Amor bandido

DIABAO. Olhava minha irmã dormir e admirava demais a mulher que ela estava se tornando, nois tivemos que passar muita coisa pra chegar até aqui a vida nunca foi fácil e sempre só tivemos um ao outro no mundo, então sempre corre por ela tudo que fiz foi pra garantir o melhor pra ela. Minha irmã é a pessoa mais importante da minha vida. Fiquei ali pensando em todas as coisas que já passei, e no quando eu sentia falta da minha mãe ela nos amava tanto, pena que todas aquelas coisas aconteceram. - Você sabe que nada daquilo foi sua culpa né você não tem culpa de nada Minha irmã falou me encarando assim que acordou, o bagulho era sempre esse toda vez que eu estava m*l ela tentava me animar, mas eu sabia muito bem da minha culpa do quanto fui fraco e nada nem ninguém vai tirar isso da minha mente esse é um peso que eu carrego na alma. - Foi pô, foi minha culpa sim, você não precisa agir como se eu fosse inocente quando na verdade eu sou um filho da p**a culpado - Não é isso Fábio a questão é que você era só uma criança e estava tentando salvar minha vida Balancei a cabeça em negativa e saí do quarto dela indo pro meu, peguei meu cigarro e acendi indo pra janela. As vezes era f**a ter que ligar com os acontecimentos daquele dia Anos atrás Eu cresci vendo minha mãe apanhar do meu pai era porrada o tempo todo assim se ele se estressase na rua descontava nela, se ela respirasse de um jeito que incomodasse ele, ela apanhava e sempre na maioria das vezes eu tento defender ela, mas no final ela acaba saindo mais prejudicada. Nunca vou entender porque ela continua com esse cara mesmo com tantas humilhações e porrada. Sempre ouvia pelo morro os comentários de alguém que tinha morrido porque o marido matou e se eu estivesse fora de casa eu voltava correndo morrendo de medo de ser ela. No começo ela não deixa eu ou a minha irmã perceber mais depois os anos foram passando e chegou em um momento que não deu mais pra evitar porque o meu pai passou a agredir eu e a minha irmã. Meu pai é dono do morro, a mesma ruindade que ele tem na rua com os outros ele tem em casa com a gente já teve vezes até de passarmos dois dias sem comer só bebendo água. Eu tenho uma irmã a Fabiana ela tem cinco anos e eu tenho sete, sempre ajudo minha mãe a cuidar dela. Eu estava na sala assistindo desenho com a minha irmã quando minha mãe apareceu e sorriu fraco pra gente. - Oi, o que foi mãe? Ela sentou no sofá e ficou fazendo carinho na minha irmã -Nada não meu amor a mamãe só está admirando e beleza se vocês dois e o quanto eu amo vocês Falou sorrindo fraco e beijou minha bochecha devagar Olhei bem para o rosto dela, ela estava com o olho roxo e inchado, um corte grande nos lábios e vários hematomas no rosto, principalmente na bochecha. Neguei com a cabeça e segurei sua mão, me doía tanto ver o quanto ela sofre na mão daquele homem, mas infelizmente eu não posso fazer nada já tem as vezes que eu apanho para que ele não bata na minha irmã. Passei o resto do dia com a minha mãe e a minha irmã em paz, o que era algo raro então aproveitamos muito. Dias atuais Jogo a fumaça pra cima e fico olhando pro morro, às lembranças do dia em que ela morreu não saem da minha cabeça. Eu era só um moleque que só queria brincar pô fazer as coisas que criança faz, mas ele não me deu oportunidade só queria crescer com a minha coroa do lado aproveitar cada momento com ela. Flash back - Ou você atira nela, ou eu atiro em vocês dois não me desafia moleque meu pai falou apertando meu braço, me olhando com aquele olhar de ódio misturado com vários outros sentimentos, e apontou a arma pra mim e logo em seguida pro minha irmã. - Eu não posso fazer isso, pai, ela é minha mãe! Por favor pai falei deixando as lágrimas caírem, e olhei para a minha mãe que estava no chão, chorando eu não sabia oque fazer - Já falei p***a a vida de vocês dois pela dela você escolhe, bora c*****o não tenho o tempo todo Falou dando um tapa na minha cabeça eu olhei pra minha mãe que chorava no canto - Pai por favor é a minha mãe não quero fazer isso Falei implorando ele me olhou feio e puxou minha irma pelos cabelos colocando a arma na cabeça dela - Filho... Minha mãe me chamou baixinho e eu olhei pra ela - Acaba logo com isso, promete pra mim que vai proteger a sua irmã - Não mãe eu não posso fazer isso - Você pode meu amor se você não fizer ele vai fazer e o pior vai fazer com a sua irmã também, promete cuidar dela - Eu prometo mãe, mas não vou atirar na senhora - Você precisa meu amor, nunca se esqueçam que eu amo vocês Ela falou e meu pai começou uma contagem regressiva, eu fechei os olhos deixando algumas lágrimas caírem e atirei nela, sentindo meu peito doer. - Atira mais uma vez! Anda p***a tô mandando atirar seu filho da p**a Ele falou firme vendo que o tiro que eu dei não tinha matado ela, eu balancei a cabeça negando, e ele pegou a arma atirando na perna da minha irmã de raspão. Me mostrando que não estava pra brincadeira eu peguei a arma e mesmo tremendo eu atirei nela mais uma vez. Ele se deu por satisfeito e sorriu saindo dali deixando apenas eu e minha irmã com o corpo sem vida da minha mãe - Tá doendo Binho Minha irmã falou chorando mostrando a perna sangrando, eu olhei pra minha mãe mais uma vez e peguei minha irmã no colo levando ela pro postinho. Naquele dia eu me tornei a pior pessoa que eu poderia ter me tornado. Todos os dias o ódio dentro de mim ia crescendo, e eu só esperava o momento que me desse coragem pra matar aquele desgraçado. E foi oque eu fiz um mês depois lá estava ele fazendo minha irmã de saco de pancadas, eu peguei a própria arma dele e descarreguei toda no mesmo e ao contrario do que eu imagina não sentia nenhum pingo de culpa ao contrário eu estava mais que satisfeito. Lutei sozinho pra cuidar da minha irmã eu só tinha dez anos e tinha uma criança de cinco nas costas pra cuidar sozinho sem apoio de ninguém só dois anos depois que a mãe do marcola passou a ajudar e nos tratar como filhos, mas aí eu já tinha a mente feita pra maldade então não adiantava mais nada. Entrar no tráfico é um caminho sem volta, tu entra e não dá mais pra sair. Tem que fazer uns bagulhos que tu nunca se imaginou fazendo. Você só tem dois caminhos morrer ou ir preso Carreguei nas costas duas mortes e depois aos 12 anos fiz de novo Torturei pra c*****o o cara, e depois tive que matar. O cara tinha tinha estuprado uma mina daqui da favela matei sem dó nenhuma pô foi sem massagem. Uma das regras mais antiga daqui, é que é proibindo os caras de forçarem as minas a foderem. se tá maluco a pessoa pode ser errada como for mais tem que pelo menos ser certo em uma coisa. Sou filho da p**a demais mesmo, mas fazer isso com mulher nem tenho coragem. É mais fácil ir num puteiro, e pagar pra comer as minas de lá, carai. Sem forçar nada. Fui subindo de cargo cada vez mais, quando fiz vinte e cinco eu já era gerente do pô, aos vinte e oito eu comandava toda a favela. Quando você pega gosto pela coisa já era fi você não quer saber de outra vida mais não e foi assim comigo, única pessoa que eu considero ate o fim é minha irmã o resto meto bala sem dó. Depois de matar três vezes aí foi só ladeira a baixo antigamente eu era mais p***a louca se o cara pelo menos me olhasse feio eu já estava metendo bala hoje ainda penso um pouco mais, tenho mais de 30 mortes nas costas e não me arrependo só a da minha mãe porquê não foi algo que eu queria eu fui Obrigado a fazer e até hoje revivo aquele dia sinto a dor como se fosse hoje.