Domingo, cinco da manhã, a quebrada ainda dorme, mas o bonde já tá de pé. A "firma" nunca para.
O primeiro rádio toca baixinho no meu ouvido:
— Posto 2 na escuta. Movimento começando devagar, Dante. Dois clientes só.
— Positivo. Fica atento, qualquer coisa me chama.
A gente divide a quebrada em zonas. Tem o Posto 1, que é na entrada da vila — perto da viela do bar do Seu Zé. Ali é o ponto mais quente, movimentação alta o dia inteiro. Posto 2 fica perto da quadra, onde o fluxo é mais controlado e rola mais no fim da tarde. Posto 3 é o mais afastado, onde vai a galera que quer discrição. E além desses, tem o olheiro no alto da caixa d’água e os pivetes da entrega, os “aviõezinhos”.
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Cada um tem sua função.
Os olheiros são os olhos da operação. Eles não vendem, não entregam, só obser
