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MAKTUB - EDIÇÃO ÚNICA.

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Blurb

+16| Rio de Janeiro , Morro do Amor/ Complexo Lins de Vasconcelos

❝Quem não ouve amigo, ouve coitado❞ e agora no auge do sofrimento Daphne consegue entender o significado e o peso que essa frase tem/carrega. Com os recém feitos 15 anos decidiu que queria se tornar uma ❝mulher❞ e morar com até então seu namorado, aquele que sua família e amigos nunca havia gostado, com o passar dos tempos depois de deixar tudo para trás e se afastar de todos para o ❝bem❞ do relacionamento ela então pode ver a cilada em que havia caído.

As agressões verbais, físicas e psicológicas foram se fazendo presente ao passar dos tempos, fingir está bem já era um costume/mania que havia desenvolvido por medo e pela vergonha de ter ficado tão cega ao ponto de se afastar das pessoas que só queriam o seu bem.

Assim como toda felicidade é passageira, nenhum sofrimento será eterno e ao cruzar com duas íris intensas ela enfim pode enxergar a salvação.

História de Torugo e Daphne.

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CAPÍTULO 01 - JASMINE
O CONTRASTE DO SOL COM O MAR me fez parar e admira-los um pouco enquanto tinha um sorriso satisfeito por ser um contraste magnífico, no relógio abaixo de uma propaganda marcava 12:00 e aqui explicava porque o Rio de Janeiro estava a amostra grátis ou o próprio inferno. De soslaio olhei para a cesta em minhas mãos com alguns doces que minha tia Rosa fazia e me obrigava a vender todos os dias enquanto ela e meu primo Robson ficavam em casa de sombra e água fresca. Jasmine: Se a senhora ainda estivesse aqui, tudo seria tão diferente pra mim mãe – Murmurei soltando um suspiro longo pela tamanha frustração - Me dá um luz mãe,me mostra qual caminho eu devo seguir, me ajuda nas minhas escolhas e me livra de todo m*l disfarçado de bem. Voltei a caminhas pelo calçadão e entrava nós restaurantes cheios que era o que me faziam lucrar bem mais pelo fato de ser uma sobremesa boa e barata, ainda tinha que ouvir alguns comentários preocupados pelo fato de ainda ter 6 anos e já está trabalhando. Getúlio: Menina Jasmine, os clientes estão a espera de seus doces. Cheguei a achar que não tinha vindo hoje – Me saldou assim que entrei no restaurante. Jasmine: Me ocorreu um contratempo com uns compradores na praia seu Getúlio, agora vou atrás do meu – Sorrir simpática para o mesmo que assentiu. Assim que todos ali presentes me viram já foram me chamando para escolher seus doces e não vou negar que os 40 doces que me sobraram ficou todo ali o que me deixou bastante feliz, hoje eu voltaria para casa cedo. Jasmine: Obrigado pela força seu Getúlio, vende tudinho e aqui a taça que o senhor me cobrar – Sorrir satisfeita tirando 5 reais do resto da grana. Getúlio: Hoje não aceitarei essa taxa, vá com Deus menina Jasmine – Se inclinou passando a mão em meus cabelos enquanto sorria. Murmurei um "obrigado" e sair às pressas do restaurante correndo com cuidado paro o ponto assim que vi o ônibus que iria me deixar na frente do Andaraí, dei a mão e o motorista parou abrindo as portas. Jasmine: Boa tarde tio, se importaria de me dá uma carona até o Andaraí? – Perguntei roceosa, pelo semblante ele parecia nervoso. Motorista: Boa tarde garotinha, imagina se ou negar carona pra uma menina tão educada – Sorriu singelo e lhe devolve com um sorriso simpático entrando no ônibus e me sentando. Observava as ruas do Rio de Janeiro passando rápido por meu olhos como fazia todos dias mas a noite pareciam só borrões com luzes e nada mais. Comecei a trabalhar com 5 anos que foi quando minha mãe faleceu com uma parada cardíaca e por ter parente acabei ficando com minha tia e meu primo, com minha mãe em vida eles me tratavam igual princesa era um amor louco que só durou do dia em que eu nasce até quando mamãe faleceu. Jasmine: Obrigado tio, tenha uma ótima tarde que Deus acompanhe vocês – Agradece assim que desce do ônibus.  Motorista: Amém que ele esteja com você também garotinha – Piscou e fechou as portas dando partida no ônibus. Revirei os olhos vendo aquela escada infernal que eu teria de enfrentar e sentir minhas pernas bambearem mas adiantei o processo subindo de dois em dois degraus para acabar mais rápido. No caminho alguns conhecidos me cumprimentavam perguntando pelos doces que graças a Deus já haviam sido vendidos. Rosa: O que faz aqui uma hora dessa Jasmine? – Perguntou assim que encostei no portão da varanda. Jasmine: Os doces foram vendidos igual água tia, 12:30 eu já estava no ônibus vindo para casa – Expliquei e ela olhou para cesta e pode ver seus olhos brilhando. Minha tia abriu o portão e eu entrei , deixei a sandália do lado de fora antes de entrar em casa acompanhada pela mesma e me deparando com Robson que assistia alguma porcaria na tevê. Rosa: Cadê o meu dinheiro ? – Perguntou e tirei da pochete que fica escondida abaixo da minha blusa colocando em sua mão – Isso aqui da para as compras do mês, já que você veio cedo tome aqui a cesta de amanhã e volta para vende-los – Falou animada indo até a cozinha. Jasmine: Não tem cabimento voltar para Copacabana uma hora dessa tia, capaz de eu voltar a noite com a maioria dos doces – Contestei indo para cozinha atrás dela. Rosa: Não me importo Jasmine, der seu jeito e volte com essa cesta pura – Me olhou séria e eu bate o pé irritada. Jasmine: Manda o Robson eu não vou voltar pra Copacabana e não vou vender nada – Cruzei os braços e recebe um olhar severo. Rosa: Quem você acha que é garota ? – Falou entre dentes puxando meu cabelo pelas traças – Quem nora aqui de favor é você e não o Robson, sua obrigação e trazer dinheiro pra dentro de casa e ajudar a pagar as contas. Agora pegue a cesta e faça o que te mandei – Se exaltou e aquilo me chateou. Jasmine: EU JÁ FALEI QUE EU NÃO VOU VENDER p***a NENHUMA! – Gritei jogando a cesta de doces na parede a observando cair no chão. Meu braço foi puxado com força e logo quem estava no chão encima dos doces foi eu após bater com tudo na parede, tia Rosa me fez levantar puxando minhas tranças com mais força que me fez grunhir pela dor. Rosa: Você acha que é mais que eu Jasmine? – Apertou com minha bochecha com força – Mas você não é queridinha, isso que você fez terá uma punição severa – Rangeu os dentes me olhando – Você vai ficar ajoelhada no milho até manhã, sem tomar banho, comer ou beber – Me jogou no chão novamente e caminhou até o armário. Tia Rosa pegou a vasilha que ficava o milho e colocou bem ao lado do armário de mantimentos, caminhou até mim me arrastando pelos braços e tratei de me ajoelhar antes que apanhasse de cansanção. Morde o lábio prendendo o choro e recostei a testa na parede.

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