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1451 Words
- Mia point of views... - _Eu com certeza não deveria ter ouvido isso - para a minha surpresa, cheguei á cozinha a tempo de ouvir meu pai falando sozinho; uma mania estranha que ele geralmente tinha e agora acabara de revelar uma coisa comprometedora. _Mia? - ele se virou branco, pasmo. _Então se eu não tivesse chegado a tempo você nunca iria dizer que eu era adotada? - a minha voz era baixa e quase inaudível. Ele me encarou sobressaltado e a impressão que produzira era de que estava aliviado, como se ele tivesse guardado este segredo por tanto tempo que acabara de soltar tudo oque estava dentro de si. Ele ponderou. _Eu ia falar mais tarde mas... _Mentira! - o interrompi - Se eu não tivesse passado aqui e ouvido tudo isso... Você e a mamãe mentiram tanto tempo... Como conseguiram? Acho que ele percebeu que eu estava extremamente nervosa e estressada. Meu deus, era tão inacreditável tudo isso que estava acontecendo comigo. Era como uma onda gigantesca de desastre e infelicidade caindo em minha direção. _Eu sinto muito - ele disse e saiu. Simplesmente saiu! Encarei o chão por um momento. Eu não vou chorar, eu não vou chorar, não vou chorar. Apertei os olhos e tampei o rosto com as minhas mãos geladas respirando pesado. Sentei no chão frio e duro; assim como o meu coração estava naquele momento, percebi que haviam ali vários papéis espalhados pelo chão - cujo meu pai tivera deixado caído quando se assustou com a minha entrada triunfal - e muitos deles eram relacionados a morte de Mariah. Mas outros também eram relacionados comigo e com a minha adoção; eu ja não continha mais lágrima e muito menos surpresa porque agora eu entendia absolutamente tudo. Encarei o teto e a lâmpada como hoje a algumas horas atrás; só que naquele instante eu não sabia que era adotada, porque se eu soubesse naquele instante eu iria sair para nunca mais voltar. - Shade Medeiros point of views... - _Eu quero mata-la logo - mordi um canto dos lábios e Mattew riu da minha reação; lembrei de quando ele foi obrigado por mim convidar a garota para o baile de mascaras, e como ele ficou triste em saber que não ia ir de verdade. _Eu fico com as empregadas? Qual é? - Cometa reclamou lendo o documento no computador que eu havia planejado. _Não reclama - eu disse em tom serio. Nós iriamos ir em três carros diferentes. Eu iria com a minha ferrari california, Mattew e Tristan iriam com a lamborghini urus de fuga 2 e Cometa e Carol iriam no camaro z28. E sobrou para os gemêos cuidar de toda a perte tecnologica contando com as câmeras da mansão. _Eu não acho nada bom esses burros ficarem mexendo com as minhas coisas. - Cometa leu os meus pensamentos e levantou a voz mais uma vez. _Cala a maldita boca - grunhi já sem paciência. - Mia point of views... - Levantai-me do chão e percebi o quão ridícula estava, talvez eu tenha bebido tanto que o álcool me fez ter reações inesperadas. A geladeira fez um barulho longo e logo depois a energia acabou me fazendo tatear no escuro mas logo depois acostumar-me com ele. _Que merda - susurrei quando andava na cozinha e bati o pé na mesa de vidro aonde eram feito os pães. Quando me virei para sair da cozinha aquela mesma mulher que havia traído a minha família estava parada na porta com várias malas na mão. _Já vai tarde - eu disse com a cabeça fervendo. _Mia... Você tem que entender o meu lado! Eu não estava... - ela desabafou e eu tampei os ouvidos dizendo uma serie de 'Blá, Blá, Blá'. Quando esta percebeu que eu não estava nem ligando para oque ela estava dizendo, ela começou a me encarar. _Você nunca vai me perdoar não é? - a mesma disse com os olhos baixos. _Eu... - comecei mas fui impedida quando me assustei com um barulho, devia ser o meu pai ou alguém quebrando algo. - Não sei ainda. Desculpa pela minha reação é que eu estou... - fui impedida mais uma vez e ouvi desta vez a porta da sala de estar ser estraçalhada. _Oque é isso? - perguntei para mim mesma com os olhos arregalados. A empregada saiu do comodo em que estavamos e foi em direção á sala, e eu apenas ouvia os seus sapatinhos se chocando contra o chão e logo depois um grito agudo dela. O telefone ao meu lado tocou alto, droga. O peguei tentando abafar o som na blusa. _Alô? - sussurrei ainda processando oque estava acontecendo. _Filha é o papai - meu pai disse ofegante do outro lado da linha. Oque eu não entendi era: Porque ele estava ligando se estavamos na mesma casa? _Entraram em nossa casa - ouvia a sua respiração ofegante - eles querem você mas não se entregue por nada! _O-oque? - gaguejei olhando ao redor. Era uma boa se esconder dentro de um fogão? _Ele... - ele foi interrompido com mais vozes e se assustou com algo, e eu soube oque era esse 'algo' quando ele começou a falar comigo. _Oi linda. Aqui é o Mattew. Lembra de mim? Então, se não quiser que o seu papaizinho de plástico morra com um tiro na cabeça apareça aonde estiver! - ele vociferou e as suas palavras bruscas me fizeram dar um gritinho de pavor. Cogitei tudo. _È isso mesmo gracinha e se... - desliguei na cara dele. Eu não ia deixar o meu pai morrer mesmo que ele tenha causado a minha ruína e então fui sem covardia para a sala com a pulsação descontrolada. E para a minha surpresa não havia ninguém lá! Sentei no sofá branco que rangiu alto; aonde quer que eles estivessem provavelmente teriam ouvido os ecos absurdos que essa casa ecoava. _Eu estou aqui! - gritei e não tive nenhuma resposta. Me levantei com as pernas bambas enquanto olhava nervosamente para os lados. _Oi querida. - a voz vinha das escadas. Foi como um choque, fiquei totalmente paralisada... Os meus olhos estavam voltados só para uma direção... Ele. _Oque você quer de mim? - vociferei ainda perdida. _A sua vida - ele riu com os olhos negros. Um Shade que eu nunca havia conhecido mesmo tendo o mesmo riso cínico de antes. Olhei freneticamente para ele e para a porta cogitando as minhas possibilidades de sair ilesa daquilo. Um, dois, três. Corri o mais rápido que consegui em direção a porta que pelo contrário do que eu pensava estava inteira. Quando abri a porta tinha uma mulher girando uma faca na mão, e um homem ao seu lado segurando uma arma enorme bem rumo a minha cabeça. Dei um grito. Me virei prontamente para correr do outro lado mas apenas me choquei contra o peito de Shade. Cai no chão batendo a cabeça. Ele se aproximou tendo toda a minha atenção virada para ele. _Sabe? Você até que é legal mas o seu pai é um filho da mãe que vai pagar por tudo oque fez em troca das suas filhas - ele disse antes de me dar um soco. 03:00 Minha cabeça doia com o soco que levei, tentei enxergar algo além da escuridão no quarto em que eu estava. Me percebi virada de cabeça para baixo e os meus pés amarradas e esfolados pelo aperto. Os pingos de sangue escorriam pelos meus cabelos e caiam no chão um por um, e isso não era confortável. Só havia uma cama desarrumada e várias outras cordas espalhadas por lá; as luzes se ascenderam então. _Que pena que acordou - Shade disse e era a mesma voz que antes eu jurava ser a única que podia me compreender. Não respondi nada, porque aliás eu não tinha forças e estava acabada. _Mas eu não quero que você morra agora - ele susurrou aos meus ouvidos. _Mas eu quero - respondi e ele me encarou. _Você quer morrer agora? - ele agora estava ao meu alcance bem na minha frente. _Se você quiser... Se eu estivesse no seu lugar me mataria - não consegui conter as lágrimas que cairam no chão dando lugar ao sangue que fazia uma poça. Ele tocou o meu rosto levemente e senti tanto nojo dele. _Não chore querida, poupe lágrimas para amanhã! - foram as suas últimas palavras antes de sair e apagar a luz me deixando sozinha com a minha consciência e isso me dava muito medo. _Alguém me ajuda... - sussurrei para qualquer ser que existisse na minha mente e pudesse me salvar. E apaguei, como se as paredes tivessem se fechando sobre mim.
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