_ sim. Ate teus completos vinte um ano como seu tutor.
_ tutor?
Ela perguntou incrédula
_ sim, como não tem família e como eu conhecia bem sua família, eu ficarei responsável por você neste momento.
_ parece muito jovem para ter uma filha de vinte anos.
Aline diz e o encarou com um leve sorriso.
ele sorri finalmente. Havia dias que não sorria preocupado demais com Aline.
_ bem obrigada, mas já tenho trinta e cinco anos.
_ então toma alguma fórmula da juventude.
Sorriram juntos ele a fitou ver Aline sorri depois de ve-la em coma o deixava bem satisfeito.
_ e onde ficarei?
_ no meu apartamento no centro da cidade. Fica bem próximo daqui e quando receber alta a levarei comigo.
Aline ficou em silencio e Raul continuou.
_ iremos à casa de seus pais para que busque suas coisas
_ certo.
Disse ela sentindo-se perdida.
_ o que eu fazia? Eu estudava? fazia alguma faculdade?
_ sim de psicologia estava no primeiro ano.
_ penso que não poderei voltar ate ter minha memória.
_ por ordens médicas tem que descansar um tempo ate voltar as suas atividades.
_ você trabalha com o que? Perguntava muito curiosa
_ publicidade. eu tinha uma sóciedade na empresa de publicidade de seu pai.
_ então agora possuíra a empresa?
_ não. Quando você tem parte das ações como filha dele, maior parte.
_ então sou sua chefe.
Sorriram.
_ não se lembra de nada mesmo?
_ não... Há algo especial que deva me lembrar?
Ela o perguntou olhando-o profundamente.
_ não.
Disse seco.
Quando aquele homem a olhava ela sentia que parecia que ela via sua alma despindo-a, e ela não o conhecia não se lembrava dele ou de nada e ele ainda seria seu tutor!
_ eu voltarei para buscá-la em dois dias como disse o medico. Tenho que arrumar o seu quarto e cuidar de algumas coisas da empresa.
Em silencio Aline apenas o observava.
_ qualquer problema ou se precisar de mim estarei aqui rapidamente.
disse levantando-se para sair
_ obrigada Raul.
Ele a ouve murmurar.
_ até logo.
_ até já.
Raul então vai ate a empresa conversar com uma das acionistas
_ bem diante do ocorrido lamentável e trágico, você se torna responsável pelo setor que Paulo cuidava e teremos que promover alguém ao seu cargo. Tem alguém em mente?
_ ainda não, mas resolverei isso.
Raul disse se sentindo exausto
_ e como ela esta?
Perguntou preocupada.
_ se recuperando, mas ainda não se lembra de nada.
_ nem mesmo de você?
Pergunta ela com um sorriso largo no rosto
_ pois é, nem mesmo de mim de nada em absoluto.
_ assim que ela descansar um pouco mais vou visitá-la. supostamente, não se lembrara de mim então, esperarei um pouco mais para não deixá-la ainda mais confusa.
_ os médicos dizem que ela recuperara a memória, assim que volte as suas atividades.
_ ela vai retornar a faculdade?
_ não. Ate que recupere a memória.
_ e então você será responsável por ela?
perguntou Julia e o encarou
_ sim ate que complete vinte e um anos.
_ como um tutor? Isso parece loucura
_ sim exatamente. Parece e é.
Raul diz olhando pela janela
_ parece muito preocupado.
Julia diz observando-o.
_ um pouco Júlia.
diz ele
_ por quê? Você era amigo de Paulo faz muitos anos e a conhece bem.
Julia disse, Ele sorri
_ é conheço sim.
Julie olhou séria para ele
_ senti algo estranho em seu sorriso mocinho. Algo perturbador.
_ nada estranho mocinha. Digo que a conheço bem. Não comece com suas adivinhações.
_ certo.
Disse Júlia desconfiada.
_ você anda bem estranho ultimamente Raul, acaso tem algo para me dizer?
_ não. E eu não estou estranho só estou cansado.
disse ele tenso
_ bem, então vai para casa e descanse.
_ tenho mesmo que resolver umas coisas em casa para acomodar Aline
_ então vai, esteja aqui amanhã cedo temos coisas bem pendentes para resolver assuntos de Paulo e você agora esta no lugar dele. Não vai me deixar com esta bomba sozinha.
_ na verdade eu não quero o lugar dele.
_ e quem mais apropriado do que você?
_ não sei talvez você eu continuarei com meu cargo e você ocupa o dele.
_ porque não disse antes?
_ eu não estou com cabeça agora Julia. Marque uma reunião e resolvemos tudo.
_ mais que complicado! Você sempre complicando!
_ isso é uma empresa de publicidade não seria bem sucedida se não fosse complicada cara sócia
sorriu já saindo da sala.
_ ate logo seu cretino.
Julia diz impaciente.
_ espero que me de férias longas.
Seguiu para o apartamento.
estava exausto aqueles dias no hospital buscando noticias de Aline, ficando ao lado dela o deixou exausto.
Enfim, ela se recuperou e ele sentia-se feliz por isso seria responsável por ela, teria que esquecer aquele beijo tratá-la como filha.
_ filha? Perguntou-se em pensamentos. Parecia impossível. Desde que a beijou não parou de pensar nela ainda que lutasse para não pensar.
Agora ela estaria com ele bem próxima dele e pensar nisso o deixava louco e ao mesmo tempo feliz.
Pensou que ao menos poderia a ver, saber que ela esta bem, depois do acidente traumático que vivera.
O quarto que ela ficaria era o quarto que ele não usava. Havia apenas algumas caixas e coisas velhas que ele arrumou e colocou no lixo. Foi a uma loja de moveis onde comprou uma cama para ela e um móvel onde ela colocasse suas roupas.
Foi ate a casa de Aline onde vivia com os pais.
As chaves estavam com ele em seguida entrou no quarto dela, buscando alguma coisa útil para o novo aposento de Aline em seu apartamento, olhou a penteadeira que ela tinha; ele desmonta e leva com ele.
Em seu apartamento ele arruma todo o quarto tinha objetos pessoais dela onde ele tinha a esperança que ela se lembrasse de alguma coisa.
Raul paarou para pensar que se ela lembrasse também se lembraria do beijo que havia trocado.
Suspirou tenso.
_ o que foi fazer?
Pensava aquele beijo foi um erro, e se ela lembrasse a faria entender.
Sentou-se a cama de Aline ali ela dormiria.
Raul ficou imaginando Aline sobre aquela cama.
Estremeceu, tinha que admitir que desejasse Aline e não podia sentir isso.
Raul saiu do quarto e buscou uma cerveja para acalmar-se, logo ela estaria com ele no mesmo lugar sob o mesmo teto.
_ isso vai ser bem complicado. disse a si mesmo.
Amanhecia e ele foi buscá-la no hospital.
_ oi
- disse ele ao ver ela já vestida para ir com ele
_ oi - o fitou ao responder
_ pronta?
_ acho que sim.
- disse e sorriu
_ bem ela não teve nenhuma seqüela, aqui esta todos os exames e ela fará uma visita de aqui há 15 dias ao neurologista para acompanha-la no caso de sua memória que ainda não voltou.
_ certo doutor obrigado.
Ele aperta a mão do médico que retribuiu.
_ cuide bem do nosso milagre senhor Raul.
diz o medico e abraçou Aline.
_ obrigada doutor.
no carro no caminho até a antiga casa de Aline, Raul se sentia pouco a vontade.
_ como se sente hoje?
Ele perguntou pois o silêncio estava ficando insuportável.
_ sem memória, mas bem.
Foi à resposta de Aline.