Ele estava preocupado.
Amanhece, e ele ainda esperava.
Foi então que por volta do meio dia, o médico se aproxima.
_ doutor.
Raul diz apertando a mão do médico.
_ correu tudo bem na cirurgia, e agora ela segue em coma. vamos aguardar resultados.
_ ela vai ficar bem?
_ esperamos que sim. Deve ir para casa. Cuidaremos bem dela.
_ certo doutor. Obrigado.
Ele foi para casa, e não pode pensar aquele dia terrível.
O dia seguinte, ele foi ao escritório e deu a notícia a todos, assim como dispensou todos os funcionários.
_ farei uma reunião assim que possível.
Raul seguiu então ao hospital onde passou os últimos 15 dias esperando ela acordar.
Aline já recebia visitas, e ele a observava enquanto segurava sua mão gentilmente.
_ você precisa acordar Aline. Precisa reagir.
A mão de Aline apertou as suas mãos e o deixou surpreso e feliz.
_ doutor!
Ele disse observando-a.
Em seguida, o médico se aproximou.
_ o que aconteceu?
_ Ela apertou minha mão. Eu senti.
Raul sorriu.
_ isso é ótimo! vamos esperar para ver se ela acorda.
Aline se moveu.
Gemeu.
_ Aline!
Raul observava enquanto Aline se movimentava e abria os olhos.
_ calma. Com calma.
Avisa o médico
Aline colocou uma das mãos sobre a cabeça.
_ o que aconteceu?
Ela perguntou com a voz fraca
_ você sofreu um acidente Aline, machucou a cabeça, mas já esta tudo bem.
Disse o medico, enquanto a examinava.
_ oh meu Deus.
Foi o que ela disse
_ Oi Aline.
Raul murmurou de repente.
_ quem é você?
Raul olhou para o médico.
_ não se lembra deste homem?
O médico perguntou ainda examinando-a.
_ não.
Ela disse olhando bem o homem a sua frente.
Raul sentiu-se um estranho, e parado ao lado do médico estava perplexo ao notar que ela não o reconhece.
_ calma, faremos mais algumas perguntas.
O médico avisa a Raul.
_ lembra de alguma coisa? Seu nome?
_ eu não me lembro de nada.
Ela começa a chorar
_ calma Aline, isso pode ser temporário.
Raul se atreveu a dizer.
_ enfermeira cuide da paciente. Senhor Raul venha comigo, por favor.
Raul caminhou atrás do médico e do lado de fora obervou Aline sob os cuidados da enfermeira.
_ o que aconteceu?
Raul perguntou preocupado
_ ela pode ter perdido parte da memória. Ela retornara a vida normal, e logo recupera aos poucos não se preocupe. vi na ficha da paciente que ela não tem parentes vivos. O senhor será responsável por ela?
Ele olhou para o medico ainda tentando assimilar todas aquelas mudanças em sua vida.
_ presumo que sim.
Raul diz em seguida.
_ Precisa documentar isso e trazer ao hospital.
_ certo. resolverei isso hoje mesmo. Ela tem data certa para alta?
_ sim mais uns exames e provavelmente em dois dias ela terá alta.
_ ótimo. volto mais tarde para ve-la.
Aline estava na cama daquele hospital sem nenhuma memória.
O doutor entrou ap quarto para lhe falar.
_ como se sente?
Perguntou o medico observando-a.
_ bem. Foi à resposta dela
_ recorda-se de algo?
O medico tomou se pulso e ouviu seus batimentos cardíacos.
_ não. Não sei quem sou ou o que aconteceu. Onde esta minha família? Quem é aquele homem que deveria conhecer? Algum familiar meu?
Perguntou aflita.
O medico suspirou.
_ você chegou aqui quase sem vida depois de um acidente de carro onde estavam seus pais e seu irmão senhorita Aline.
_ sim. E como eles estão? Eles estão bem?
Perguntou encarando o médico.
_ eles faleceram. Sinto muito.
_ oh não. Meu Deus, não.
Ela chorava copiosamente
_ se lembrou deles?
Perguntou o medico apreensivo
_ não eu... Eu não me lembro da minha família eu...
Ela fez uma pausa e baixou os olhos.
Ela chorava.
_ acalme-se senhorita Aline. Enquanto ao homem que esta aqui desde a noite do acidente, era amigo de seu pai, e não saiu do seu lado durante esses dias em que esteve em coma.
_ coma? Quantos dias?
Perguntou ela incrédula
_ quinze dias senhorita e você esteve em estado muito grave.
_ Meus pais e irmão já foram enterrados?
Perguntou desolada
_ sim o senhor Raul cuidou de tudo.
_ entendo. Ela fez uma pausa e logo disse _ é com ele que ficarei?
_ sim com ele, você não tem parentes vivos e precisara de cuidados um tempo, e tem apenas vinte anos senhorita.
_ certo. Compreendi. Sou uma mulher sem familia e sem memória.
_ bem, faremos mais alguns exames para que receba alta e logo sua memória voltara assim que retomar sua vida normal.
Aline apenas observou o médico
_ agora descanse um pouco.
_ obrigada doutor.
Era um novo dia, e Raul regressa ao hospital na esperança de ver Aline recuperada de sua memória.
_ você tem visita
disse uma enfermeira.
_ quem? Ela perguntou
_ senhor Raul, entre.
_ oi . Raul diz ao entrar ao quarto.
_ oi.
A enfermeira se retira, fechando a porta do quarto.
_ como esta?
Ele pergunta olhando bem firme para ela
_ acho que na mesma e ainda nao me lembro de nada.
Aqueles olhos a deixava nervosa.
_ perdi toda minha família e não me lembro deles.
Disse ela tristonha
_ eu sinto muito. O teu pai era meu melhor amigo o conhecia a muitos anos
_ então você cuidara de mim?
Ela perguntou olhando para ele.
Raul observou aquela menina assustada e perdida a sua frente, e constatou que estava tão perdido quanto ela.
Talvez estivesse ainda mais perdido que ela, na verdade.
Como ele poderia cuidar de Aline, se todo tempo ele a desejava?
E aquele sentimento novo e assutador o estava perseguindo?
Raul não fazia ideia de como iria se conter diante de seus próprios sentimentos.
Porém, uma missão lhe foi dada e deveria cumpri-la.
Um estranho arrepio lhe percorre todo o corpo, algo o dizia que enfrentaria uma guerra dentro de si mesmo ao estar tão proximo daquela menina mulher.
Aline.
Filha de seu melhor amigo ao qual ele teve a ousadia de sentir atração.
Agora a via tão sozinha e perdida que a atração dava lugar ao afeto, a admiração.
Então talvez estivesse perdido.
Tanto quanto aquela menina que precisava de seus cuidados.
Raul teria que esquecer todo o antes, o beijo.
O beijo que haviam trocado.
As mãos que havia se acariciado.
Teria que esquecer como ela.
Talvez ele pudesse perder a memória também.
Como Raul iria corresponder ao sentimento de tutor se talvez estivesse apaixonado por aquela menina?