Capítulo II

2159 Words
Parece que foi ontem que começou a trabalhar nesse escritório, isso já faz dois meses e o meu treinamento terminou. Vitor me disse que eu serei a secretária da presidência, pois todo poderoso chefão demitiu a última tem quase quatro dias e precisa de alguém urgentemente. Nesse período que começou a trabalhar aqui fiz uma grande amizade com Alicia, a moça da recepção e foi através dela que ficou sabendo que o presidente da empresa é conhecido por seu humor diabólico e que não tem secretaria que consegue agradá-lo. Oro mentalmente para que seja um exagero sem tamanho, porque segundo Vitor me falou meu salário vai aumentar significativamente, além de todos os bônus que terão. Para quem vive tendo que contar as moedas todo mês isso é uma notícia espetacular. Tem que dar certo.     Hoje é mais uma segunda feira e começo e o trabalho para o presidente. Escolha a minha roupa mais apresentável, estilo secretaria de rico, riu do meu pensamento enquanto me dirijo ao prédio do escritório. Como as coisas estão cooperando hoje, isso tem que ser um bom pressagio. Quando passo pela recepção, logotipo a mocreia da Leila me sorrindo debochada. _ Realmente esse lugar já foi mais bem frequentado, atualmente qualquer um trabalho aqui, uma perca na qualidade. Eu olhei para ela e realmente tentei ignorar, só que essa minha força de vontade não durou muito tempo, me virei e sorrindo sarcasticamente responde: _ Isso deve ter começado no dia em que você foi contratado não é mesmo queridinha?! Ela me fulminou com os olhos, eu sorri e pensei ponto pra mim. Segue rumo à cobertura onde ficava a sala da presidência, eu só tive aqui uma vez, e caramba, esse lugar expira luxo. Aqui só tem a sala do presidente, a sala de reuniões e uma pequena sala de recepção onde se encontra uma mesa que possivelmente irei ocupar. Respiro fundo e dou uma batida de leve na porta. _ Entre! Uma única palavra que eu fiz tremer dos pés à cabeça. Droga Bete, se controla! Vai dar tudo certo, eu creio. Depois desse meu curto momento de reflexão, entro na sala. O lugar é espaços muitoo, todo em toneladas escuras com a parede de trás de todo o vidro que permite uma vista privilegiada da cidade. Fico assistir imaginando um pôr-do-sol daqui, deve ser magnifico. No fundo da sala tem uma mesa de madeira que parece brilhar de tão polida, e sentado majestosamente em uma cadeira de couro preta encontrar-se o homem mais bonito que já vê. _ Bom dia senhor Montenegro! Ele não me responde, pelo contrário, fica me analisando de cima a baixo. Eu já recebi esse mesmo olhar preconceituoso e julgador outras vezes. Ele sorri de canto e me responde: _ Deve ter acontecido algum engano, eu não trabalho com tipos como você. Eu juro que nesse momento eu tive duas vontades quase incontroláveis: a primeira era de enfiar a mão na cara que filho da por ser tão... tão preconceituoso e; a segunda é de chorar por pensar até quando eu vou ter que lidar com isso, com tantos julgamentos. Respiro fundo e respondo: _ Bom, eu prefiro nem saber o que quer dizer "com gente do meu tipo", mas vou engano avisá-lo que não tem nenhum, fui contratado para trabalhar como secretária e é isso que vim fazer aqui. Se o senhor tem alguma objeção a fazer, reclame com o RH, porque "GENTE DO MEU TIPO", são pessoas que ganham a vida honestamente e que infelizmente não pode controlar o "tipo de gente" que vai encontrar. Ele se levantou e, minha senhora, dos homens grandes, ele era ainda maior do que eu lembrava e parecia estar extremamente irritado com a minha resposta. Eu não vou abaixar a minha cabeça para esse racista de. O mundo é tão falso, pessoas ricas e brancas se acham superiores, é tão lamentável que até hoje ainda tem alguns que pensam assim. _ Então vamos tratar de trabalho senhorita...? Ele estava na minha frente e seu perfume amadeirado já tinha chegado até a mim, o que fez eu perder o foco por alguns instantes. _Elisabete Santos. Ele sorri diabolicamente e volta para trás da mesa. _Muito bem senhorita Santos, vamos ver a sua "competência". Eu quero que você leia esses contratos aqui e os separe em ordem alfabética e de acordo com a urgência _ ele aponta para uma pilha de massas em cima da mesa, eu posso resolver isso _ e depois quero que responda aos meus e-mails e organize uma minha agenda. Depois vem até a minha sala e falarei o desejo mais. Vou até a mesa e seguro as massas, me viro para ele e falo: _ Tudo bem senhor. Me viro e vou sair da sala e escuto ele sussurrar: _ Vamos ver quanto tempo você vai durar.     Se você acredita em castigo divino, então vai concordar comigo que eu só posso estar recebendo o meu ao ter que lidar com o meu chefe. Infelizmente o que falavam pelos corredores não chega nem perto da verdade que tem que lidar todos os dias. Aquele homem é infernal, o humor é do cão e o que tem de bonito, tem prepotente e arrogante. Já trabalho para ele a seis meses e eu passei já por todo tipo de situação que alguém imagina passar em um ambiente de trabalho. Ele tentou me enlouquecer, já me humilhou fazendo chorar no banheiro. É estupidamente grosso comigo e com todos os funcionários. A cada dia me convenço mais de que ele me odeia e por Deus estou quase fazendo esse sentimento recíproco. Chego para mais um dia de trabalho, passo na minha mesa e ligo o computador, depois pego a agenda e sigo para sua sala. Dou duas batidas na porta. _ Entre! Entro na sala e na vejo virado para janela contemplando o movimento da cidade. _ Bom dia senhor Montenegro, vamos passar a agenda de hoje. Ele continua contemplando a vista, depois se vira para mim e fala: _ Quero que você me traga um café agora! É, eu esqueci de comentar como ele acha que sou sua garçonete particular. Café, almoço e até jantar, gritos e milhões de relatórios, horas extras intermináveis. Droga, droga! _ Tudo bem senhor. Me dirijo para uma pequena área destina aos funcionários e coloco o café na máquina. Nesse momento estou pensando o que vou fazer da minha vida, está tão complicado conciliar esse trabalho com o mestrado, são noites em claro e finais de semana enfurnada nos livros. Ainda falta quase um semestre para acabar de escrever minha dissertação e como vezes me sinto esgotado. Respiro fundo e vejo que alguém está falando comigo. _ Parecia tão perdida em seus pensamentos que nem me notou Elisa. Diga que tudo tem uma parte boa, então eu vou contar a parte boa de trabalhar aqui, fiz grandes amigos e tenho colegas incríveis. Esse é o caso do Pedro, meu lindo amigo, estagiário da empresa, que me conquistou com seu sorriso. Quem o ver assim todo másculo, nem imagina que da fruta que eu gosto ele vem até o talo. _ Quer me matar de susto cara? Eu estou cansado é cansado, preciso de férias urgentes. Ele sorri para mim e me puxa para um abraço, era disso que eu precisava agora. _ Não se preocupa princesa, tenho certeza de que você vai conseguir e lembrar-se do seu lindo salário na final do mês que vai te ajudar a aguentar o delíciagro do seu chefe. Quem aguenta com esse menino, rir com o "ogro delícia" que ele carinhosamente apelidou o meu chefe. _ Tudo bem lindinho, agora tenho que ir antes que seja devorada pela ogro. Ele rir e responder: _ Bem que você gostaria, sua. Deixo esse doido na sala e assumo uma postura ereta para enfrentar a fera. Dou uma batida na porta e entro. _ Aqui está seu café senhor. Coloco o café em cima da mesa e vou pegar a agenda enquanto ele começa a bebê-lo. Quando penso que hoje vai ser um dia mais tranquilo ele cospe todo o café no chão e grita: _ Esse café é uma porcaria e ainda por cima gelado. Não consegue nem servir um café, mas o que eu poderia esperar mesmo?! Eu estava cansado tão disso, essas humilhações desmerecidas, desse ódio que ele sente. Por mais que eu quisesse ser forte e não chorar, não consegui. As lágrimas rolavam pelos meus olhos, pensei várias respostas para dar nesse momento, mas decide que não valia a pena. Virei como costas e sai da sala, fui direto para o banheiro e ali, em frente ao meu antigo inimigo, ver refletida a mulher que eu lutei tanto para mim tornar e que nesse momento se sentia tão menor que todo mundo. Fechei os olhos e as cenas de um passado que luto a todo instante teimava em se repetir, como mesmas palavras cruéis... ,,. _ Você não é assim, você é forte, esperta e linda. Não acredite neles, você é incrível. Lavo o meu rosto e refaço a maquiagem. Sigo para a minha mesa começo e o trabalho normalmente. Ele não vai me fazer desistir, não aquele filho da arrogante.     Fernando O INFERNO! Parece que a minha cabeça vai explodir a qualquer momento e isso é o resultado de passar a noite bebendo em casa para tentar tirar da cabeça uma mulher certa que está consumindo a minha sanidade. Até hoje, nos meus 33 anos de vida sempre tive aquilo que quis, e não só porque sou rico, mas principalmente porque eu sempre lutei por aquilo que desejava. Os meus pais são pessoas incríveis e me ensinam tudo o que eu sei de bom hoje, mas a vida se encarregou do resto. Aprendi que as pessoas como eu tem que ter o melhor na sociedade e que a mulher boa é aquela que se enquadra perfeitamente dentro dos padrões. Quando fiz 30 anos meu pai me mandou ficar como presidente em nossa sede aqui em Salvador, somos um escritório conceituado no mercado hoje e porque isso só conto com os melhores e mais competentes profissionais. É por esse motivo que demite a minha última secretária, muito linda, alta, magra e loira, mas só porque comi uma vez já se achava alguma coisa minha. ,. Mas foi quando uma n***a auslava entrou na minha sala que meu inferno pessoal começou. Droga, droga! Ela é exatamente tudo o que eu considero para um do padrão, um corpo distante em curvas e um cor de pecado. , Ela é sordidamente linda e foi por mim deixando assim que decidir que a odeio. Nos últimos seis meses eu fiz da vida dela um inferno, e mesmo quando não queria era extremamente grosso a ponto dela sair chorando da sala. Mas que merda! Pego uma bebida forte para essa hora do dia, mas eu preciso de algo que me acalme. Ela é toda sorridente. Sorri para a segurança e para os meus clientes, para todo mundo menos para mim. Está sempre cercada de algum que fica babando naquelas curvas que a maldita saia apertada mostra. Eu fecho os punhos com raiva só de imaginário um tocando nela. Só posso ficar ficando louco, ela não é nada meu. Sou tirado dos meus pensamentos com Vitor que entra na minha sala. _ Eu nem vou perguntar o que você fez com a pequena hoje Fernando, mas que droga _ ele parecia furioso e me perguntar o porquê dele estar tão preocupado, será que ele tem alguma coisa com ela? O inferno! _ Você é bastardo cara, ela está lá para um tentando disfarçar que chorou porque você novamente a humilhou. _ Isso não é da sua maldita conta Falcão, eu trato a MINHA secretaria como eu quiser. Eu já estava nervoso, andando de um lado para outro na sala. _ Não trata coisa nenhuma, não comigo aqui. CARA! Você não sabe nada sobre aquela menina, não sabe o que ela já teve que passar na vida, e o como é uma pessoa encantadora, que mesmo sofrendo tanto preconceito, só responde a todos com amor e gentilização. Eu realmente não sei qual é o seu problema. Eu não respondi nada para ele, afinal por mais que odiasse admitir ele tinha razão. Ele continuou..., _ Estou pensando em transferi-la para outro setor. O Rodrigo está precisando de um assistente e ele parece muito gostar dela. Eu olhei para ele e tive vontade de socar a sua linda cara. Mas nunca que eu vou permitir que ela fosse trabalhar com aquele bastardo metido a conquistador. Fecho as minhas mãos em punhos e respondo: _ Esqueça! Ela não vai para o lugar nenhum e é melhor você dá o para um daqui agora! Ele me olha sério e diz: _ Você está avisado Fernando. Ele saiu da sala e eu fiquei pensando no que ele falou. Nunca, ela é minha.
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