Capítulo 3

1910 Words
Ele se levantou, foi para o banheiro fechando a porta, ouvi barulho do chuveiro sendo ligado. Resolvi levantar aos poucos, estou dolorida, meu corpo todo dói, arregalei os olhos ao ver o sangue na cama. Me encolhi, querendo que ele saísse para tomar um banho e tirar essa sujeira por fora, dentro não tem como limpar. Ele me violentou, sorriu com meu sofrimento, bateu, ninguém ouviu. Julian ouviu meu desespero e isso o deixou mais e******o, abracei mais meu corpo querendo proteger daquelas mãos nojentas e asquerosas que sem permissão me tocaram. A porta do banheiro se abriu e ele me encarou com diversão maligna em seu olhar. — Por um momento pensei que você não seria virgem. Isso seria um problema maior para você, pode acreditar que iria cobrar. — avisou indo até a cama. — Essa é a prova que fiz de você, minha, Alana. Irei mandar para o seu pai, aposto que ele vai ficar orgulhoso de saber que não tive que te matar por não fazer o seu papel. Ele puxou os panos da cama, saiu com aquele pano nojento do quarto. Chorei desesperadamente correndo ao banheiro e ligando, deixando a água morna limpar meu corpo, aliviar um pouco da dor na minha b****a. Sentei no chão, deixando a água cair toda em cima de mim, sussurrando desesperadamente para alguém me ajudar de alguma forma. — Por favor, alguém que possa me ajudar? ALGUÉM? — gritei e o que tive de resposta foi o silêncio. Nada. Ninguém poderia e arriscaria ajudar uma garota que se casou com o chefe deles. Sai do banheiro, vesti uma roupa confortável, minha barriga roncou, não comi nada, tomei apenas um copo de leite. Tenho que comer pelo menos alguma coisa, um pão serve. Tentei abrir a porta e não consegui, ele me trancou aqui dentro, sem comida, bati na porta. — Julian! Me deixa sair! Julian! Estou com fome... — sussurrei a última parte. Bati desesperadamente na porta, mas ninguém falava nada, nem ele apareceu para me bater ou brigar comigo. Sentei no chão olhando para a porta fixamente. Cansada eu deitei naquele chão, sentindo fraqueza, fome, meu corpo dolorido e nada de um possível alívio para mim. O dia foi terminando e a noite chegou, ninguém apareceu naquele quarto, chamei e não tive resposta. Fiz um esforço para sair do chão quando a porta do quarto foi aberta por ele, marcas de beijos em seu pescoço chamaram minha atenção. Ele deveria ter ficado nesse lugar, escolhido uma das prostitutas que tem à sua disposição e não arrancado da minha família uma garota que não queria casar com ele. — Esqueci de você. — Eu estou com fome e sede. — Se vire e não me perturbe, quebre alguma coisa e terá problemas. — ameaçou passando por mim. — E não chore na minha frente, odeio sua cara quando chora. Ela me irrita e você não vai gostar de me ver irritado de novo. Sai do quarto olhando essa mansão, estou com medo de dormir ao lado dele. Medo de ficar sozinha nessa casa.                                                         Presente Três anos se passaram do meu casamento com Julian, tantas coisas aconteceram. Encarei o teto do quarto, a cama inteira só para mim, um lençol branco cobre meu corpo nu depois de ter feito sexo com ele. Minha família ficou em Miami, enquanto Julian se mudou comigo para Nova York ontem, não falo com meus pais desde que casei. Minha irmã se casou com um soldado do meu pai, depois que ela foi morar com seu marido não obtive notícias dela. Levantei encarando o meu grande quarto onde divido com meu marido, queria dormir sozinha, mas ele nunca permitiu que isso acontecesse. Julian não deixou nenhum homem ficar perto de mim, ontem ele veio brigar comigo por estar perto dos soldados na hora da mudança, mas consegui deixá-lo entretido com meu corpo durante a noite. É uma arma para usá-lo ao meu favor e contra meu marido, aprendi na dor e em anos de casamento. Fiquei melhor ainda na arte de usar o sexo para ganhar benefícios. Encontrei nossa governanta arrumando o meu café da manhã na enorme mesa. — Obrigada. Agradeci pegando o copo com meu iogurte, minha bebida favorita quando acordo. — Vai sair senhora? — senti curiosidade no olhar dela. Uma senhora com os cabelos grisalhos, olhos mel traiçoeiros e faz tudo e como Julian quer, essa é um perigo até para os outros empregados que ousarem fazer algo que ela não goste. — Julian pediu para perguntar? — levantei uma sobrancelha. Ela sorriu. — Mas vai, ele sempre liga para saber. — Vou avisar o meu marido, tenho um encontro com Megan, esposa do soldado dele. — Faz bem em avisar, ele não iria gostar.  — aconselhou dando uma piscadela. Apertei os olhos para ela. — Não preciso dos seus conselhos, faça o seu trabalho que eu cuido do meu marido. Terminei de beber e a deixei sozinha, com certeza deve estar me xingando de tudo quanto é nome pela provocação. Azar o dela. Odeio essa lealdade nojenta que ela possui com Julian. Passei um ano trancada em casa, Julian dizia que sua mulher " não gostava de sair", ele fez minha vida um inferno. Não reconheço mais a Alana que se casou com ele e o meu eu de agora, mudei muito para me adaptar ao casamento e a máfia. Na verdade, mudei por sobrevivência. Aprendi coisas novas e deixei minha bondade e pureza aos tempos que estudei e conheci Julian. Entrei no restaurante especialista em comida italiana, o melhor aqui de Nova York. Mônica é uma amiga que desabafa e juntas falamos de nossos maridos. — Alana, achei que não viria. — Acordei um pouco tarde, não estava em meus planos, desculpa. — beijei sua bochecha e sentei ao seu lado. — Não me peça desculpa. Adoro sua amizade, meu marido gosta dela, m*l sabe ele que tenho liberdade para falar o que tanto eles fazem. — sorriu divertida. — Quem adora sua amizade sou eu. Julian tem algum plano para viajar esse fim de semana? Estou esperando por esse momento para ter um pouco de paz. — comentei esperançosa. Fora das nossas casas, conseguimos conversar sem medo de ter algum soldado ou uma escuta para dedurar uma de nós. — Acho que devem ir para Las Vegas resolver alguma coisa, ouvi Darius comentar com outros soldados na minha presença. Perguntei se ele iria viajar e ele disse que não sabia, mas acho que devem ir. — analisou bebendo um pouco de água. — Estou me acostumando com Nova York. Em Miami conseguia cuidar das garotas da boate, mas agora estou em outro território, uma pessoa superior ao meu marido manda aqui. — O Don, meu marido disse que é um homem perigoso e difícil de lidar. Dei risada. — A cópia fiel do meu marido, não deve ser tão difícil lidar com ele. — sorri divertida. — Mais fácil ser você, Julian vai levá-la para conhecer novas pessoas. Você tem um olhar perigoso, consegue ser boa em conversar, não parece com a mesma loira que conheci, medrosa e chorona. — Aquele anjinho não existe mais Megan, sou agora uma demônia que foi criada pelo próprio Lúcifer. O carro parou no cruzamento, observei uma garota loira ao lado de um garoto que parece ser o namorado. No exato momento acabei lembrando da época da escola, perdi contato com todos eles, nem mesmo minha amiga, pessoa que mais tinha contato, perdi e nunca mais soube dela. Desviei o olhar. O passado deve ficar longe, Alana. Quando estamos fracos, qualquer um pode atacar, automaticamente que você não vai fazer nada para se defender. Por já estar quebrada. Olhei para o soldado que dirigia o meu carro! Julian controla tudo, o carro que ele me deu, parece mais dele do que meu. — Seu chefe não pediu para você fazer outras coisas? — questionei ganhando sua atenção. Ele riu. — Boa tentativa, senhora. Ele mandou cuidar da sua segurança, estou fazendo o meu trabalho. Revirei os olhos. Julian precisa viajar, estou precisando de paz. A governanta abriu a porta para mim com um largo sorriso, entreguei meu casaco para ela. — Meu marido chegou? — Sim, ele está no escritório. Estava esperando a senhora chegar, e para ir imediatamente, então melhor não desobedecer. Apertei os olhos para ela. — Não sou surda, deixe o meu casaco no quarto, por favor. Ela assentiu com a cara fechada. Não posso deixar essa mulher ganhar asas, ela pode ser um problema quando meu marido estiver fora de casa. Meus saltos fazem barulho pelo mármore, anunciando minha chegada até o escritório, esperava ouvir algum grito de raiva por não avisar ele pelo celular sobre o meu encontro com minha amiga. Mas encontrei minha irmã com sangue nas roupas, os cabelos bagunçados, olhos marejados. — Verônica! Levei um susto. A sombra de Julian surgiu atrás de mim, senti seu perfume masculino invadir os poros do meu nariz. — Surpresa, Alana. Olha quem chegou agora, estava perguntando sobre você. Olhei para ele. — O que você fez com ela? — questionei engolindo em seco. — Meu marido morreu, não tenho nada, Alana. Papai e a mamãe não me receberam! — Verônica disse desesperada. Ela veio ao meu encontro, abracei minha irmã e encarei os olhos frios e sem expressão de Julian. Alguma coisa está errada. — Como ele morreu? — Defendendo a máfia, Alana. — Julian respondeu com diversão. — Sua irmã não tem mais importância para seus pais, e o marido não deixou nada para ela. — Julian, deixe ela ficar conosco. Essa casa é nossa, não é? — o lembrei. — Ela vai ficar. — respondeu me surpreendendo. — Mas não estou fazendo isso por caridade. Verônica vai ficar nessa casa, mas é melhor você me obedecer em tudo ou sua irmã pode virar minha prostituta particular. — revelou com seu olhar perturbador. Sentindo desespero da Verônica com a ameaça. — Você não vai encostar nela. — afirmei. — Sou sua para o que você quiser fazer, não precisa ameaçar minha irmã. — Verônica, pode ir. Nossa governanta, Amber vai te levar para um quarto de hóspedes, depois Alana irá até você. — mandou olhando para mim. Verônica saiu atordoada do escritório dele, perdeu o marido e não tem para onde ir. Isso foi o que Julian precisava para me atormentar. No passado ele havia ameaçado ela, mas agora sua ameaça é mil vezes pior. — O que quer falar comigo? — perguntei intrigada. Ele se serviu de whisky, sentei no sofá do enorme escritório. — Vou apresentá-la para o Don, Javier Lucchese, hoje. — anunciou ganhando ainda mais minha atenção. — Javier? — O que tem? — perguntou rapidamente. — O nome é interessante, nunca ouvi falar, antes você não compartilhava nada comigo. — expliquei. — Javier é o nome que a vagabunda mexicana escolheu, a mulher que pariu ele. — sua voz é puro veneno.  — O pai dele me criou, poderia ser o Don, mas voltando ao assunto, fale para a sua irmã se arrumar, não quero que ela apareça como uma mendiga de merda. — Achei que você mandaria esse recado para mim. — ri irônica. — Você sabe se arrumar, mas é apenas para mim. Saia, faça o que eu mandei, Alana. Sai do escritório dele com uma certeza,  ele tem inveja do Don e não disfarça para mim, pelo menos.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD