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A Fera da Meia Noite

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intro-logo
Blurb

Savana, uma mulher bonita e bem sucedida no trabalho irá ter que enfrentar muitos problemas, mas o maior deles será a morte de seu pai. Ao voltar á sua cidade natal no Oregon, para o enterro, ela descobrirá que existem muitos mistérios em torno da morte do pai. O que ela não esperava diante de toda a tristeza, era encontrar alguém que mexesse tanto com seus sentimentos. Ela verá que a morte de seu pai, a levará para um caminho obscuro de sua família, onde muitos segredos são guardados e que estão mais do que na hora de serem revelados. Ela estará diante de uma encruzilhada; entregar-se a paixão fulminante e iminente por Eric, um homem simplesmente tentador e misterioso, mas instável; ou dar uma chance à Sam, um homem lindo, charmoso e que está perdidamente apaixonado por ela.

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Prólogo
Roseburg, Oregon 1990 Ouvi um barulho estranho; umas batidas. Algumas fortes, outras fracas. Olhei para porta do meu quarto e uma luz do lado de fora estava acesa, vi uma sombra passar e cobri-me rapidamente. Alguém abriu a porta e logo a fechou. Tirei as coberta, peguei meu ursinho Fred e fui até a porta. O silêncio fazia o casarão ainda mais tenebroso, já não gostava dele de dia, mas a noite era bem pior. Ouvia barulhos estranhos, portas rangendo, janelas batendo e muitas vezes os cachorros dos vizinhos latiam a noite toda, o que me fazia ficar mais apavorada. Girei a maçaneta e fitei o enorme corredor; não havia luzes acesas na direção do quarto de meus pais, mas um pequeno abajur posto em uma mesinha perto do começo da escada estava aceso; papai só o acendia quando saia ás pressas para averiguar os arredores da casa. Fui até a ponta da escada e fitei a escuridão lá embaixo. Quando ponho os pés no primeiro degrau para descer, ouço um barulho, parecia vir do quarto de meus pais, já que; só nós três morávamos na casa, os únicos quartos ocupados, era o de meus pais e o meu. Andei lentamente agarrada a Fred, que servia como um escudo. Quanto mais me aproximava do quarto, mais a batida ficava forte. Quando cheguei á porta e pus a mão na maçaneta, o barulho cessou. - Mamãe? – disse entrando no quarto escuro. A escuridão e o silêncio eram predominantes no ambiente, nem um resquício de luminosidade fazia presente. Aproximei-me da cama de meus pais e vi uma silhueta acentuada pela pequena luz da lua escondida entre nuvens. A silhueta estava curvada, parecia está agarrada á algo ou alguém. - Papai – tornei a chamar. A silhueta tornou para mim e seus olhos brilhavam como brasa, parecia queimar. - Está tudo bem – respondeu papai – vai ficar tudo bem querida. Papai puxou-me contra si, fazendo Fred cair. Ele abraçou-me forte, fiquei de frente para a cena que mudaria toda minha vida, algo que nada seria capaz de apagar, e apesar de ter apenas cincos anos de idade, sabia que aquilo era algo muito r**m, que aquilo nunca mais sairia de minha mente. Mamãe estava deitada na cama suja de um liquido vermelho, que logo descobri o que era; sangue. Soube que era sangue, pois papai adorava caçar e desde os meus dois anos, ele sempre me levará e como sempre papai dissera “ela não é como as outras garotas, ela é especial”, sempre fui desenrolada e muito astuta; comecei a andar com menos de um ano e a ler aos quatro, sabia mais do que ninguém que minha mãe estava morta. Seu ferimento era nítido, tanto pelo tamanho, quanto pelo tanto de sangue que tinha em suas roupas e lençóis. Sua garganta estava cortada profundamente. - O que aconteceu com a mamãe? – indaguei ainda olhando para seu corpo e abraçada a papai. - Um monstro entrou aqui e fez isso com mamãe – respondeu ofegante e chorando. - Ela morreu? Papai apenas colocou-me no chão de frente para ele. - Vai ficar tudo bem querida – disse com um sorriso enganador – papai está aqui. Ele pegou Fred e a mim e nos pôs nos braços, levando-nos para longe de mamãe, que por um remoto momento tive a sensação de me chamar. A porta bateu atrás de nós ao sairmos do quarto. Papai levou-me de volta para meu quarto e enrolou-me aconchegadamente e pôs Fred pertinho de mim. - Papai está aqui – disse passando a mão em minha testa e correndo para os cabelos – papai sempre estará aqui com você Savana. Deu-me um beijo de boa noite e saiu. Virei para a janela, onde a luminosidade da lua era nítida, ela saíra de trás das nuvens, onde estava escondida. Adorava a noite, sentia uma ligação muito forte com ela, mas principalmente com sua regente, a lua. Havia algo nela que me fascinava, era seu brilho, seu tamanho, os mitos em torno de sua existência, tudo me fascinava; por vezes tinha a sensação de que ela me vigiava e que se eu olhava diretamente para ela, por um longo tempo, conseguia ver olhos brilhantes e vorazes voltados pra mim. Olhando para ela, meus olhos começaram a pesar, comecei a sentir o sono chegar cada vez mais, como uma onda que aos poucos, sem você perceber, vai ti levando pra longe e pra longe, até você se perder e não conseguir enxergar a terra. Adormeci com o silencio pairando na casa e com Fred em meus braços, por um breve momento ouvi o que parecia um uivado, mas o sono não me permitiu nada alem de fechar meus olhos e adormecer.

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