Capítulo 2

1616 Words
O inferno começou com mais soldados fazendo minha segurança, os alunos começaram a se afastar de mim. Minha amiga mesmo não podia falar comigo fora da escola, minha mãe não permitia, papai ameaçou a família dela se eu não fizesse alguma coisa. Fiquei sem amiga. Minha vida era da escola para casa, não tinha diversão, sair para lugar nenhum e o anel no meu dedo me fazia ter pesadelos com o dia que estava por se aproximar. Verônica tentava me animar com filmes que eu adorava, mas nem isso fazia efeito. Os dias foram passando, minha mãe escolheu tudo para o meu casamento, Julian ligava para casa para saber se estava lá. Meu pai faz tudo o que ele quer. Ele está entregando sua filha para um demônio. Encarei o espelho da nossa sala, o vestido  de noiva com manga de renda ficaria lindo em qualquer noiva feliz, mas não em mim. Estou me sentindo tão m*l, um medo que está gritando para não sair e ir para igreja. — Você está linda. — mamãe se aproximou beijando minha bochecha. — Coloque um sorriso para entrar na igreja e não chore, Julian odeia lágrimas e choros. — Nem chorar eu posso? — murmurei nervosa. — Ele vai controlar também? — Não questione seu futuro marido. Vai ter que lidar com sua vida de casada e os seus pais não podem interferir, peço que seja inteligente em deixá-lo feliz. Feliz? Ele vai me matar aos poucos com aqueles olhos que arrepiam minha alma. — Vamos, está na hora. — papai avisou entrando na sala. — Minha filha vai se casar, que lindo dia para a nossa família. — Ela está sendo obrigada. — Verônica lembrou. — Aquele homem quer uma boneca para enfeite e não uma mulher. — Cale sua boca se não quer morrer por falar de um m****o da máfia dessa maneira! — papai a ameaçou. — O seu casamento é o próximo, então fique quieta, Verônica. Entrei no carro olhando para minha casa pela última vez, estou me sentindo um fantasma, não tenho vida, não tenho felicidade. Nada consegue me abalar mais, o pouco que eu tinha acabei perdendo por esse homem me escolher para seu mundo. Encarei as paisagens da rua e não olhei para minha mãe ou para minha irmã, não quero chorar na igreja, mas depois. Minha chegada foi rápida, mamãe arrastou Verônica para a igreja e meu pai seguiu comigo ao som da marcha nupcial. Adentrei a igreja vendo poucas pessoas, pessoas nas  duas fileiras de cada lado, não tinha mais pessoas e eu agradeci por isso. Não queria que viesse ninguém para essa igreja. Meus olhos encontraram os dele, seu olhar fixo no meu, ele parece impaciente pela demora até o altar. — Aqui está. — papai sorriu ao dizer para ele. — Achei que tinha mudado de ideia Augusto, não iria perdoar essa atitude, você sabe. — o avisou em um tom sombrio. — Jamais, ela é toda sua. Papai se afastou e Julian me pegou pelo braço. — Sorria se não quiser que sua irmã morra, agora. — ameaçou em minha orelha. Sorri para ele. Pela vida da minha irmã. Abracei minha irmã na saída da igreja, ela retribuiu o abraço com força, uma lágrima grossa rolou pelo meu rosto. — Vou sentir sua falta, queria tanto que você fosse comigo. — desabafei frustrada. — Estou com tanto medo. — Eu queria ficar do seu lado, mas agora o meu casamento com um desconhecido vai ser o alvo para nossos pais. Nos encaramos. Não tem outra opção para nenhuma das duas. — Quero falar com você sempre pelo celular, quando você se casar tenta ir na minha nova casa, por favor não me deixe sozinha. — Você não está sozinha, vou tentar, prometo Alana. Não fique com medo, ele vai perceber e usará isso contra você, ele não merece suas lágrimas e muito menos algum sentimento se não o ódio.— aconselhou sorrindo. Chorei a abraçando novamente. Meu corpo tremeu de medo ao ouvir meu pai. — Chorando agora de novo? Pare com isso Alana, venha cá, quero falar com você antes que você vá para sua nova casa. Me afastei da minha irmã e ela teve que sair de perto. Encarei meu pai, não escondi minhas lágrimas para ele ver o que estou passando. Mas nem assim ele mudaria de ideia, não pode e não quer, papai não se importa com o futuro que terei ao lado de Julian. — O que quer dizer papai? Adeus? — Para você se comportar e não ter nenhuma ideia rebelde. Verônica pode te dar uma ideia, mas não realize, quem se casa deve obedecer ao marido e ninguém mais. — avisou. — Julian precisa de uma mulher forte, não é mais uma menina, agora é uma mulher. Uma mulher que está sendo forçada. — Tá bom. — assenti em um sussurro. Uma mão forte agarrou meu braço. — Acho que minha esposa deve ficar ao meu lado.  — Julian disse me trazendo para o seu lado. — Filha, parabéns aos dois. — mamãe se aproximou beijando minha testa. — São um casal lindo! Casal para eles e para quem vê. Ele é um estranho que está me levando para longe. Caminhei até o carro do meu marido, olhei para trás e vi minha família, não os verei mais. Vou ser proibida  de ir na minha antiga casa. — Onde vamos? — perguntei quando ele ligou o carro. Ele olhou para mim de uma forma obscura. — Onde? Minha casa, não quero festa e essa bobagem de lua de mel. Sou um homem muito ocupado e não gosto dessas bobagens, o que eu quero para agora é o seu corpo. Desviei o olhar na hora. Ele acelerou o carro e o meu coração disparou por puro medo e desespero do que ele disse. " Seu corpo. " Fechei os olhos por um momento e imaginei minha primeira vez com alguém que me amasse e não com um homem horrível como esse. Lágrimas caíram. — Continue chorando e terá problemas, fique quieta no seu lugar em silêncio, p***a! — ameaçou me fazendo encolher. Queria fugir, uma salvação é o que eu precisava. Mas ela não vem. Estou sozinha. O pouco  de soldados prestando serviço para meu pai é apenas um grupo perto do soldados de Julian. A mansão é enorme e bem vigiada, meu desespero aumentou quando o carro parou. — Suba, sem olhar para trás. Sai do carro batendo a porta. Ele nem disse onde devo achar o quarto, sua casa é grande e com um visual sombrio, nem por ser grande consideraria um lar maravilhoso. Encarei a escadaria e subi pensando no que ele vai fazer agora. Lágrimas grossas caíram do meu rosto, o choro me dominou ao lembrar que estou completamente sozinha com esse maldito homem. Encontrei um quarto com a  porta aberta, entrei e vi que era o dele, tem uma arma perto da cômoda. Vi minhas malas que eu tenho que desfazer no chão, resolvi procurar uma roupa para colocar no lugar do vestido que eu quero tirar logo. Se eu conseguir achar uma roupa antes que ele chegue é melhor, não quero que ele veja meu corpo nu, seu toque não é algo que eu quero de jeito nenhum. Corri para o banheiro para tirar o véu, consegui tirar, encarei meu rosto vermelho, os olhos também, uma dor na minha cabeça surgiu por chorar o dia todo sem parar. — Isso só pode ser um pesadelo. — sussurrei para mim mesma. Sai do banheiro procurando um jeito de arrancar esse vestido, parei quando vi a porta fechada, Julian me esperando com um olhar perturbador. Ele olhou para o vestido de cima a baixo e fez uma cara de deboche, quando o mesmo se aproximou, neguei atordoada. — Não, não faz nada comigo... Ele rasgou meu vestido me expondo e ignorando meus gritos e pedidos para ele parar! — NÃO! PARA! O vestido foi tirado por sua força e brutalidade, fiquei de calcinha e sutiã, algo que agradou seus olhos. Senti um desespero. — Você vai gritar de prazer, tira o resto, vai! — rosnou irritado. Em lágrimas, fui até o fecho do sutiã tirando ele aos poucos, Julian aproveitou para tirar suas roupas. Quando deslizei minha calcinha para o chão, nua e sem nenhuma salvação para isso. Ele se aproximou de mim passando as mãos no meu corpo exposto, desviei do seu rosto. — Não quero, por favor. — implorei o encarando. Ele me empurrou para sua cama, atacando minha boca brutalmente, gritei, o empurrando, Julian bateu na minha cara duas vezes seguidas. — CALA ESSA BOCA! Vou matar sua irmã e fazer você assistir! v***a irritante! — gritou me batendo novamente. Lágrimas grossas caíram do meu rosto, ele passou a língua pelo meu pescoço, suas mãos agarrando meu s***s. Olhei para o teto, pedindo que esse momento passe o mais rápido possível,  estou implorando para que isso aconteça! — Vou enviar para o seu pai, uma prova que tirei sua virgindade nessa cama. Arregalei os olhos. Ele me imobilizou com seus braços segurando meus ombros. — O pesadelo começou, loira maldita. Ele me soltou e por um segundo pensei que isso não iria ter continuidade. Ele abriu minhas pernas, seu m****o entrou de uma vez, gritei de dor, pedi para ele parar, mas meus gritos e a minha dor o deixavam feliz. O encarei no meio desse sofrimento e vi o sorriso em seus lábios. Ele entrava e saia de dentro de mim, agarrando meu corpo, enquanto sinto dor, repúdio, deitada na mesma posição. Não consigo me mexer. Esse monstro roubou tudo de mim.
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