Angeline se lançou no mar e nadou até o local onde sua mala acabou ficando presa, mas não contava que a correnteza estaria forte demais partindo daquele ponto, não demorou muito e as ondas começaram a joga-la na direção da costa repleta de pedras pontiagudas. Ela até tentou lutar contra as fortes ondas, mas por estar segurando a mala com suas coisas, ficou impossível para ela lutar. —Socorro, Socorro! Angeline começou a gritar, Michael ouviu os gritos mas Angeline estava longe de seu campo de visão, mas ao apertar um pouco os olhos ele viu Angeline e sem pensar duas vezes pulou na água para socorrer Angeline. —Solta a mala pra nadar! Michael gritava enquanto dava braçadas rápidas para chegar até Angeline. —Não, eu preciso dela, meus remédios estão aqui! Angeline estava desesperada tentando não afundar pois devido ao grande esforço acabou tendo câimbras e não conseguia mais nadar. —Joga ela nas pedras, depois pegamos ela! Sugeriu Michael. —Estou sem forças, não consigo! Angeline gritou começando a afundar. —Mas que droga! Michael nadou mais rápido e puxou Angeline pelo braço antes que ela afundasse por completo e com muito esforço conseguiu levá-la para uma parte mais calma e rasa do mar, porém ele acabou ficando ainda mais cansado.
-Michael a mala, a mala! Angeline estava tão cansada que m*l podia completar as frases que precisava falar.
-Esquece a mala um pouco e vamos tentar chegar a beira da praia em segurança! Michael já sentia a arreia com os pés então ficou mais fácil para ele caminhar e logo os dois Chegaram sãos e salvos na praia novamente.
-Obrigada! Angeline deitou ofegante na areia sentindo suas pernas e braços doerem como nunca, após ter feito muito esforço para recuperar sua mala.
-Argh! Michael resmungou. —De nada, mas não espere que eu faça isso novamente! Disse ele arfando.
—Não se preocupe eu não pretendo pular no mar novamente! Angeline se sentou e abriu a sua mala com rapidez. —Oh meu Deus, que sorte! Gritou ela animada enquanto puxava o que parecia ser um longo cachecol.
—Me diz que tem algo de útil nessa mala, eu não quero pensar que me esforcei para salvar apenas um monte de roupas frufruzinhas! Michael olhou para Angeline com uma das sobrancelhas arqueadas.
—Tem roupas sim, mas minha caixinha de remédios também estava nessa mala! Disse Angeline com um sorriso largo.
—Uau isso é realmente muito bom, então vamos deixar tudo o que for servir para nós aquecer secando no sol e vamos procurar algo pra beber! Michael se levantou e foi até os destroços do jatinho na esperança de encontrar alguma garrafa com água ou até mesmo uma garrafa de champanhe ou vinho.
Enquanto Michael procurava algo pelos destroços do jatinho, Angeline colocava as roupas para secar e verificou se nenhum remédio havia estragado e por muita sorte tudo estava em perfeito estado, pois a sua nécessaire era bem resistente e todo o seu interior se manteve bem seco.
—Ei olha o que eu achei atrás da minha poltrona! Michael apareceu com uma garrafa de vinho branco pela metade e uma garrafa de vinho tinto ainda intacta. —Vou poder me encher de álcool para não ter que te aturar sobreo! Brincou ele e Angeline lhe lançou um olhar mortal. —Será que você não consegue deixar de ser imaturo nem em uma situação como essa Carter? Angeline se levantou e foi para dentro da carcaça do jatinho.
—Eu não sou imaturo é você que não tem senso de humor! Retrucou Michael.
—Agora não é o momento para ter senso de humor Michael, se você ainda não percebeu nós estamos perdidos, não temos água, comida e nem sabemos se seremos resgatados! Angeline disse brava.
—Eu sinto muito, só achei que uma piadinha podia eliminar esse clima r**m! Michael guardou as garrafas no compartimento onde ficavam as bagagens de mão do jatinho.
—Precisamos de algum plano! Angeline sentou ainda cansada por ter nadado tanto.
—Olha, eu sempre trago chocolate quando vou viajar, tinha esquecido disso! Michael falou vendo que havia uma pequena sacola com seus itens de viagem. —Toma! Ele pegou uma barra de chocolate e partiu no meio e deu uma parte para Angeline.
—Muito obrigada! Angeline agradeceu e deu uma mordida no doce suspirando como se fosse a primeira vez que devorava um chocolate.
Michael deixou Angeline descansando no jatinho e foi tentar pegar alguns cocos que estavam num coqueiro não tão alto. Com dificuldade ele conseguiu subir no alto e derrubar uns quatro cocos e quando estava prestes a descer, viu que do outro lado da praia havia um corpo caído.
Então Michael desceu imediatamente da árvore e correu na direção oposta ao jatinho e lá encontrou James desacordado, os seus batimentos estavam fracos e se não tivesse sido visto ele provavelmente iria morrer ali.
—Ei comandante acorda! Michael tentou acordar James, mas falhou. —Vou te levar para um local seguro! Michael com cuidado pegou James no colo e levou até o jatinho e o deitou no chão mesmo.
—Trainor, acorda e me ajuda aqui! Michael falou cutucando Angeline que havia dormido há pouco tempo.
—Hmm o que é? Ela resmungou sonolenta.
—Achei o capitão desacordado na praia! Disse Michael verificando o pulso de James novamente.
—Meu Deus! Angeline olhou para James deitado no chão com as roupas rasgadas e o que parecia ser a mordida de um tubarão em uma das pernas dele. —Vou pegar o kit! Ela se levantou com cuidado para não pisar em James que permanecia desacordado.
Enquanto Angeline pegava a bolsa com seus remédios, Michael retirou a camisa e com ela fez uma compressa no ferimento da perna do piloto para evitar que sangrasse mais, mesmo que a água salgada já tivesse ajudado a estancar um pouco o sangue.
—Pronto! Angeline se ajoelhou perto deles, abrindo a bolsa e tirando de lá lenços umedecidos e um pequeno frasco com álcool e sem demora usou para limpar os ferimentos do piloto. Após terem cuidado de James, Michael ajustou a poltrona para que pudessem deixá-lo deitado sem que se machucasse mais.
—Acho ele vai ficar bem! Michael suspirou olhando para James que permanecia desmaiado.
—Eu espero que sim, agora venha aqui! Angeline se levantou e foi até Michael que deu alguns passos para trás desconfiado.
—Ei, ei ei, o que pretende? Michael segurou as mãos dela impedindo que Angeline se aproximasse mais dele.
—Tem um corte na sua testa, só quero limpar! Angeline se solto e voltou a se aproximar e Michael apenas cedeu e se sentou para que ela pudesse fazer um curativo em sua testa. —Fique quietinho! Angeline disse baixo enquanto passava um pouco de álcool no lenço e em seguida pressionou contra o corte na testa de Michael que gemeu baixo.
—Ei, cuidado! Ele reclamou com a ardência.
—Me desculpa, mas você não parava de se mexer! Angeline reclamou e após limpar o corte de Michael se afastou dele. —Pronto! Ela guardou as coisas na mala novamente e se sentou para voltar a dormir.