Guilherme Giovanni Angnel - Sem Revisão

2609 Words
Guilherme acordou com a sua cabeça latejando e ouvindo risos. Seu corpo doía devido a estar deitado num sofá pequeno demais para o seu tamanho. Se sentou e olhou a sua volta, estava numa sala ampla decorada com extremo bom gosto. Preocupado repassou tudo o que tinha acontecido aquele dia. Tinha acordado com ressaca após ter bebido demais com o seu cunhado, Alan, em mais um jantar casamenteiro arranjado pela sua irmã é mãe. A vítima agora era a sobrinha de uma professora amiga da sua mãe. Estela Angnel não sossegaria até vê-lo casado e cheio de filhos. Sua irmã Bruna estava grávida de três meses para alegria de todos e seu desespero porque agora a sua mãe queria um filho seu. Quando acordou aquele dia pensou que o seu dia não poderia piorar até entrar na sala de conferência e se deparar com aquela mulher. Pensou que já tinha conhecido todos os tipos de mulheres, mas nada se comparava a ela. Sua pele tinha um tom dourado, era alta, o rosto fino tinha traços delicados com nariz pequeno e arrebitado, uma boca com lábios grossos.... apostava que os seus cabelos eram cumpridos, enrolados e negros.... mas o que o prendeu foi a força daquele olhar cor de mel. Nunca na sua vida tinha visto olhos como aqueles. A atração que sentiu por aquela mulher foi forte e arrebatadora, como nunca sentiu antes. Ao vê-la discutir com a diretora e depois com o secretário de segurança e o diretor da Interpol, ficou ainda mais curioso e atraído. Ela demonstrava ter uma personalidade forte, além de bela e perigosa. Combinação terrivelmente atraente para si. E quando ela saiu do prédio e retirou aquele paletó horrível do exército revelando um corpo magnifico e soltou os seus cabelos, teve a certeza de que estava ferrado. Para completar a mulher ainda pilotava um Porsche, um dos seus carros preferido. Tinha que arrumar uma maneira de sair desta missão ileso. _ Finalmente acordou. - apareceu uma mulher a sua frente. Ela era baixa, morena de cabelos castanhos e olhos azuis. Tinha um sorriso gentil e inspirava simpatia. Os óculos grandes davam-lhe um ar estudantil - Gente ele acordou. - gritou para seu desespero - Tome isto. Vai ajudar a sua dor de cabeça. - lhe entregou um comprimido e um copo de água que aceitou de pronto - Sou Kimberly, mas pode me chamar de Kim. _ Obrigada. - sorriu a vendo olhá-lo com curiosidade. - Onde estou? _ Em algum lugar. - respondeu uma voz masculina potente. Um homem n***o alto e forte entrou na sala - Sou Phill. - se apresentou desconfiado lhe estendendo a mão que aceitou. _ Sou... _ Sabemos quem você é. - Kim disse num sorriso largo - Guilherme Giovanni Angnel, tem trinta e quatro anos, nascido em Minnesota. Foi para o exército aos dezesseis anos, foi um dos melhores cadetes. Uns dos melhores boxeadores da sua base além de franco-atirador. Dispensado com honra e convidado a se integrar ao FBI. Realizou missões impressionantes disfarçado. Sorri diante do relato dela, que realmente parecia uma estudante do colegial que tinha decorado a matéria para prova. _ Esqueci algo? - quis saber Kim confusa com o meu sorriso. _ Esqueceu de mencionar que foi você que cancelou a reserva dele. - a razão da sua quietude materializou-se a sua frente usando apenas um short e uma camiseta. Sentiu que o ar da sala ficou tenso no momento que se olharam - Desculpe colocá-lo no sofá. Não conseguimos levá-lo para o quarto. Guilherme agradeceu aos céus por estar sentado, pois vê-la assim lhe deixou extremamente e******o. Ela tinha um corpo magnífico, coxas grossas e pernas muito bem torneadas, s***s fartos, cintura fina... Nossa! Estava realmente ferrado. _ Pode me chamar de Nat. Phill vai lhe mostrar seu quarto. Amanhã começaremos o nosso treino e falaremos sobre os nossos planos. - explicou ela calmamente. _ Qual o seu nome? - se levantou - Ainda não fomos apresentados. _ Natasha Rodrigues. - lhe estendeu a mão. Quando segurou a sua mão sentiu a descarga elétrica percorrer pelo seu corpo e teve a certeza e ela também, pois os seus olhos escurecerem rapidamente. _ Vocês agora são parceiros tipo Bonnie e Clyde. Chega de formalidade gente. - reclamou Kim rindo. - Somos um time agora. _ Você não tem jeito. - Phil riu lhe beijando a testa - Venha Clyde. - o chamou - Vou te mostrar seu quarto. - começou a subir as escadas e o segui, ainda pude ouvir Kim falar alguma coisa e Nat responder. O quarto era amplo com banheiro e para minha surpresa tinha várias roupas e sapatos para todas as ocasiões do seu tamanho. _ Coloquei material de higiene pessoal aqui. Um barbeador também. - lhe informou Phill ao sair do banheiro - Se quiser tomar um banho antes do jantar não tem problema. Você tem uns quinze minutos. - o informou olhando o relógio - Nosso treino começa as seis. Não se atrase. - abriu a porta - Um aviso. - se voltou para ele sério - Não se engrace com Nat. Se a fizer sofrer e ela não o matar eu mato. - avisou e fechou a porta. Guilherme ficou olhando para a porta por alguns minutos, depois vasculhou o quarto a procura de algum indício de onde estava, mas não achou nada. Olhou pela janela e só conseguiu ver uma bela paisagem com montanhas ao fundo. Parecia que estava numa fazenda. Tirou a roupa e foi tomar o seu banho frustrado. Phill tinha realmente cuidado de tudo. ***************************************************************************************************** Phil era forte e sabia lutar muito bem, pensava Guilherme se defendendo dos golpes certeiros. Ele não sabia apenas boxe, mas misturava outros estilos de luta. O corpo tatuado e cheio de cicatrizes dele diziam-lhe que ele era um oponente poderoso numa luta real. Phill parecia um lutador profissional da UFC. Respirou com certa dificuldade quando recebeu um golpe nem o seu abdómen. _ Os Ortega não jogam limpo. Se lembre disto. - o disse Phill tirando o protetor bocal - Mas você luta bem. - elogiou lhe jogando uma toalha. _ Obrigado. - tirou o protetor e passou a toalha pelo rosto cansado. Ambos estavam sem a camisa e molhados de suor. Estavam num galpão que ficava um pouco mais distante da casa. E tinha razão, estavam numa fazenda. - O que vem agora? _ Banho e café da manhã. - Phill respondeu colocando uma camisa - Melhor você se vestir. Kim não precisa de incentivo para ficar falando. _ Com ciúme Phill? - Nat disse se aproximando do tatame. Vestia somente um short e uma regata, os cabelos longos estavam presos numa trança longa e grossa. - Bom dia. _ Bom dia. Quantos quilômetros? - quis saber Phill lhe beijando a testa. _ Vinte. Bom dia, Angnel. - Nat o cumprimentou. Gostou de saber que não era o único que estava atraído ao ver os seus olhos brilharem ao vê-lo seminu. _ Bom dia. - colocou a camisa Angnel - Podemos conversar? _ E hora do café da manhã. - argumentou Phill. _ Pode ir Phill. Kim estava fritando bacon quando passei por lá. - Nat o informou. Phill parecia indeciso entre ficar com ela e ir ver o que Kim estava fazendo. Era de conhecimento deles o quanto Kim era um desastre na cozinha. Guilherme não entendia a dificuldade do Phill em deixá-los sozinhos. _ Se ela colocar fogo na cozinha você terá que reformá-la. - Nat disse-lhe o fazendo sair quase correndo - O que você quer? - se voltou para Angnel. Guilherme quis responder que queria ela numa lingerie branca numa cama, mas conteve-se. _ Este não é seu nome. - a disse lhe encarando. Ela não negou e nem afirmou - Li a pasta de Natasha Rodrigues. Vi as fotos e em tudo que ela estava envolvida. _ Então sabe do que sou capaz. - lhe respondeu tranquilamente. _ Sim eu sei. - se aproximou dela a encarando - Também sei que não está fazendo isto por amor à pátria. Natasha sorriu. _ Não mesmo. Este não é o meu país. _ Então você não é americana. - a viu apenas afirmar com a cabeça - Por que está fazendo isto então? - quis saber curioso. _ Devo minha vida a Camila. Não ouviu ela jogar na minha cara. - argumentou irritada tirando um pirulito do bolso e levando a boca. Olhou o galpão que estava repleto de acessórios para treino de luta e foi até o saco de areia o socando um pouco fazendo-o balançar - Amanhã treinaremos tiro e resistência. Phill preparou um circuito para nós. - o informou. Mas quando se voltou ele estava atrás de si a surpreendendo. _ Se vamos ser parceiros, preciso saber tudo ao seu respeito. - Guilherme lhe disse num tom baixo. Aquele pirulito na boca dela estava lhe dando ideias nada amigáveis. - Por que você deve a diretora? - ela não recuou quando se aproximou. Não se moveu um milímetro. Garota corajosa! Se ela soubesse o que se passava na sua mente o mandaria embora. _ Fui cercada e baleada numa missão. Estava desacorda e prestes a ser estuprada. Camila me achou e ajudou-me. Por isto devo a ela. Devo muito mais do que ela pensa. - revelou para ele chupando o pirulito. Era um hábito que tinha adquirido com o disfarce de Natasha Rodrigues. _ Compreendo. - respirou fundo - O que faremos no restante do dia hoje? - a perguntou se afastando. Estava louco para beijá-la e tomá-la para si. Nat respirou fundo se controlando. Aquele homem fazia o seu corpo queimar. _ Kim vai nos mostrar a planta da casa dos Ortega e repassaremos nossa história. Temos muito o que acertar. Ramires me conhece bem e participou de muitas situações comigo. Ele pode fazer perguntas para testá-lo e você tem que estar preparado para respondê-las se for necessário. Afinal somos... namorados muito... íntimos. - sorriu e tirou o pirulito da boca. - Se prepare para Kim, ela deve ter preparado uma história mirabolante para nós. Além de romântica e claro. - voltou com o pirulito para boca. _ Não e romântica? - a perguntou curioso se aproximando dela novamente. Teve a necessidade de conhecê-la, não a Natasha, mas a mulher atrás dela. - Estou perguntando para a mulher atrás da Natasha. Os olhos dela brilhavam intensamente. _ Cuidado Angnel. O que vai encontrar não vai gostar. - avisou, sorrindo. _ Talvez eu goste. - sussurrou se aproximando mais. Sentiu a respiração dela se alterar quando lhe tocou os seus braços. _ Vamos perder o café da manhã. - o lembrou não desviando o olhar. Um suspiro os fez se voltarem para porta e viram Kim os olhando parecendo fantasiar coisas. _ Phill me mandou chamá-los para o café. Mas vocês.... ficam tão bem juntos. - juntou as mãos na frente do corpo e suspirou como uma criança de cinco anos. Guilherme não conseguiu conter a gargalhada. _ Eu te disse que ela adora histórias mirabolantes. - reclamou Nat se afastando - Vamos Angnel. Daqui a pouco Phill vai estar aqui também. Para sua surpresa viu Phill com um avental rosa cheios de flores envolta a frigideiras, torradeiras e espremedor de frutas. _ Não ria Angnel. - avisou lhe apontando uma colher - Ainda posso jogá-lo no chão e nocaute a ló. - ameaçou. _ Fora o tatame a cozinha e o território preferido de Phill. - explicou Kim aproximando-se dele e o beijando, fazendo-o rir - Acho que ele sente mais ciúmes daqui do que de mim. _ Sabe que não é verdade amor. - a puxou para seus braços e a beijou. _ As vezes vocês me deixam enjoada. - reclamou Natasha fazendo um careta - Vou tomar um banho. - avisou se afastando quase correndo. _ Também vou. - Angnel avisou. Phill apenas fez um sinal para que se afastasse enquanto ainda beijava a sua esposa. Estavam sentados a quase duas horas em frente a um projetor onde uma séria Kim explicava sobre a planta da mansão dos Ortega e suas descobertas. Desde a última visita de Natasha ao local a mansão sofreu reformas significativas. Graças a perspicácia dela descobriu uma parede falsa que levava a um quarto amplo. Os informou também a compra de dois cofres muito distintos. Ela só precisava saber qual foi instalado para saber como abri-lo. Também lhes passou o enredo da história que inventou para ambos. Se conheceram na Ilha de Mali no continente Africano. Após a apresentação de um amigo em comum. Como ambos pertenciam ao mundo do crime Kim mudou o nome de Angnel para Raphael Salvatore, um homem acostumado a lavar dinheiro em muitos de seus negócios. Serviu no exército americano mas foi dispensado com desonra após várias armas sumirem. Após isto, formou uma pequena fortuna e a ampliou em negócios escusos. O dinheiro que seria depositado pelas agências seria sua conta bancária. Kim era tão boa no que fazia que criou diversas empresas fantasmas em seu nome pelo mundo, além de ramificar ligações de seu disfarce com várias operações. Quem o investigasse não teriam dúvida que era realmente Raphael Salvatore. Sua ligação ficou mais forte com Natasha após realizarem uma operação juntos e depois a convite seu fizeram uma viagem, desde então o seu relacionamento solidificou-se e estão juntos a quase dois anos. _ Fez um excelente trabalho Kim. - Angnel examinando os seus documentos falsificados que tinha certeza de que qualquer perito teria dificuldade de atestá-los como falsos. Nat ainda estava lendo seu roteiro e parecia compenetrada enquanto chupava o seu pirulito, fazendo-o se sentir desconfortável. Nunca na sua vida ver uma mulher chupando um simples pirulito lhe parecia tão excitante. _ Obrigada. - Kim riu satisfeita - Eu não preciso lembrá-los que vocês são um casal né? - os olhou curiosa - Vão ter que se tocar, beijar, dormir juntos... Viu Nat se mexer desconfortável no sofá que estava sentada. Daria um braço seu para saber o que se passava na sua mente. _ Nisto eu não tenho como interferir. Vocês vão ter que entrar num acordo. - continuou Kim sorrindo - Fogo vocês já têm. A química entre vocês dois e perfeita. Agora tem que deixar vir à tona e se mostrar o casal mais apaixonado do mundo para os Ortega. Angnel sabia o que ia acontecer se eles deixassem toda aquela química vir à tona, uma explosão maior que a bomba nuclear. Natasha o encarava enquanto rolava aquele maldito pirulito na sua boca, deixando-o louco de tanto t***o. _ O almoço está pronto. - avisou Phill aparecendo na sala - Fiz lasanha. - avisou e recebeu um imenso sorriso de Kim. _ Por isto que eu te amo. - disse Kim num sorriso se levantando - Hoje à noite vamos dançar. - anunciou antes de sair da sala acompanhando o marido. O silêncio que se seguiu foi constrangedor se cheio de eletricidade, cada um perdido nos seus próprios pensamentos. _ O que disse? - Angnel perguntou a Nat ao ouvi-la falar algo em outro idioma. _ Eu disse: Inferno de imaginação de Kim. - respondeu, parecendo irritada se levantando - Eu te disse que ela ia inventar uma história mirabolante, mas eu não sabia que iria tão longe. _ Não está boa? - quis saber olhando novamente a sua pasta. _ Boa até demais. - olhou para ele seria - Ela pensou nos minutos detalhes. Isto que me irrita. Vamos almoçar. - o chamou saindo da sala. Angnel quis rir, mas se conteve. E tinha que concordar com Nat, Kim pensou em tudo.
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