3*Faculdade

1113 Words
Lua narrando        Louis voltou para sua casa após o almoço, e eu também. Entrei batendo a porta e trancando-a em seguida. Joguei o skate em um canto e me deitei no sofá. Mais tarde eu ainda teria de ir à faculdade, como era cedo, resolvi tirar um cochilo para estar bem disposta a noite. (...) 5:00 p.m       Acordei assustada. Algum pesadelo. Certamente eu não me lembrava dele. Olhei no relógio e outro susto, eu teria que me arrumar rapidamente. Tomei um banho, e já no meu quarto, vesti uma calça jeans e uma blusa branca, por cima um poncho e um coturno nos pés. Eu não estava com fome, então pulei a refeição e saí do apartamento, indo para o carro com a minha bolsa em mãos.          Prendi o cinto e liguei o carro, enfim a carteira de motorista, na verdade eu havia conseguido ela há quase dois anos atrás. Ao completar dezoito anos eu não perdi tempo. Comecei a dirigir, o som do rádio estava baixo, mas ainda possível ouvir. Eu cantarolava quando tive que parar por causa do trânsito. Alguns minutos de espera e nada. Apertei minha buzina algumas vezes. O que será que tinha acontecido? Logo a fila começou a se locomover, e mais para frente recebi resposta. Um acidente. Eu não tinha tempo para parar, provavelmente o ocorrido viria a ser noticiado por algum jornal. Esperava que estivesse tudo bem. Era o máximo que eu podia fazer. Mais alguns minutos, acelerando, freiando, e mudando a marcha, enfim cheguei ao edifício. Parei no estacionamento e visualizei a tela do celular. Em 20 minutos a aula começaria. Coloquei o celular no bolso e peguei minha bolsa, mas parei segundos depois, pois meu bolso traseiro vibrava. Quem seria? Retirei o telefone de lá, encarando-o. Na tela cintilava a palavra: Desconhecido Eu deveria atender? Sem pensar demais, atendi. - Alô? - pronunciei. - Lua? A voz era masculina. - Sim e você é...? - perguntei sem interesse. - Noah Murfing. - Murfing? Desculpe, Sr. Murfing, não lembro do senhor. Nós nos conhecemos? - Ah não. Não? - E então, como sabe o meu nome e por que estas a me ligar? Um pouco de preocupação se instalou em minha mente, e eu estava muito concentrada nas palavras do homem. - Bem, sou amigo do Louis. Estivemos conversando no último fim de semana. E acredite, ele não poupou elogios para você. Soltei o ar que nem ao menos percebi que havia prendido, e rolei os olhos. - Ah, sim. - falei, desinteressada. - Mas enfim, estou a ligar por que pensei que poderíamos sair algum dia. Fiquei perplexa, aquele homem sequer havia visto o meu rosto e já me convidava para sair. Eu iria m***r Louis. Eu com certeza não iria sair com aquele homem. Então, sem parecer muito rude, tente achar uma desculpa plausível. - Ah, Sr. Murfing ... Antes de terminar eu fui cortada. - Pode me chamar de Noah. - Ok. Ahn ... Olha Noah, eu adoraria sair com você - mentira - Mas, eu não sei se Louis informou, eu acabei de me mudar e estou numa completa bagunça, mudança, faculdade, muita coisa na minha cabeça. Por que não deixamos pra próxima? - Ah ... - acho que ele percebeu o leve fora - Claro, tudo bem. - Ok. Adeus. - Adeus. Balancei a cabeça negativamente e desliguei a chamada colocando o celular no bolso. Caminhei até minha sala, que se encontrava praticamente vazia. - Oii. - escutei uma voz feminina. Eu já estava sentada, apenas observando o movimento do local, quando minha amiga chegou. Sim. Amiga. Por mais que eu continuasse "uma chata", agora eu já tinha mais facilidade em fazer amizades. - Oi, sua chata. - falei abraçando minha amiga. Seu nome era Maya. Ela tinha uma pele n***a linda e os cabelos pretos tinham lindos cachos. O sorriso era lindo, um sorriso que iluminava seu dia. O corpo também muito bonito, o que deixava vários homens caidinhos por ela, mas ela já tinha namorado e era muito fiel. - Como você ta? - perguntou. - Bem. - E a mudança? - Acho que já ta tudo pronto. O que acha de juntar eu, você e o Louis em casa? - Seria muito divertido. - Que ótimo. Do que você veio? - Ônibus. - Melhor ainda. Você pode ir comigo e passamos na sua casa pra pegar umas roupas. - Roupas? - ouvi uma voz. Revirei os olhos. Louis. - Oi, Louis. - falei. - Fala, v***o. - falou Maya. Rimos.  Apesar de aquilo parecer um pouco agressivo, Louis aceitava aquilo como uma brincadeira, e claro que ele não ficava ofendido. Já havíamos conversado muito sobre esses apelidinhos. Se ele aceitava, tudo de bem. Eramos amigos e sempre respeitavamos um ao outro. Apesar de eu me sentir um pouco desconfortável, achava que aquilo podia magoa-lo. Então não o chamava assim com freqüência. - Tá, mas o que estavam falando de roupas? - O que acha de passar uma noite em casa? - De novo? Eu tenho casa, viu? Fiz um bico. - Ok. Vai ter que cozinhar sozinho. E nem venha me ligar. Ele se apressou em consertar a resposta. - De novo? Eu tenho casa, viu?! E essa fica muuuito bem sozinha. Eu iria adorar dormir com vocês. Rimos e logo ficamos em silêncio com a presença do professor. ~•~            Após o término das aulas, eu e Maya seguimos até sua casa, enquanto Louis pegava suas coisas, já que ele tinha vindo com seu carro.         Horas depois, eu já estava de pijama com Maya ao meu lado. Esperávamos por Louis, enquanto eu ia estourar umas pipocas. Fazia tempo que eu não tinha uma noite assim. Infelizmente houve um tempo em que eu esqueci das outras pessoas, via-as apenas como um erro. Mas agora penso de outro modo. E vejo como ter alguém ao seu lado é tão importante. Abracei Maya quando ela veio para o meu lado. - O que foi? - ela perguntou. - Nada. - falei dando de ombros e ainda a abraçando. Era bom ter minha amiga ali. Desliguei o fogo e joguei a pipoca amanteigada num balde. - Cadê o Louis? - pensei alto. - Euuuu. Ouvi um grito que me fez dar um pulo. Algumas pipocas caíram no chão. Fiz cara f**a. - Que susto, moço. - falei. Inesperadamente (ou não), Louis já vestia seu pijama. "Estranho" seria uma ótima palavra para descrevê-lo. O pijama era um macacão, todo azul com estrelinhas. Eu ri. Reparei também no capuz. - Ai Louis, só você com esses pijamas. Maya o cumprimentou e todos nos sentamos no sofá para uma sessão de cinema.
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