Capítulo 3

1281 Words
-Acordem, está tarde e só tem vocês dormindo ainda. Abri os olhos e observei uma mulher parada sobre o portão. -Seu pai está apenas te esperando, Carl. Ele quer ir contigo buscar suprimentos. -Já estou indo, Maggie. -Sua voz está completamente rouca. Ela olhou para mim. -É Sofia, certo? Concordei. -Bom, agora que acho que você já está se adaptando, no que quer nos ajudar? -É... eu sou boa na cozinha. -Ótimo, então você ficará na parte da comida. Estou esperando vocês lá fora. Não demorem. Assim que tudo ficou em silêncio mais uma vez, me sentei e estiquei o corpo, sentindo quase todas as minhas juntas se estralando. Respirei fundo. -Como foi a sua noite? Olhei para baixo e o vi completamente relaxado deitado em sua cama. -Estava precisando de uma noite de sono dessas há muito tempo. -Sorri e me levantei, ficando de frente para ele. -Apesar da cama ser um pouco dura, até que dá pra dormir bem, né? -Ele se sentou e jogou seu pescoço para trás, o estralando. -Com certeza dá. -Sorri novamente. -Então quer dizer que é boa na cozinha? Já vou avisando que quero ser um dos primeiros a experimentar. -Claro. Ele se levantou e tirou a camiseta que estava usando. -Por que não vai comigo procurar mantimentos? -Ahn... eu ainda não aprendi a atirar, então... -Sério mesmo? Bom, eu posso te ensinar se quiser. -Jura? -Sorri. -É claro, assim que eu chegar de lá a gente começa. -Obrigada, Carl. -Me passa essa camiseta aí do seu lado, por favor. Peguei em cima da mesa e o entreguei. Ele a vestiu e colocou seu chapéu em seguida. -Vejo você depois, tenho que ir agora. Ele saiu caminhando e eu permaneci aqui parada por um tempo. Tenho que encontrar aonde fica a cozinha. Saí da cela e fiquei em busca do refeitório, provavelmente a cozinha fica lá perto. Assim que enfim encontrei, abri uma porta e avistei várias mulheres. -Ah, oi. -Uma mulher com os cabelos grisalhos veio até mim com um pano de prato nas mãos. -Você deve ser a garota que Carl trouxe. -Sou eu mesma. -Sorri. -Muito prazer, me chamo Sofia. -Sofia... era o nome da minha filha. -Ela pareceu meio triste. -Sinto tanta falta. -Eu sinto muito. A mulher sorriu tristemente. -Bom, me chamo Carol. Aqui na cozinha estamos em quatro pessoas. Eu, Geórgia, Eliza e Beth. -Me pediram para vir aqui ajudar. -Ótimo. Estamos precisando mesmo. Ajude Beth a terminar de cortar as verduras, eu irei terminar de cozinhar o arroz. ### Terminamos de fazer tudo e colocamos em pratos de plástico para as pessoas. Quando terminamos, saí da cozinha, almocei e fui para fora. Comecei a andar pela prisão e fiquei a espera de Carl, já que ele é a única pessoa com quem eu converso. Me sentei em uma mesa que havia aqui fora e fiquei olhando para o nada. -Oi. -Me virei assustada e vi uma mulher grávida. -Olá. -Sorri. -Sou Lori, mãe do Carl. Finalmente te conheci pessoalmente, meu marido havia me falado de você. E então, já se acostumou aqui? -Ela se sentou ao meu lado. -Na verdade não muito. Mas aposto que daqui um tempo eu vou. -Tenho certeza que sim. -Está com quantos meses? Já está bem grande. -Oito. -Sorriu. -Uau, está perto de ganhar. Sabe o s**o? -Menina. Judith, esse é o nome dela. -Ela disse sorrindo e tocando na barriga.- Hoje ela está bem agitada, quer sentir? -Quero sim. -Ela levantou sua blusa e eu coloquei a mão com cuidado. A bebê chutou e eu sorri. -Ela vai ser bem esperta. -Vai sim... Quando ainda estávamos conversando, ouvi o portão sendo aberto. Olhei e vi um carro entrando. Ele parou e desceu o pai do Carl, um cara com uma jaqueta com uma asa nas costas, um coreano e Carl. Rick estava com uma mochila nas costas e eles foram entrando para dentro da prisão. Carl nos viu e deu um sorriso, logo em seguida veio até eu e sua mãe. -Encontraram alguma coisa? -Perguntei. -Sim, vários enlatados e alguns refrigerantes. Ele olhou para a sua mãe que estava nos encarando. -Oi mãe, como está a bebê? -Bem, hoje ela está chutando muito. -Ela quer sair daí de dentro logo. -Ele falou e nós duas rimos. -Sofia, já quer começar treinar? -Sim, nos vemos depois Lori. -Bom treino e cuidado viu, Carl? -Sempre, mãe. Caminhamos por um caminho com a grama um pouco alta, que dava diretamente para a parte de trás prisão. Quando olhei para a grade, me assustei com a quantidade de zumbis tentando entrar aqui. -Não precisa ficar com medo, eles não podem entrar aqui. -Carl chegou perto de mim. -Tem certeza? -Fui um pouco para trás. -Sim, vem cá. Fui até ele e ele tirou uma a**a do cinto. Sentou no chão e eu sentei ao seu lado. -Vou te ensinar a carregar a arma.-Ele tirou a parte de baixo da arma.-Isso aqui se chama pente, é nele que fica as balas. Quando a munição acabar, você tira e recarrega. Depois o coloca de novo e faz esse movimento.-Demonstrou. -Entendeu? Concordei. -Você mira no alvo com o braço esticado desse jeito, sempre fique com o braço por cima do peito. Nunca demonstre que você está com medo em frente do inimigo. Olhe olho no olho com ele. Concordei novamente. -Muito bem, então me mostre. -Me entregou a a**a. Respirei fundo e peguei. Fiquei de pé e mirei em um zumbi. Atirei mas pegou na perna, atirei novamente e foi em seu braço. -Não consigo. -Abaixei a a**a e ele se levantou. -Faz assim. -Carl veio para trás de mim.-Levante um pouco o braço. -Pegou em meu braço e o levantou. -Mire e pode atirar. Apertei o gatilho e dessa vez foi certinho na cabeça do zumbi. -Viu? Consegue sim. Agora tente sozinha. Levantei o braço e mirei novamente. Atirei e foi bem na cabeça dele. -Continue treinando que você vai virar profissional. -Ele disse rindo. -Ah, Carl, você pode me ensinar com faca? -Vem aqui. -Ele se aproximou dos zumbis e eu fui logo em seguida. Estamos menos de 2 metros deles. -É só você segurar a cabeça dele para trás e enfiar a faca. -Ele fez e me entregou para eu fazer o mesmo. Finalmente aprendi. -CARL. -Alguém gritou. Nos viramos ao mesmo tempo e vimos o mesmo coreano de antes. -Seu pai está te procurando, disse que tem um assunto muito importante para tratar. -Estou indo, obrigado. -Disse Carl. Ele saiu e Carl olhou para mim. -Acho melhor irmos. Assim que começamos a caminhar, perguntei se ele não queria que eu fosse para outro lugar, para ele e seu pai conversarem em particular, só que negou, disse que não tem problema eu ir junto. -Pai, queria falar comigo? -Perguntou assim que chegamos próximo de onde ele estava. -Queria. -Arrumou sua postura e respirou fundo. -Se lembra do governador? -Carl concordou. -Ele mandou um aviso dizendo que se não entregarmos o que ele pediu até o fim de tarde, vai invadir esse lugar. Carl se sentou de frente para o pai dele. Já eu permaneci parada em pé. -d***a. -Falou. -O que fazemos? -Temos que estar preparados para caso ele faça isso mesmo. -Suspirou. -Eu realmente não queria guerra. -Não temos outra escolha, pai. Se é isso o que ele quer, é isso o que ele vai ter. -Ótimo, então treine o máximo de pessoas que conseguir, Carl. E você Sofia, preciso que me garanta que irá manter minha esposa em segurança com você. Acha que consegue? -Posso tentar. -Consenti. -Muito bem, vejo vocês depois então. Ele se levantou e saiu andando para nossa direção oposta.
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