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Rhythm of Love

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Vale a pena arriscar suas conquistas em troca de um amor inesquecível?

Quando Isabella Cooper se muda para Seattle, tudo o que ela quer é usar essa nova fase da sua vida para se reencontrar e superar questões do passado. Mas tudo muda quando ela conhece Madison Jones.

Com um sorriso tranquilo e um olhar que parece enxergar dentro dela, Isabella se vê tomada por uma estranha sensação de conforto, embora não saiba dizer o porquê.

Em busca de compreensão, ela descobrirá que a vida é cheia de surpresas. E que vai precisar tentar de todas as formas sobreviver a alguns conflitos inesperados que podem surgir nessa sua nova jornada.

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01
Isabella Meu pai sempre dizia que uma das melhores formas de se apreciar a vida era tocando. Todas as noites, durante meses, eu me sentava ao lado dele, segurando um violão, e nós dois tocávamos juntos. Foi nessa mesma época que decidi que cursaria música e a levaria para as pessoas. Ergo os olhos do meu celular, onde vejo algumas anotações musicais nas quais pretendo trabalhar, e olho através da janela do carro, observando as ruas da minha nova cidade: Seattle. Meu pai morreu há dois meses, tempo suficiente para que eu não fique mais tão incomodada toda vez que falamos nele. Mas ainda é pouco tempo para aceitar que agora tenho que morar em outra cidade com minha mãe. Eles tinham se separado há alguns anos, mas eu optei por ficar com meu pai porque não queria uma mudança radical na minha vida. Não é como se eu tivesse muitas opções agora. — Bella, eu sei que mudanças são difíceis em qualquer aspecto — diz minha mãe ao volante. — Mas tenho certeza de que você vai adorar Seatlle. Respiro fundo antes de dizer: — Mãe, eu não teria tanta certeza disso. Ao me virar para ela, vejo o olhar de preocupação enchendo seus olhos verdes; o mesmo tom de verdes dos meus. Meu peito se comprime e meus olhos ficam marejados. Os últimos dois meses foram um turbilhão de emoções, todas elas ruins. Era inevitável que eu mudasse de Nova York. — isso eu entendo. Só imaginei que isso aconteceria depois que eu terminasse o último ano no colégio. Ao dobrar à direita pela última vez e chegar em nosso condomínio, desisto das minhas anotações e guardo o celular no bolso do meu casaco. Me recosto na janela do carro e sou inundada pelas lembranças de mais cedo. *Eu estava do lado de fora da estação de trem, olhando algumas notificações no meu celular quando um movimento chamou minha atenção e eu vi uma garota apoiando um estojo de violão contra a parede. Ela sentou em um banquinho e começou a afinar seu instrumento enquanto eu a observava a alguns metros de distância.* *Como não poderia? Não era sempre que via uma pessoa bonita, mas ela era linda. Com a cabeça curvada sob um feixe de luz que se projetava pela escadaria da estação, os cabelos negros dela pareciam quase castanho-escuros. Pelo menos foi o que pensei antes de ela movimentar a cabeça e alguns fios caírem perfeitamente sobre seu rosto.* *Senti meu rosto corar na hora.* *Para alguém da nossa geração, ela tinha um estilo casual, mas parecia ser proposital, então comecei a pensar que ela talvez morasse em um apartamento legal e que cursasse o que gostava e que tocasse na estação porque gostava. Ainda não sabia qual a cor de seus olhos, porque ela não levantou o olhar para o público desde que começara a tocar.* *Então, parada ali, eu secretamente a observei – assim como muitos na estação – aquele lugar na base da escada, onde ela estava sentada com seu banquinho enquanto seus dedos se moviam para cima e para baixo sobre o braço do instrumento. Sua mão esquerda colhia as notas musicais como se fosse algo tão fácil quanto respirar.* *Quando a música terminou, ela me viu observando, e quando ergueu o olhar para encarar meus olhos, abriu um largo sorriso. O que fez eu me sentir como uma garotinha. Então desviei meu olhar para o celular em minhas mãos. Seus olhos eram intensamente castanhos e cheios de interesse.* *Mantive o olhar baixo até quando achei necessário. Suspirei, e depois minha cabeça involuntariamente se virou para ela. A garota sorriu novamente e balançou a cabeça para mim. Eu não retribuí o sorriso porque estava muito nervosa.* *Ela voltou a tocar, perdida outra vez num mundo só seu. Não desviei o olhar até que avistei minha mãe se aproximando. Então seguimos em direção ao estacionamento e foi a última vez que a vi.* Olho para as casas através da janela do carro e sorrio. Minhas amigas teriam adorado esse momento estranho e perturbador. Eu tenho certeza. O condomínio da minha nova moradia não é muito grande; tem cerca de oito casas germinadas em cada lado. Os gramados estão bem cuidados, as calçadas limpas e um pequeno parque se estende no final da rua. Já tinha passado algumas férias com minha mãe, então, ao ver sua casa eu a reconheço imediatamente. É praticamente do mesmo tamanho da casa que tínhamos em Nova York e o jardim da frente está perfeitamente cuidado. A porta da frente está aberta, e vejo uma mulher, Grace, sua namorada. Ela sai e acena para nós. Uma noite, enquanto conversávamos por ligação, minha mãe me contou que estava conhecendo alguém. Explicou que havia um detalhe sobre a vida dela que eu ainda não conhecia, mas que isso precisava mudar. Eu não a culpo por ter demorado tanto tempo para conversar comigo sobre isso. Na verdade, esse foi um dos principais motivos de termos voltado a nos aproximar no último ano. Meu pai era incrível, mas nesse aspecto ele jamais me entendeu como minha mãe. Minha mãe estaciona o carro em frente a garagem. Fico olhando ela sair do carro e cumprimentar a namorada. Então estico o braço até o banco do passageiro e pego minha bolsa. Quando saio do carro, minha mãe e sua namorada vem ao meu encontro. — Oi, Isabella! É um prazer finalmente conhecer você — Ela diz, estendendo a mão. — Emma me falou muitas coisas a seu respeito. Sorrio antes de aceitar seu cumprimento. — Ótimo, porque ela também me falou muitas coisas a seu respeito. Ia me sentir m*l se estivesse perdendo nessa situação. Um silêncio se instaura, até Grace dar uma gargalhada que faz minha mãe e eu rirmos. — Aqui, querida. Deixe-me pegar suas malas. — Ela segue até o porta malas do carro e Grace vai atrás dela. Elas começam a conversar, mas eu não presto muita atenção porque estou mais interessada em observar meu novo bairro. Grace se aproxima de mim, com minha mala na mão, e minha mãe a segue de perto. — Vamos lá, querida. Entrando no hall, fico surpresa quando vejo um retrato enorme de uma das galerias de arte de Seattle emoldurada e pendurado na parede. Minha mãe era curadora de arte, no entanto estava afastada da profissão há alguns anos. Mais ou menos dois meses após a separação, ela conseguiu um emprego como auxiliar em uma das galerias de Seattle. Meses depois, ela já tinha sido promovida a curadora. Mudar-se para uma galeria mediana de Seattle, mesmo como curadora de arte, foi um enorme desafio, mas é pela arte que o coração de Emma Cooper bate e, além disso — talvez o fator mais importante para ela —, foi aqui que conheceu Grace. Elas prosperaram em Seatlle, e no início do ano a primeira exposição delas enfim estava disponível ao público. — Você está fazendo um ótimo trabalho, mãe — comento, ainda olhando para o quadro. Ela percebe que eu estou observando a foto, e vejo um sorriso se formar em seu rosto. — Agora que você vai morar em Seattle, talvez possa ir a galeria ver no que estamos trabalhando. — Eu adoraria. Grace para atrás de mim e coloca as mãos nos meus ombros. — Vamos. Deixe eu acompanhar você até seu quarto. — Ela sorri. Estendo a mão para ela, dizendo que eu posso levar minha mala, mas ela recusa. — Está tudo bem. Preciso te conquistar com todas as armas que tenho a disposição — brinca. Sorrio antes de acompanhá-la pelo corredor. […] Passo a maior parte do dia organizando as coisas no meu quarto. Assim que esvazio minha mala, começo a pegar as caixas no corredor. Esvazio quase todas, faço a cama, então percebo que os móveis do meu quarto estão fazendo sombras nas paredes. Olho pela janela e vejo que o sol está se pondo. Definitivamente perdi a noção do tempo. Vou até a cozinha onde encontro minha mãe e Grace tomando café enquanto conversam. Sento numa das quatro banquetas altas ao redor do balcão, que também serve como mesa de jantar. — O outono esse ano está sendo bem agradável — minha mãe comenta, olhando para a janela. — Então, Seattle tem uma coisa boa — respondo, me servindo do suco sobre o balcão. — Uma coisa boa? — Ela pisca para mim ao se inclinar por cima do balcão, pegando sua caneca e a levando a boca. — Tenho certeza de que logo você vai encontrar outras coisas boas. — Ah, mãe, por favor — respondo com o tom mais indiferente possível. — Estou ficando tentada a apostar com você. Agora, se me dão licença, vou me deitar. Sorrio e me retiro para o meu quarto. Então pego um pijama e me enfio embaixo das cobertas. Quando fecho os olhos, não permito que minha mente fique divagando sobre minha vida, ou na minha situação atual. Eu me dou o tempo de que tanto preciso. Eu me deito, fecho os olhos e adormeço. […] Na manhã seguinte, saio da cama e encosto os pés descalços no chão gélido. Parece estar ainda mais frio do que no dia anterior. Tiro um casaco do guarda roupa e visto por cima do pijama, então calço um par de meias. Percorro o corredor e desço as escadas em silêncio para não acordar ninguém. Pego as chaves de casa e decido dar uma olhada na rua. Quando eu morava em Busan, adorava assistir o nascer do sol na varanda do meu quarto. Abro a porta da frente, e uma brisa gélida vem de encontro ao meu corpo quase me fazendo desistir dessa ideia. Puxo o casaco na tentativa de criar um calor extra e avanço calmamente em direção a calçada. — Parece que você está gostando do bairro — Uma voz chama minha atenção. Olho para a frente e observo uma desconhecida se aproximar. Levo alguns instantes para perceber quem está diante de mim e, quando nossos olhos se encontram, sou pega totalmente desprevenida. A última vez que a vi foi na estação. Bem, até agora. Agora, eu estou no jardim de casa. Ela está no jardim da minha casa. E passo os olhos por ela por um momento. Hoje ela está completamente diferente, veste um blazer sob uma camisa lisa e uma calça preta. Quando nossos olhos voltam a se encontrar sou presenteada com o mais modesto lampejo de um sorriso e meu cérebro quase entra em curto-circuito. Ela faz isso enquanto mordisca o lábio inferior por um segundo, antes de dizer: — Qual o seu nome? — Me chamo Isabella. Ela assente uma vez e sorri. — Prazer em conhecê-la, Isabella. Você pode me chamar de Madison. Não respondo, porque estou tentando assimilar o que está acontecendo aqui. Ela para de sorrir ao ver minha expressão. — Ah, desculpa. É que eu vi você aqui e achei interessante vir te cumprimentar — diz, sua voz é tão suave. — Está tudo bem, eu só acho que ainda não acordei completamente — respondo, referindo-me ao fato de que ainda estou me habituando a minha nova vida. — O que acha de um café? Tem na minha casa — Diz Madison, apontando para a casa que fica bem na frente da minha. Paraliso, confusa. Ela é uma das minhas vizinhas? Ela fica em silêncio e embora eu possa recusar o convite, me vejo fazendo o completo oposto. Uma vez que entro na casa dela não posso deixar de observar o recinto. A residência dela é mais espaçosa que a minha. A planta baixa é semelhante, mas a sala de estar parece ter alguns metros a mais. O piso é de madeira de lei, com tapetes, e as paredes são de um claro marrom-acinzentado. A mobília da sala de estar parece como se tivesse sido feita sob encomenda e varia de um grande sofá de couro castanho claro, com duas poltronas de couro combinando a uma TV plana fixada em um painel na parede. A sala ao lado parece ter sido convertida em uma área de trabalho confortável, com uma estante de madeira escura do chão ao teto e uma mesa de escritório. Fico boquiaberta com a quantidade de instrumentos a disposição, que variam de um piano de cauda ao violão que vi ela tocando na estação. Desvio o olhar e fico me perguntando se os pais dela estão em casa, mas a julgar pelo silêncio acredito que não estão. Ela volta a se aproximar antes de dizer: — Vem comigo. Eu a acompanho até a cozinha e sento na frente do balcão. Observo enquanto ela puxa as mangas do blazer e abre a torneira. O tecido tem um caimento perfeito, revelando o contorno de seu corpo. Ela parece tão diferente de quando a vi na estação, mas ao mesmo tempo parece tão igual. Estou olhando para as costas dela, e para sua silhueta, quando ela fecha a torneira e volta para o balcão. Sinto o rosto corar enquanto desvio o olhar, envergonhada por estar prestando tanta atenção em seu corpo. — Então, posso saber o que você estava fazendo lá fora, de pijama, às sete da manhã? — Pergunta Madison. Balanço a cabeça e sorrio. — Pretendia dar uma olhada na minha nova vizinhança. — Ah. Isso explica por que não me lembro de ter visto você por aqui antes — Madison diz, mais afirmando que perguntando. — Está visitando ou veio para morar? Eu pisco. — Como? Ela ri e assente uma vez. — Você está visitando a cidade ou veio para morar? — Ah — respondo, olhando para ela por tempo demais sem dizer nada. Responde! — Estou me mudando para cá. Sou nova na cidade. Ela ergue uma sobrancelha, parecendo interessada na informação. — Ah, é? Então seja bem vinda a Seattle. — Obrigada — digo. Levanto e olho por cima do ombro, fingindo examinar o curativo enquanto penso no que devo fazer agora. Quando me viro, Madison está enchendo uma caneca de café. Vem em minha direção e a coloca no balcão, bem na minha frente. — Quer creme ou açúcar? — Puro está ótimo. Obrigada — digo, balançando a cabeça. Ela está inclinada por cima do balcão, observando-me enquanto tomo o café. Respiro fundo, sentindo meu coração bater contra as costelas, e minha cabeça começar a girar. Eu realmente deveria tentar me acalmar. — Você é musicista? — Pergunto. Ela olha para mim. — Como você sabe? — Vi você tocando ontem na estação de trem. — Ah, então você se lembra. — Sua voz sobe uma oitava antes de ela rir. — Toco lá algumas vezes por semana. Apenas como um hobby, claro — Ela começa a abrir possivelmente o sorriso mais gentil do mundo. Desvio o olhar. Fico me perguntando se ela nota o efeito que está tendo sobre mim. Espero que não. Lentamente, ela morde o lábio inferior. Vejo seus ombros subirem e descerem com o pequeno suspiro que ela dá. — Quantos anos você tem? — Dezenove. Ela passa a mão pelo cabelo e desvia o olhar, conferindo as horas no relógio em seu pulso. — Preciso ir. Ou vou me atrasar para um compromisso — ela diz se encaminhando até a saída e pegando o casaco sob o sofá. — Acompanho você até em casa. Pode ficar com a caneca. Olho para a caneca antes de dar outro gole. — Vou ficar bem — digo, enquanto vou em direção à porta da frente. Ela vem comigo para fora e fecha a porta após sair. Eu agradeço novamente e vou para o outro lado da rua. Mas entes de entrar em casa, olho por cima do ombro apenas para captar um relance de Madison me observando antes de acenar e entrar no carro. Então entro em casa, com um único pensamento em mente: O que foi que acabou de acontecer?

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