CLARA NARRANDO
A música tava no auge, o cavaquinho cantando alto, e eu ali, feliz pra c*****o.
Depois de tudo que rolou, depois do inferno que foi o dia, eu merecia essa noite.
Bebi mais um gole da minha bebida, joguei o cabelo pro lado e continuei sambando.
Minhas amigas riam, gritavam, jogavam os braços pro alto, cantando junto com o n**o da Moé.
Não tem lugar no mundo que eu seja mais feliz do que no meio de uma roda de samba.
Me sentia leve.
Me sentia livre.
Foi então que senti um olhar.
Parei de sambar por um segundo e olhei pro lado.
Tinha um cara ali.
Um n***o.
Alto. Forte. Gostoso pra c*****o.
Tava próximo, segurando um copo, me olhando como quem queria me provar inteira.
Me arrepiei.
O homem era bonito de um jeito que chegava a ser pecado.
Alto, ombros largos, pele
