CAPÍTULO 2

925 Words
Abri os olhos com o motorista avisando que já estávamos chegando ao nosso destino. Olhei no viso do celular e marcava 2:13 da manhã. Respirei fundo arrumando meu cabelo e coçando os olhos, meu celular apitou pedindo carga. Não acredito nisso, ficar sem bateria logo agora. Abaixei o brilho dele e desliguei os dados móveis afim de economizar bateria. 10%. Desci do ônibus tendo que ligar a Internet de novo pra pedir o uber, destino? Complexo da Maré. Peguei minhas malas esperando pelo uber, que não demorou mais que 10 minutos para chegar. Entrei e cumprimentei o motorista, que sorriu simpático. Motorista: viajar de madrugada é um porre, né moça? Mari: nem me fala, tô doida pra dormir. Motorista: você é daqui? Mari: não, na verdade vim visitar uma amiga minha. Motorista: entendo, olha... Eu não posso subir o morro, então vou te deixar mais perto da barreira e torce pra ter algum moto taxi. Mari: eu ligo pra minha amiga descer pra me encontrar, obrigado. Seguimos o caminho em silêncio, ele era um senhorzinho que aparentava ter lá para seus 60 anos. Menos de 30 minutos ele encostou próximo a barreira e eu paguei ele agradecendo. Desci com as duas malas olhando ao redor, um grupo de homens que conversavam entre si. Liguei pra Lara que chamou até cair, merda. Era só o que me faltava! Pior que eu nem sabia o caminho da casa dela, nunca vim aqui e também esses homens não deixaria eu passar. - tá perdida? - um deles falou comigo, bonito até, dos olhos claros. Mari: sim, vim pra ficar com minha amiga, mas agora ela não me atende e eu não sei onde é a casa dela. - qual nome dela? - falou pegando um radinho na mão Mari: Lara... Lara volpato! - Ae patrão, tem uma mina aqui querendo subir pra casa da amiga dela. - qual seu nome? - falou olhando pra mim e eu respondi - Mari, patrão. Vai pra casa da Lara Volpato. - ele passou a mão pelos lábios - Jaé, fé pra nós. - aí, Rod vai te levar no barraco dela! - falou apontando com a cabeça para o carro. Mari: obrigado! - tranquilo. - falou fazendo um joinha com a mão. Andei até o carro guardando as malas no porta mala, fui no banco de trás, já que não conhecia o menino. Ele saiu de lá subindo o morro e virando a esquerda numa rua totalmente vazia e com pouca iluminação. - tu não é daqui, né? - disse enquanto focava na rua Mari: não, primeira vez que venho aqui. - pode crê, qual seu nome? Mari: Mariana, mas pode me chamar de Mari. E o seu? - Rodson, mas geral me chama de Rod.. é logo ali na frente! Mari: obrigado mais uma vez, não sei o que faria se não me trouxessem, meu celular desligou e eu não sei andar por aqui. Rod: tem que tomar cuidado, moça. Aqui tem gente boa, mas tem gente r**m também. E a gente nunca sabe quando vamos topar com um deles por aí. - falou parando o carro. - é aqui! Desci do carro tirando minhas malas e ele me esperava na calçada. Mari: bom, boa noite. Rod: boa noite, Mari. Aproveita pra conhecer o morro amanhã, tu vai se amarrar. Mari: tenho certeza disso. - disse sorrindo e ele retribuiu Rod: bom, tô indo nessa. Qualquer coisa me aciona, Lara tem meu número. Mari: tá bem, obrigado. Rod: estamos aí pra isso. Ele saiu cantando pneu e eu fiquei igual uma pateta parada em frente ao portão das escadas que dava acesso a casa Lara, minha vontade era de socar a cara dela por ter me esquecido. Quando já ia gritar, olhei pra cima e vi ela com o cabelo todo bagunçado coçando o olho. Lara: aí meu Deus... amiga... desculpa, eu acabei cochilando e só acordei com o barulho do carro. Desculpa, perdão mesmo. Mari: sua sorte que não tinha ônibus de volta no mesmo horário, porque se não tinha voltado pra casa. Onde se viu esquecer da amiga assim? Lara: eu não esqueci, juro. Só cochilei demais, vem entra. - falou abrindo o portão - como chegou aqui? Falei que te buscaria na barreira. Mari: pelo visto eu dormiria por lá, se não fosse os meninos. Um deles que me trouxe, disse que te conhecia. Lara: quem? Rod? Mari: é, ele mesmo. Lara: a gente fica, já tem um tempo. Mari: agora tá explicado. - falei sentando no sofá e tirando o tênis - tô cheia de sono. Lara: tem o quarto de hóspedes te esperando, mas se quiser pode dormir de conchinha comigo, eu deixo. Mari: não vou curar minha carência agarrada nessa sua b***a grande. Lara: a sua é maior, safada. - falou me abraçando - tava com saudade. Quer comer alguma coisa? Mari: vim metade do caminho beliscando um biscoito, só quero cair na cama mesmo. Lara: então tá, seu quarto é o da esquerda, já tem tudo lá te esperando. Mari: então tô indo nessa, boa noite piranhona. Lara: boa noite safada. Dei um beijinho na testa dela e fui em direção ao quarto com as malas. Acendi a luz deixando as malas num canto qualquer, e passei os olhos ao redor do quarto. Que tinha uma cama de casal, uma TV pendurada na parede e um pequeno guarda-roupa escantiado na parede. Fechei a porta ligando o ventilador de teto, deitei me cobrindo, nem troquei de roupa. Coloquei meu celular pra carregar e dormi.
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