Na manhã seguinte ao evento, a casa já estava tomada por um clima de empolgação esquisita — aquele tipo de energia que só nasce quando as pessoas, por mais destruídas emocionalmente que estejam, começam a se divertir com o próprio drama. Letícia, ainda com os pés descalços e uma xícara de café na mão, foi a primeira a se sentar à mesa da varanda. — Bom… não esperava que fingir um relacionamento com um motorista fosse tão eficaz — disse ela, dando risada. — Você tá subestimando o poder do Caio — disse Eloá, surgindo com um robe de seda rosa, óculos escuros, e o cabelo preso em um coque desleixado, parecendo uma atriz premiada voltando de Cannes. — Ele é lindo, discreto, tem um olhar de "homem misterioso com passado sombrio", e ainda dirige como se tivesse saído de um filme do 007. — Mas

