Capítulo III

1762 Words
Sabe aqueles dias que parecem que as 24 horas são muito poucas para dar conta de tudo o que você tem que fazer? Pois bem, hoje é esse dia. Estou nos momentos finais da escrita da minha dissertação e o meu orientador está me pressionando para que eu termine logo. Isso significa noites em claro e exaustão física e psicológica. Hoje cheguei atrasado no escritório e a manhã passou em uma correria que só. Alicia e Vitor me convidaram para almoçar com eles, mas eu dispensei. Vou aproveitar essa hora de almoço e de silêncio para descansar um pouco. Meu chefe saiu cedo e isso me deixa mais tranquila. Tiro o blazer que estava por cima do vestido e os cabelos, pego um iogurte de morango e tomo enquanto coloco meus fones que estão tocando a seleção de músicas de AnaVitória, meninas essas arrasam e eu amo. Me permito tirar os sapatos incômodois e me deito na minha cadeira e me permito fechar os olhos por um momento, coisa de 10 minutos, pelo menos esse era o plano.   Fernando   Hoje foi um dia muito corrido, estou pegando uma causa importante e preciso que tudo saia perfeito. A Elisabete parece extremamente cansada e abatida, soube por Vitor, que vive grudado demais nela pro meu gosto, que está terminando o mestrado em História e Literatura, uma mulher dos livros. Sorriu ao pensar nela sorrindo sempre, menos para mim. Droga, droga! Volto mais cedo para o escritório porque o meu cliente teve um imprevisto e foi chegando ao meu andar que me deparo com uma cena que fez o meu coração de gelo derreter. Ela está linda dormindo na cadeira com os cabelos revoltosos em uma confusão de cachos, parece tão serena e cansada. Aproveito que está dormindo e me aproximo para analisá-la mais de perto, percebe que parece mais magra e isso me causa um certo desgosto, aprende a admirar as curvas fartas. Continuou minha análise e percebo que apesar da maquiagem ela parece estar com olheiras, olho para mesa e vejo um ponto de iogurte vazio, será que ela vem só isso? Mais que. Decido ir para minha sala e deixá-la descansar um pouco mais. Mas eu vou querer direitinho essa história. Elisabete   Droga, droga! O meu cochilo de 10 minutos virou mais de uma hora e nesse momento sei que vai ser demitida por justa causa. Vou para o banheiro e prendo os meus cabelos, lavo o rosto e retoco a maquiagem. Sigo para a sala da presidência e dou uma batida na porta. _ Entre! Eu vou entrar e já começo a falar: _ Eu sinto muito senhor Montenegro, eu estava muito cansado e passei a noite em claro e eu sei que isso não justifica, mas... Ele se levanta e vem caminhando em minha direção, para na minha frente e fala: _ Você já almoçou, Pequena? Eu arregalei os olhos para o jeito como ele chamou, como as palavras embolar na minha língua ao responder: _ Eu... eu comi um... Ele nem me deixou terminar pegou o celular de última geração e falou com alguém. _ Pode trazer o almoço na minha sala, um macarrão ao molho de queijo, um bife passado bem e uma salada, um suco de maracujá e de sobremesa uma torta de chocolate. Eu olhei para ele sem entender por que ele estava fazendo isso, o que será que deu nele? Isso é muito estranho. Saiu dos meus pensamentos com sua voz me chamando. _ Sente-se agora! Parece que eu estava no modo automático, segui rumo ao sofá e me sentei. Ficamos em silêncio até que vinte minutos depois de um homem entra na sala com o almoço. Ele arruma tudo na mesa e sai. Fernando me chama: _ Venha comer! Ele me olhava intensamente e se eu não fosse n***a já estaria vermelha. _ Não precisa senhor, eu vou ficar bem... eu como qualquer coisa depois. _ Isso não foi um pedido, coma! Mesmo sendo contra minha vontade, a minha barriga roncou me fazendo ficar com vergonha e ele com um sorriso nos lábios. Me aproximei e comecei a comer sobre seu olhar atento, e caramba estava tudo tão gostoso que eu gemi enquanto comia. Quando começou a comer a torta de chocolate, que se diga de passagem era divina, eu literalmente suspirei. Ele me olhou e eu podia jurar que por um minuto eu ver desejo em seus olhos. Obrigado! Estava maravilhoso tudo e pode mandar a conta que eu pago. Ele me olhou e falou: _ Só vá descansar e nos vemos amanhã pequeno. Eu não falei nada, sorri pela primeira vez para ele em agradecimento e foi embora. Hoje definitivamente foi um dia estranho.     Como coisas são um pouco estranhos entre mim e o senhor Montenegro desde aquele episódio do almoço em sua sala. Já passou duas semanas e ele não está me tratando com a mesma arrogância de sempre e as vezes tem a impressão de ver-encara mendo. Eu acho que as noites em claro estão afetando minha mente, só pode. Eu levanto para mais um dia de trabalho depois de um longo final de semana de estudo, que está mostrando cada resultado cada vez que consigo escrever mais páginas da minha dissertação. Depois de uma hora estou adentrando a recepção e novamente me deparo com a songamonga que me irrita ao extremo. Ignorar qualquer olhar que ela me lança e sigo rumo ao elevador. Quando estou aguardando as portas se fecharam entrar o senhor Montenegro e o Vitor. Droga, droga! Respiração e seja educado. _ Bom dia senhor Montenegro! _ dirijo meu olhar para ele que permanece sério me encarando_ Bom dia Vitor! Vitor se tornou um bom amigo durante esse tempo, sempre que pode almoçamos juntos e ele se mostra uma pessoa incrivelmente divertida. Ele se aproxima de mim e me puxa para seus braços. _ Oi Pequena, você está incrivelmente linda hoje. Posso saber se tem um motivo especial? Eu fiquei muito sem graça com o comentário dele e o olhar indagador do meu chefe.    _ Na verdade não tem nada demais hoje Vitor, tu estás exagerando. Ele me apertou em seus braços enquanto eu sorria e rindo respondeu: _ Que bom, porque hoje tenho planos para o nosso almoço Pequeno. Eu te ligo. Quando ele terminou de falar, chegou o seu andar e ele me saiu deixando sozinho com o "ogro delícia" do meu chefe, que por sinal estava com uma cara que assustava qualquer um. O dia promete.   Fernando   , Esse dia já começou muito bem para não dizer ao contrário. Já basta a MINHA pequena está infinitamente mais bonita e sorridente, ela ainda tinha que ficar naquela i********e com o do Vitor? Ele está perto demais, tocando demais, apertando demais para o meu gosto. O inferno! Eu só posso estar ficando louco, ela não é para mim. Ela é uma n***a gorda que está muito longe do meu ideal de mulher. É isso. Eu preciso f***r uma para esquecer essa loucura toda. Pego o meu celular e ligo para minha ocasional, a Michele, uma linda loira, alta, magra e rica que sabe fazer um como ninguém. Depois do segundo toque ela atendeu. _ Estar na minha sala em 20 minutos! É simplesmente isso que digo e desligo o celular, sei que ela não vai me deixar esperando.    Elisabete A manhã está passando sem muitos problemas, o meu chefe entrou em sua sala e até agora não pediu nada. Eu acomodo em minha mesa e começo o meu trabalho, a organização da agenda e a leitura dos relatórios me deixam concentrado, quando uma voz fina me tira do transe. _ Quero falar com o Nando agora!  Olho para cima e me deparo como uma mulher super elegante e linda que eu olhar com cara de tédio, sorriu e respondo: _ Bom dia, a senhora tem hora marcada? Ela começa a caminhar na minha direção e para praticamente colada com minha mesa. Rindo debochada, ela me olha de cima a baixo e responde: _ Queridinha desde quando preciso marcar hora para falar com o meu namorado? Agora faça alguma coisa de útil e fale que estou aqui. _ Eu sinto muito senhora, mas o meu chefe só atende com hora marcada, se puder voltar em outro momento... Ela passa por mim e segue direto para a sala do senhor Montenegro e eu saio correr atrás dela. Ela entra na sala e eu entro também. _ 'Amoreco' essa mulherzinha não queria que eu deixe entrar acredita? Antes você escolher melhor seus funcionários amor. Ela se joga nos braços dele e ele me olha com uma sobrancelha mente depois, eu respondo: _ Eu sinto muito senhor, ela foi entrando e o senhor não me falou nada, então eu achei ... Ele me interrompe e fala: _ Você não é paga para achar nada senhorita Santos, agora sai da minha sala e não me interrompa. A magricela ao lado dele riu debochada e acrescentou: _ Deve ser a gordura que está atrapalhando-a, ainda mais desse tipo... Eu me retirei da sala respirando fundo para não chorar, estava realmente demorando muito para ele me humilhar de novo. Os minutos seguintes eu passei ouvindo os gemidos e gritos vindos da sala dele, a mulherzinha sabia ser escandalosa e bem lá no fundo do meu coração isso me magoou profundamente. , merda! Aproveito que estava chegando ao meu horário de almoço e marquei com o Vitor de nos encontrarmos no restaurante perto da empresa que sempre íamos. Depois de meia hora ele chegou deslumbrante como sempre. _ Oi Pequeno, você chegou cedo. Tudo bem? Eu sorrio para o meu amigo e começamos a conversar, decida não comentar com ele nada do que aconteceu, até porque eles são amigos e não quero enchê-lo com os meus problemas. Ele me contorno um pouco sobre o tempo da faculdade e sobre sua família, foi um almoço maravilhoso. Voltamos para o escritório e ele foi eu levar na minha mesa como, segundo ele, um bom cavalheiro deve fazer. Quando ele estava saindo do senhor Montenegro saiu da sala. _ Está atrasado! Deveria parar de ficar se agarrando com os funcionários e ir fazer o seu trabalho senhorita Santos. Eu olhei para ele com toda raiva guardada dentro de mim e responder: _ Pode ter certeza senhor Montenegro que não sou eu que me fico "agarrando" no meu horário de trabalho por aqui, agora se me der licença eu vou organizar uns documentos. Sorri para sua expressão de desagrado e fui para minha mesa. Ponto para mim, babaca!            
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