Meu delegado incrivelmente lindo

VALENTINA RODRIGUEZ 22 anos. Uma jovem linda, marcada por um passado c***l. Teve a inocência arrancada pelo próprio namorado, que a violentou e a deixou grávida. Apesar do trauma, Valentina nunca permitiu que a dor definisse quem ela é. Ela seguiu em frente, com coragem. Após a morte dos pais, precisou aprender a sobreviver sozinha, cuidando de si e do pequeno Enzo. Não foi fácil. Entre lágrimas e batalhas, encontrou apoio em Rosa, dona de uma boate que se tornou seu refúgio — e também seu palco. Hoje, Valentina é dançarina de striptease. É desse trabalho que vem o sustento de sua casa e o dinheiro para cursar a faculdade de Direito, o sonho que a mantém firme. Por trás dos holofotes e dos sorrisos, esconde uma força silenciosa e uma dor que poucos conseguem imaginar. --- CRISTINA (Cris) 24 anos. Melhor amiga de Valentina. Extrovertida, espontânea e dona de uma energia contagiante. É filha de Dona Rosa, mas vive em constante conflito com a mãe. Trabalha em uma cafeteria no shopping e divide o apartamento com Valentina e o pequeno Enzo. Mesmo com as diferenças familiares, Cris ama Valentina como uma irmã. É seu porto seguro, a pessoa que sempre aparece com um sorriso quando o mundo parece desabar. --- DONA ROSA 43 anos. Mãe de Cris e proprietária da Boate Dance. Uma mulher forte, experiente e justa. Viveu boa parte da vida na noite, mas nunca quis esse mesmo destino para a filha. Apesar das brigas constantes com Cris, Rosa tem um coração enorme — e um carinho especial por Valentina. Conhece seu passado e faz de tudo para protegê-la. Nenhum cliente ousa ultrapassar os limites com Valentina, porque Rosa sabe muito bem como impor respeito. --- LUCAS SMITH 23 anos. Policial e parceiro inseparável de Brian. O completo oposto do delegado: leve, brincalhão e otimista, mesmo em meio à dureza da profissão. Lucas tem um talento raro — o de enxergar humor e esperança onde quase ninguém mais vê. --- BRIAN SANCHEZ 29 anos. Delegado. Bonito, arrogante, intimidador — e extremamente disciplinado. Um homem frio e controlador, moldado pelas cicatrizes de uma infância sem amor. Abandonado ainda bebê, cresceu entre orfanatos e lares temporários. Nunca foi adotado. A rejeição o tornou forte, mas também fechado. Brian canalizou a dor em determinação: estudou como um louco, venceu sozinho e se tornou um dos delegados mais respeitados — e desejados — do país. Relacionamentos sérios nunca fizeram parte de sua vida. Para ele, o trabalho vem em primeiro lugar; o prazer, depois. As mulheres o cercam, mas nenhuma o conhece de verdade. E ele gosta que continue assim. --- (***) Brian Sanchez Acordei com uma dor de cabeça filha da p**a. Quando virei, lá estava ela — deitada na minha cama, usando só uma calcinha. Uma bela visão, admito. Meu p*u reagiu na hora. Mas não tenho tempo pra isso agora. Exagerei demais ontem. Chamei a tal v***a — cujo nome, claro, nem faço ideia — e mandei ela embora. Saiu me xingando, mas não dou a mínima. Entro no boxe, tomo meu banho gelado, e começo o dia. Depois de vestido, coloco meu relógio, um pouco de perfume, minha Glock na cintura e desço para tomar meu café preto e amargo. Do jeito que gosto. O dia na delegacia promete. Saio, pego as chaves da BMW, ligo o som alto e arranco em direção à DP. Não demora muito e já estou lá. Cumprimento quem está pelo caminho e sigo direto para minha sala. Tiro o paletó, sento e começo a revisar relatórios. Sinto que hoje vai ser daqueles dias longos. Mas foi a profissão que escolhi. E pra piorar, ainda tenho que dar uma palestra na universidade de Direito. Merda. Ainda bem que tenho um tempinho até lá. (***) Valentina Rodriguez Acordei cedo, como sempre. Preparei o café, tomei um banho rápido e vesti minha calça jeans, uma camiseta preta e tênis confortáveis. Um pouco de rímel, batom discreto... Pronto. Dei uma última olhada no espelho. Mais um dia começava. A boate está em reforma essa semana — e, sinceramente, isso é um alívio. Terei alguns dias longe do palco. Sei que muita gente torce o nariz para o que faço, mas foi o único jeito que encontrei de sustentar meu filho e pagar a faculdade. Eu só danço. Nunca passei dos meus limites, e nunca vou passar. Dona Rosa sabe do meu passado. Talvez por isso tenha me dado uma chance quando ninguém mais deu. Ela me protege, e quando algum cliente tenta se achar demais, é ela quem mostra com quem está lidando. Sou grata. De verdade. Se não fosse por ela e pela Cris, talvez eu nem estivesse aqui. Mas, como felicidade de pobre dura pouco, semana que vem as luzes do palco acendem de novo. Cansativo, sim. Mas necessário. Depois de acordar meu pequeno, fui até o quarto da Cris pra chamá-la. A bela adormecida ainda estava encolhida sob o lençol. Revirei os olhos — ela sempre se atrasa pro trabalho. Enzo já estava pronto, lindo no uniforme da escolinha. Cris, ainda de cara amassada, tentava fingir disposição. Entre risadas e correria, todos alimentados e organizados, saímos de casa. Mais um dia pra enfrentar. Porque a vida não espera. E muito menos perdoa.