Era para ser um domingo tranquilo. Tínhamos sobrevivido à exposição de arte, à simulação de casais felizes e até aos saltos altos assassinos da Eloá. Eu estava em casa — ou melhor, na mansão onde morávamos agora, cortesia da herança da excentricidade da Eloá — lendo os e-mails acumulados das empresas, quando a paz foi assassinada com um único grito vindo da varanda: — ACHADO! ENCONTREI O PLANO PERFEITO! Não era uma voz animada. Era uma voz epicamente triunfante, como quem tivesse acabado de descobrir o Santo Graal escondido no Google Maps. Deixei o notebook de lado e fui até lá. Letícia já estava na varanda, olhando pra Eloá como quem assiste a um trem descarrilando em câmera lenta. Caio apareceu logo depois, com aquele sorrisinho de “lá vem”. — Eloá… o que foi agora? — perguntei, com

