2* Almoço

1184 Words
Carlos Eduardo narrando - Hey, bom dia, dorminhoco. - ouvi uma voz doce soar. Sem abrir os olhos sorri, era ótimo acordar com ela ao meu lado. Abri um pouco os olhos e puxei-a pela cintura, fazendo com que ela caísse deitada ao meu lado. Ela sorriu. - Bom dia, menina-mistério. Apoiei-me com o cotovelo e a observei antes de unir nossos lábios. - Ok, Shakespeare. O café esta pronto. - Hum... Estas manhãs me fazem parecer tão maduro. - Você deve ver algo que não vemos. Fuzilei-a com o olhar. Ela gargalhou. - Lua vai vir? - perguntei. - Sim, ela e o Louis. - Ai meu Deus... - O que ? - Não estou afim de outro garoto aqui, fora eu. Vai ficar secando você, cuidado pra não morrer desidratada. Ela riu. Por que ela riu? Eu estava sendo 100% sério. - Cabeçudo você, hein... - O que? O que é? - perguntei. - Só você pra conhecê-lo há quase dois anos e não perceber que ele não gosta de mim. - Isso é o que parece. - afirmei. - b***a. Estou falando que ele não gosta do meu tipo. - Bom, eu gosto. Você é perfeita. Ela bateu a mão na testa e soprou, impaciente. - Ele é gay. Minha boca se abriu. Eu não tinha preconceito. Com certeza, não. Mas eu sempre achei que ele achava a Laís bonita e tudo mais. - Então, vamos tomar café? - perguntei, desviando o assunto. - Olha a hora. É melhor eu começar a preparar o almoço. - Quer ajuda? - perguntei. - Claro.  Dei um selinho nela. - Vou me arrumar. - avisei. Ela  assentiu e saiu do meu campo de vista. Coloquei uma bermuda e uma camisa, meu chinelo nos pés e desci. Laís colocava uma panela no fogo quando eu cheguei por trás e a abraçei. - O que teremos no cardápio? - Frango assado e arroz de forno. - Huuummm. O que quer que eu faça? - Pode cortar os legumes para colocar no arroz. Ela apontou para a tábua, com alguns legumes lavados em cima, e eu comecei a picar cada um deles. (...) O almoço estava pronto e agora só faltava Lua e Louis. Me sentei no sofá e esperei ao lado de Laís. - O que quer fazer depois do almoço? - perguntei. - Não sei. - ela disse dando de ombros. - Que tal uma tarde só nossa?  Apenas eu, você, sorvete e alguns beijos. Ela riu e se virou me olhando, ainda com um sorriso nos lábios. Assim que eu a vi, eu soube. Ela seria minha pro resto da vida, por isso eu já estava começando a planejar um pedido de casamento. É claro que ninguém sabe. Apenas eu. Mas quero que fique em segredo por um tempo, talvez eu a pedisse no fim do ano. Eramos novos e tinhamos tempo. Ela apertou minhas bochechas, deixando em meus lábios um biquinho de peixe, logo ela me deu um selinho, permitindo-me aproveitar a maciez de seus lábios. Ouvimos o interfone tocar. - Sim? - Senhor Newmann, tem um homem aqui. Ele diz que veio para um almoço. - Louis. - falei, lembrando que o homem viria. - Pode deixar ele entrar, senhor Warper. Diiiing Doooong - Eu abro. - informei. Assim que abri a porta me deparei com Louis, mas Lua não estava lá. - Louis. - disse, em um tom animado. Demos um aperto de mão, seguido de um abraço com batidinha nas costas. - Como vai? - perguntei. - Ótimo e vocês? - Bem. Cadê a Lua? - Não quis vir no meu carro, deve chegar a qualquer momento. - Então tá. Pode entrar. Quer alguma coisa ? - Não, obrigado. Ele caminhou até onde Laís estava e se abraçaram, ambos continuaram na sala batendo um papo. Muitos sorrisos e risadas depois, ouvimos a campainha tocar novamente. - Lua. - falei, abraçando-a. Lua estava trajando uma calça jeans escura e uma blusa fina cor de vinho. - Oi, maninho. - Do que veio? - perguntei. Ela apontou para um skate que estava em sua mão esquerda. - Não acha que está grandinha para andar de skate? - pausei. - Já tem 19 anos, quer dizer, quase 20. Ela me fuzilou com os olhos. - Não. Gosto do meu skate, e não ia machucar ninguém andar nele um pouquinho. Sempre carro, carro, carro. Por que não um skate de vez em quando? - Ok. Não vou discutir. Ela entrou indo cumprimentar Laís, logo todos estavam na mesa, se servindo. - Já engravidou minha cunhada? - perguntou Lua, divertida. Laís se engasgou com o suco. Eu ri. - Ainda não, maninha. Somos muito novos. Laís afirmou. - Então tá. - falou. - Mas e você Lua? Já arranjou um namorado? - Perguntou Laís. - Não. E, na verdade, não pretendo fazer isso tão cedo. - Hum. Voltamos a comer. - Gostando do apartamento? - perguntei a Lua. - Muito. Tenho qu e agradecer ao papai. Ele já deixou tudo montado. - Hum. - Falando nele, qual foi a última vez que ligou? - Ontem. Estava tossindo demais. - Deve ser apenas uma gripe. Vou tentar vê-lo amanhã. - Ok. - Sabe se ele foi ao médico? - Não. - Tá bem.E seus pais Laís? - Ótimos.  - Seus irmãos? - Também estão bem. - E vocês já fizeram um jantar com eles?   Lua pergunatava sem parar, enquanto eu e Louis apenas assistiamos. - Ah, já. Quer dizer, estamos marcando um jantar no sabádo. - ela disse. - Né, amor? - Sim. - afirmei. - E a escola? Sente falta? - perguntou Laís a minha irmã.  - Nem um pouco. Estou adorando a faculdade. E vocês? - Sinto um pouco de falta da irresponsabilidade que podíamos ter.  Soltamos algumas risadas. - Mas e o povo, hein?  - O que será que estão fazendo? - Os meninos começaram uma faculdade esse ano. Aproveitaram o ano de folga para uma viagem. - falei. - Que legal. - falou Lua. - Eu não mantenho contato com ninguém - falou Laís. Após mais alguns minutos de conversa, todos terminamos de comer e eu e Louis ficamos com os pratos.  - Valeu pela força. - agradeci Louis. - De boa. - Como ela ta sozinha? - perguntei. Por mais que ainda tivessemos uma ligação, eu e Lua já não éramos grudados. E Louis era quem mais passava o tempo com ela. - Ela tá bem. É forte. É independende. Consegue tudo, mesmo que seja sozinha, é determinada. Eu sorri. - Sim, eu sei. Secamos as mãos em um pano assim que terminamos e fomos pra sala, onde as meninas conversavam mais. - Vou indo, Carlos. - falou Lua. - Está bem. - afirmei. Nos abraçamos forte. - Vai em casa, viu?! - pediu. - Claro e volta mais, você e o Louis. - Tá. Depois das despedidas, eu e Laís ficamos sozinhos, prontos para aproveitar nossa tarde sozinhos. - Que tal um sorvete? - perguntei. - Com muito chocolate, por favor. - afirmou. Rimos e fomos nos aprontar para sairmos.
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