribuo o sorrio. — Muito bem! — ele dá dois tapas carinhosos em meu rosto. — Vou te ensinar o que deve fazer, assim que consumar o seu casamento! — Mas antes, vamos almoçar! Você atravessou a Itália, e eu estava esperando, para te receber com um belo banquete! O sábado amanhece ensolarado, e a família de meu padrinho, Giacomo Vacchiano, se diverte na piscina, enquanto repassamos o que devo fazer na cerimônia, e depois dela. Nós também recebemos meus familiares que vêm da Rússia. Noventa por cento deles, faz parte da Regnum diretamente. O restante, se organizou para ser um braço dela. Monitoro as atividades de Wictoria e sua mãe, assim como as de seu pai, durante o dia todo, com o celular clone sempre à mão. Respondo com simpatia, sob a supervisão de meu padrinho, para que ela não desconfie. Sua última mensagem chega, quando estou a caminho da igreja. Wictoria é ainda mais linda pessoalmente, posso notar mesmo à distância! Seu cabelo escuro, contrasta muito bem com a pele levemente morena, o seu b***o e cintura, ficam muito bem moldados no vestido de noiva! Passo a língua pelos meus lábios, enquanto a observo, e meu p*u se eriça dentro da minha calça. — Bela escolha! — meu padrinho sussurra em meu ouvido, enquanto a vejo olhar à sua volta. — Obrigado! — sussurro de volta, enquanto ela se vira para a porta e começa a falar das armas de meus seguranças. — Com licença. Ele assente, e eu vou até ela pacientemente. Pergunto o que está fazendo e ela tenta ir embora, mas agarro seu pulso com força, e a olho severamente. Isso faz com que ela comece a entender, pois seu rosto empalidece, mas ela continua a dar desculpas para ir embora. Derrubo suas justificativas, uma a uma, com a voz cada vez mais severa, até que ela diz que eu não sou seu noivo. — f**a-se! Se você está aqui, vai se casar comigo! — estreito os olhos levemente. — Precisa da minha mãe… — ela sussurra, e um soluço baixo, escapa por entre seus lábios, me fazendo perceber, que ela está controlando o choro. — Por quê? — Ela me acalma. — sua voz ainda é um sussurro, e seus olhos se enchem de lágrimas. — Você quer tentar fugir, mocinha? — estreito os meus olhos ainda mais. — Não… — sua voz é quase inaudível. — O que vai dizer para ela, então? — aperto um pouco mais o seu pulso. — Que veio parar na igreja errada? Que está sendo forçada a se casar? Ela engole seco, e olha para trás. Vejo os meus homens ajeitando as armas, e sei que ela está olhando para eles. Então ela se vira para mim, mas não me olha nos olhos. — Vou dizer que pedi para o motorista me trazer para cá, para que eu pudesse me casar com você… — sua voz é mais baixa que um sussurro. — Olhe para mim! — ordeno e ela obedece. — Se disser a ela, qualquer coisa que eu não goste, vai reconhecer os corpos deles, vestida de noiva! Entendeu? — Eu só preciso da minha mãe, eu juro! Abro um pouco os dedos, tirando um pouco do aperto em seu pulso, e a levo para uma sala pequena, relativamente próxima à porta. Pego o meu celular, disco o número que ela me diz, e coloco no viva voz, para que ela possa falar com a mãe dela. Wictoria realmente diz à sua mãe, que irá se casar com a pessoa que ama, mas que se sentiu nervosa de repente. Pede desculpas por ter mentido, quando a sua mãe a questiona, e diz que a está esperando, para poder ir para o altar. — O que vai fazer, quando a sua noiva chegar? — ela pergunta cabisbaixa, sentada no pequeno sofá que tem na sala, depois de quase quinze minutos de silêncio. — Meus homens estão na porta, e vão impedi-la de entrar. — minto, me encostando de lado, na parede perto do sofá. — Ela volta para a casa dela. — Então, por que ia se casar com ela? — ela me olha, franzindo as suas delicadas sobrancelhas. — Pelo mesmo motivo que vou me casar com você. Preciso formar uma família porque, assim que eu me casar, serei nomeado o chefe supremo da organização a que pertenço. Ela fica de cenho franzido, pensativa, tornando a abaixar a cabeça, até que sua mãe adentra o recinto, quase dez minutos depois, chamando o seu nome. — Mamãe! — Wictoria se levanta, para abraçar a mãe, que passa por mim, sem me olhar, e retribui o abraço. — Por que fez isso? — Aurora tem um tom carinhoso na voz. — Eu não ia me casar agora, mas não quis arriscar. — ela responde me olhando nos olhos. Parece ter percebido do que sou capaz. — Aqui está ele, mamãe. Ela se afasta do abraço e faz a mãe se virar para mim. Sorrio levemente, estendendo a mão, para me apresentar. — Maskim Dmitryev. Vejo ambas ficarem boquiabertas, e me lembro que não disse meu nome a Wictoria, que consegue se recuperar um pouco mais rápido que a mãe. Claro que elas sabem quem eu sou. Aurora me cumprimenta brevemente, depois se vira para a filha. — Você tem certeza? — ela pergunta baixinho. — Por que eu estaria nessa igreja, se não tivesse? — Wictoria esboça um sorriso, e abraça a mãe novamente. — Obrigada por vir! Estou mais calma agora. — Me levaria até o altar, madame? — pergunto para a minha sogra, e lhe ofereço o meu braço. Ela olha para mim, depois para a filha. — Pode ir, mamãe! Eu só precisava de você aqui. Aurora parece estar resistente por alguns momentos, mas acaba cedendo e, em poucos minutos, a noiva se posiciona na porta. Dessa vez, além do casal carregando velas, seu pai lhe oferece o braço, e eles caminham devagar, ao meu encontro, enquanto um quarteto de cordas, toca Ave Maria, de Bach, e é entoada por uma cantora lírica. O arcebispo ecumênico inicia a cerimônia, que tem um período de quase duas horas. Há vários rituais durante a solenidade, e alguns são modificados, de acordo com a minha posição. Após as orações iniciais, o arcebispo coloca as alianças em nossos anelares direitos, isso não mudou. Então, Wictoria me coroa, como rei de sua vida, e soberano de seu corpo. Eu não a coroo, como de costume, pois ela deverá obediência a mim. O arcebispo faz com que eu tome o vinho primeiro, pois as minhas alegrias devem ser a prioridade. Então, uma cruz é entregue à Wictoria, em sinal de sua inteira redenção ao marido, e nossas mãos direitas, são amarradas juntas, atando nossas vidas por uma estola sacerdotal branca, com a minha mão por cima, e o sacerdote dá três em torno do analói, chamado de púlpito em algumas igrejas, nos guiando. Eu faço com que Wictoria fique sempre um passo atrás de mim, já que sou o seu soberano. Para finalizar, o sacerdote faz Wictoria repetir os seus votos, de frente para mim, olhando em meus olhos. — Eu, Wictoria Attenezi, te recebo Maskim Dmitryev, como meu legítimo esposo. Te prometo honrar, respeitar e obedecer, jamais lhe causando motivo de ira. Entrego-te minha vida e meu corpo, para poder usar da maneira que melhor lhe convier. Jamais mentirei, ou omitirei, a você, muito menos trairei a você, ou à sua confiança. Eu a vejo engolir seco. Ela, com certeza, entendeu o que isso significa, e u sorrio levemente. — Eu Maskim Dmitryev, aceito toda a sua devoção de bom grado, Wictoria Attenezi, E eu prometo te tratar bem, em todas as vezes que você fizer por merecer. Ela arregala os olhos um pouco, enquanto o arcebispo nos declara marido e mulher. Então ela se assusta, quando todos começam a gritar “Gorky”. Mas eu seguro seu rosto entre as minhas mãos, e beijo sua boca. Começo com um beijo terno, mas os gritos continuam e vão se tornando cada vez mais rápidos, e eu aprofundo o beijo, e Wictoria começa a corresponder, e até abraça o meu pescoço, fazendo com que os presentes parem de gritar a palavra russa, e comecem a aplaudir, assobiar e gritar “viva”.
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