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DEPOIS DAQUELE NATAL

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Blurb

Anita é uma mulher que acabou de se formar na cidade São Paulo no curso de Nutrição e está louca para voltar para sua cidade natal, Goiânia, onde sua mãe mora e sente saudades dolorosas da mulher. Sua vontade mais forte é estar perto de Angélica, sua mãe, e tocar sua vida. A mulher, que se casou há pouco tempo com Gustavo, também não ver a hora de ter a filha de volta em casa.

O único problema disso tudo é que Anita guarda um belo segredo, desde os seus dezesseis anos passou a gostar em demasiado das curvas femininas, conseguiu esconder da mãe, a viagem para outro Estado facilitou.

Tem medo de decepcionar Angélica, que sempre apostou muito em sua vida, profissão, sucesso. Mas para a surpresa de Anita, ao voltar para casa, encontra sua nova "irmã", Luana, filha de seu padrasto. A garota é meiga, quieta, mas muito decidida no que quer na vida. Mais nova que Anita, o que acarreta em mais luxúria entre as duas. A atração delas é evidente.

Agora só lhes resta lidarem com esse desejo, mais que isso, esconder dos pais o que estão vivendo debaixo do próprio teto durante aquele período de Natal.

Deliciem-se com Luana e Anita, com suas atrapalhadas e mais que tudo, com a construção dessa relação que promete muito confusão e provocações.

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1 – Medo da verdade
Anita sempre viveu escutando da sua mãe que ela seria seu orgulho. A garota de vinte e quatro anos, estudante de nutrição em São Paulo, de onde sua mãe e ela mesma fazem muito esforço para mantê-la na cidade, a garota teve que estudar muito para passar na Federal. A n***a de cabelo cacheado está completamente feliz com o rumo que sua vida seguiu.             Conseguiu passar no curso que queria, em outro Estado, o que dificultou um pouco, mas aos poucos foram conseguindo se ajustarem. Agora estava no último ano da faculdade, trabalhando em uma rede de academia, onde estagiou e foi contratada, apesar do salário ser baixo, com a ajuda da mãe ela consegue sobreviver longe de casa.             O plano é voltar para Goiânia assim que terminar a faculdade, tem até promessas de emprego. Apesar de ter feito boas amizades, ela sonha em voltar para sua terra e estar perto da mãe novamente, até porque só são elas duas de família, quer dizer, quase isso.             Nesses quase quatro anos que passou longe sua mãe seguiu em frente e enfim casou-se. No primeiro ano ela foi nas férias para sua cidade, mesmo que as dificuldades financeiras fossem grandes, mas tinha que ter certeza que sua h*****a estava em boas mãos. Foram preciso apenas quinze dias para entender que Gustavo era um bom homem.             Ele era dono de uma oficina mecânica, tem quarenta e nove anos e cuidava de sua mãe como se ela fosse um cristal. Aquilo encheu os olhos da garota de orgulho. Ele tem uma filha, essa que estava viajando para onde a mãe que mora no Rio de Janeiro. Eles são separados há dez anos, a filha, que descobriu se chamar Luana, tem dezenove anos e aparenta ser o orgulho do pai também. Ela faz engenharia mecânica e ajuda Gustavo na oficina, pelo que soube de sua mãe, ela é adorável.             Nesse período que passou com sua mãe e Guto, ficou feliz com o que viu, o que lhe fez ter mais segurança por ter sua mãe casada pela primeira vez com um homem, pois seu pai é desconhecido, apesar de se conheceram há dois anos. Quando foram morar juntos, ela ficou feliz também, assim sua mãe não ficaria sozinha. E de brinde veio Luana, que também foi morar com eles.             Sua mãe falava tão bem da garota que Anita até sentiu ciúmes, mas logo passou. Agora, depois de dois anos, ela vai para sua cidade para o natal, conhecer enfim sua “irmã”. Porém tinha algo que a n***a sempre deixou longe dos olhos de Angélica.             Com dezesseis anos Anita beijou uma garota pela primeira vez. O que era para ser uma brincadeira de adolescente, se transformou no seu maior desejo, garotas. Depois disso não lhe restou dúvidas, ela era completamente, sem dúvidas, sem menção de desvios, incontestavelmente, lésbica. Daquele beijo para mãos bobas, amasso na escola e s**o foi um passo.             Agora com vinte e quatro anos e longe de casa ela nunca namorou, mas tudo por um motivo, ela tem medo da mãe descobrir a verdade. Quando mais nova ela chegou a escutar alguns comentários preconceituosos da mãe, muito para uma ex sua, que claro, Angélica não sabia do caso delas. A garota era apaixonada por Anita, mas desistiu, pois a garota, na época com dezessete anos, não tinha coragem de se assumir para a mãe. Quando fez vinte anos passou na Universidade de São Paulo e foi morar em outro Estado, sua orientação s****l ficou preservada, mas ainda tem medo da reação da mãe.             Tenta pensar no que fará quando voltar para casa definitivamente. Por enquanto prefere não se preocupar com isso, só quer ir para Goiânia, rever velhos amigos, amores, conhecer sua irmã postiça e ficar bem no natal com sua nova família. Gosta de Guto, sua mãe não poderia escolher marido melhor. E mais que isso, adora sua cidade, que guarda grandes belezas, como no interior, no lago da fazenda do pai de um amigo da escola. Ah, como ela sente saudade daquele lago.             Restava apenas dez dias para sua viagem, ficaria o mês de dezembro e janeiro com a mãe, para enfim voltar para São Paulo, apresentar sua monografia e receber seu certificado. Não vai participar da festa, apenas da colação de grau. Não tinha dinheiro para arcar com as despesas. Não se importa, desde que tenha seu diploma em mão e enfim consiga exercer sua profissão.             Depois de mais um dia de trabalho, Anita volta para o pequeno apartamento que divide com uma colega. Naquele dia não teria aula, o que lhe traz algumas horas de descanso. Assim que entra, encontra Lívia jogada no sofá, assistindo TV. A garota loira de vinte e seis anos não faz nada além de estudar, cursa medicina, seus pais que moram no Acre tem uma boa condição que a permite ter essa boa vida. É bom, porque em meses que as coisas apertem para Anita, a amiga não aceita o dinheiro do aluguel, deixando-a mais aliviada, mesmo fazendo de tudo para pagar todo mês.             - Chegou cedo. _ A loira olha por cima do sofá e sorri ao ver a n***a.             - Sim, só tive alguns alunos hoje. _ Anita diz e deixa a mochila do lado, mexendo o pescoço para estalar.             - Vem aqui.             A mais nova sorri e vai em direção ao sofá, onde senta e logo sente as mãos da outra em seus pés, tirando o tênis e começando a massagear. Anita fecha os olhos e deita, relaxando. Mas logo as mãos da outra sobem um pouco mais por suas coxas cobertas pela calça jeans.             - E não vamos t*****r hoje.             - Ah, então estou fazendo esse sacrifício por nada? _ A n***a gargalha, abre os olhos e encara a outra, que fazia bico.             - i****a.             Anita diz, mas também sorri, se deixando ainda aproveitar da massagem em seus pés. O fato é que entre idas e vindas daquela amizade, um dia em que beberam demais acabaram transando, o que não afetou a amizade, na verdade elas passaram a fazer isso com frequência, porém sem nenhum envolvimento, pelo menos não da parte de Anita, pois Lívia tenta esconder seus sentimentos de toda forma por trás daquela máscara de “Tô nem aí para a vida”.             Ela conhece bem os medos da amiga, eles são maiores do que qualquer sentimento que venha a ter por outra pessoa. Admira o respeito que a outra tem pela mãe, só espera que esse sentimento não a impeça de amar verdadeiramente outra pessoa, pois Anita pode chegar a perder sua felicidade por esse medo de Angélica descobrir a verdade.             - Falou com sua mãe hoje? _ A loira pergunta sem olhar para a outra, ainda encarando a TV e mexendo as mãos contra a pele dos seus pés.             - Sim. Ela está muito ansiosa e feliz. Disse que vou adorar Luana, que ela é um doce... E isso, e aquilo... Aff.             - Sinto uma pitada de ciúmes?             - Não posso negar... _ Então Anita senta, mas ainda com as pernas repousadas nas da loira, que não para os carinhos. – Mas eu entendo, minha mãe sempre fez tudo por mim. Ela se mostra mesmo amar Guto, talvez essa seja sua maneira de dizer que o aceita de todas as formas. Ele também sempre me trata muito bem e nunca deixa faltar nada para minha mãe.             - Essa não seria uma boa oportunidade de você contar para ela sobre sua orientação?             Anita respira fundo e então tira suas pernas de onde estavam, colocando os pés no chão, pronta para ir para seu quarto e fugir mais uma vez do assunto. Lívia nem tenta mais, apesar de saber que seria o melhor para a amiga, ainda é a vida, os sonhos, os desejos, a mãe dela.             - Você não pode fugir para sempre.             - Eu não vou, mas agora ainda não é a hora certa.             - Eu não entendo, Anita, você sempre fala da sua mãe tão bem, de como ela é generosa, amiga, carinhosa, com um coração enorme. Como pode achar que ela não te aceitará?             - Eu... _ A garota engole seco. – Não se trata de ela não me aceitar, eu só... Eu não suportaria ver decepção em seu olhar. Você não entende, sempre foi apenas nós duas, eu por ela e ela por mim. Agora tem Guto e essa Luana, mas antes... Ela colocava tanta expectativa em mim, em nosso futuro.             - Mas isso foi antes. _ A maior pega a mão da outra e segura, fazendo carinho. – Agora ela tem um marido, você é maior de idade, vai se formar, tem uma bela carreira pela frente, porque ainda acredita nisso? _ Anita não responde nada, apenas encara a amiga. – Sabe o que eu acho? Que você não tem medo da decepção da sua mãe, você tem medo da sua própria.             - Eu não...             - Pense nisso. Sinceramente, eu não conheço sua mãe pessoalmente, mas estou começando a achar que você está usando-a para não enfrentar a tua verdade. Eu gosto muito de você, Anita, muito mesmo, e espero que isso não te atrapalhe algum dia, mas uma hora ou outra vai ter que enfrentar, só espero que quando isso aconteça, seja pela pessoa certa, que valha a pena e esteja disposta a lutar por e com você.             Então ela sai da sala, deixando a amiga sentada, com os olhos lacrimejados e a emoção à flor a pele. Lívia tem razão. Anita usa uma máscara para não enfrentar a realidade que lhe espera. Ela tem medo do preconceito da sua cidade, que ainda vive de costumes antigos, ela tem medo dos olhares de crítica que terá, ela tem medo de não conseguir lidar com tudo isso, ela tem medo do futuro incerto se assumir sua verdadeira identidade. Ela só ainda não sabe que terá que lidar com tudo isso muito antes do que imaginou.   ..........*****..........                         Aqueles foram os dez dias mais irritantes da sua vida, isso porque depois da conversa que teve com Lívia, ou melhor, depois da bronca que levou, o clima ficou estranho. Elas estavam se falando, mas apenas assuntos inevitáveis.             A loira só falou com a outra no dia da sua viagem, que no caso é hoje, agora elas se abraçam longamente no meio da rodoviária. A n***a vai de ônibus, preferiu, assim poderia pensar um pouco em várias coisas. Principalmente no que a amiga falou.               - Ok, já chega, até parece que nunca mais vamos nos ver. São apenas dois meses para então eu me despedir para sempre. _ Lívia diz ao se afastar e encarar a n***a.             - Não fala assim, mesmo que eu vá morar em Goiânia, a gente ainda vai se ver, seja você indo lá ou eu indo onde você estiver, porque algo me diz que não quer voltar para o Acre. _ Anita sorri enquanto a amiga faz uma careta.             - Está coberta de razão. Manda um beijão para a tia Angélica.             - Vou mandar. _ A n***a então se aproxima e beija os lábios da outra com carinho. – Até depois loira.             - Até depois minha morena gostosa.             Anita gargalha, então arruma sua mochila nas costas e entra no ônibus, sua mala já estava guardada. Ao sentar ela abre a janela e acena para a amiga. Não demora para o ônibus estar em movimento, sua última parada será em sua antiga cidade.             Durante as quase doze horas de viagem Anita terá bastante tempo para pensar no que fazer. Era óbvio que seu futuro profissional estava bem definido. Sua mãe fez questão de garantir isso com contatos e amizades em sua cidade, e ela adorava a ideia, porém isso implicava em dizer que ela teria que se assumir para Angélica. Não agora, mas isso aconteceria quando ela voltasse em definitivo para Goiânia, ou seja, dali há no máximo quatro meses.             Suspira pela última vez antes de pegar nos sono e esperar chegar à rodoviária, onde ela tem certeza que sua mãe estará lhe esperando. E estava certa. Assim que desce do ônibus na manhã seguinte, exatamente as oito, sua mãe acena rapidamente, sem se conter, correndo para abraçar sua menina.             - Mãe, senti tanto a sua falta.             - Eu também, meu amor.             Inevitavelmente as lágrimas descem, são mais de um ano longe. A emoção era inevitável. Foi um bom tempo nesse abraço. Angélica não queria mais soltar sua menina. Porém um som de tosse atrás delas faz se afastarem.             - Oi, Anita.             - Oi, Guto. _ Então solta a mãe e abraça o padrasto, que a recebe com carinho.             - Vamos logo, sei que está cansada e deve querer tomar um banho e deitar um pouco.             - Vamos, mas eu estou bem, mãe, dormi todo o caminho.             Gustavo então pega a mala da enteada e vão para o carro. Todo caminho para casa que durou certa de trinta minutos, as duas mulheres iam conversando, o homem se sentia feliz em tê-la por perto. Sempre sonhou com uma família grande. Sua filha só pensa em mecânica, não sabe se lhe dará netos. Mas tem Anita, que ele quer ter como filha e seus filhos sendo seus netos.             Casar com Angélica foi uma das melhores coisas que fez na vida, nunca se arrependerá disso. Quando chegam à casa, a menor olha para a entrada, emocionada por estar em seu lar mais uma vez. Dali a quatro meses estará voltando para ficar para sempre, aquilo a enche de alegria.             - Onde está sua filha? _ Anita pergunta para o homem, que sorri.             - Ah, peço desculpas por isso, Anita, ela está na oficina, se eu saio, ela tem que ficar e vice-versa. Aquela ali ama aquele lugar.             - Não se preocupe, terei tempo para conhecer “minha irmã”.             O coração de Gustavo e Angélica se enchem de alegria ao ouvir aquilo. Os dois torcem para que as filhas se deem bem e se tratem mesmo como irmãs, apesar de que estão curiosos para ver a reação de Anita ao ver Luana.             - Eu vou tomar um banho e descansar um pouco. Antes do almoço você pode me acordar, mãe?             - Claro, meu amor.             Angélica beija a testa da filha, essa que vai para seu quarto, quando fica perto do corredor, ver que a sala que usavam como uma pequena biblioteca foi feita de quarto, com certeza de Luana, ao lado do seu, na verdade fica entre o seu e o da mãe, ela agradece por isso.             Quando entra em seu quarto se emociona. Estava tudo do mesmo jeito, com exceção da cama de solteiro que foi trocada por uma de casal. Deixa a mala perto da cama e vai para a janela, observando o lado de fora. A casa é comum, como outra qualquer, com um pequeno cercado na frente, onde a mãe tenta a todo custo deixar a grama bem aparada, o que estava funcionando, talvez um homem em casa faça mesmo diferença.             Sorri e resolve fazer o que disse. Tomar banho e dormir um pouco. Sabe que depois do almoço não terá chances, pois sua mãe, seu padrasto e quem sabe sua “irmã” vão lhe encher de perguntas, sem contar que quer mesmo conhecer Luana, quer ter uma boa relação com a garota. Ela sendo mais nova talvez precise de algum tipo de ajuda.                      Por trabalhar com o pai na oficina deve ser uma garota forte, nem tanto fisicamente, mas de disposição, força de vontade e coragem. Pensando nisso, Anita acaba seu banho e troca de roupa, indo para sua nova cama aconchegante e grande. Foi fácil pegar no sono. Agora é só esperar e curtir esses dois meses de férias.

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