MAXIMILIANO O carro parou diante da torre de vidro às 8h57. A fachada espelhada devolvia São Paulo em tamanho duplicado: céu cinza, buzinas, pressa. A recepção era toda mármore e silêncio caro. Subimos direto, credenciais prontas privilégio de quem sabe onde pisa. A assistente do 22º andar nos levou pelo corredor de carpete cinza até a sala de reuniões. Mesa retangular, doze cadeiras, água em garrafas individuais, blocos sem logo. Sinal de quem joga duro: nada de papel com marca, nada que vaze. Sentei na cabeceira. Jamile à minha esquerda. Era estratégico: posição de fala, de apoio, mas sob o meu comando. Coloquei a pasta no centro, alinhei a caneta com precisão. Às 9h02, a porta abriu. Valverde entrou primeiro. Camisa azul clara, mangas dobradas, aquele ar ensaiado de executivo “próx

