O banco de madeira rangia sob o peso dos dois homens, imerso no silêncio sussurrante da floresta. Heron manteve os olhos fixos nas folhas que dançavam lentamente sobre suas cabeças, mas sua atenção estava em Vítor. O lobo mais velho parecia distante, os olhos perdidos em lembranças longínquas, como se por um momento ele voltasse no tempo, revivendo a vida que o moldou — ou talvez que o quebrou.
“Eu nasci como o filho mais velho de um grande Alfa”, começou Vítor, a voz rouca, carregada de uma emoção contida. “Meu pai era temido e respeitado. A alcateia se curvava diante dele com orgulho, não por medo, mas por reverência. Ele liderava com punho de ferro e espírito implacável. Todos diziam que eu herdaria o trono. Era óbvio, não? O primogênito, o que carregava o nome, o sangue mais puro.”
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