POR EDUARDO:
Já era para eu voltar para minha casa, mas meus pais insistiram para passar esse fim de semana com eles, estou evitando ao máximo em sair de casa, apenas quando é extremamente necessário.
— Bora! Chega de ficar trancado dentro desse quarto, vamos — falou Guilherme meu amigo de longa data, que virou padrinho de Guto.
— Ah! Não, vai você e me deixa quieto — falei tampando minha cabeça com o cobertor.
— Não mesmo, agora vai tomar banho, vamos dar uma volta no parque e depois vou levar Guto almoçar comigo e buscar meu marido no aeroporto — respondeu ele, olhando se no espelho arrumando seu cabelo, Gui tinha seus cabelos ruivos puxando para um loiro ele os deixava bagunçado dando seu charme, palavras dele seus olhos azuis eram sempre brilhantes, o que viravam dois faróis quando estava ao lado de Alex, as sardas espalhadas pelo seu rosto completavam sua beleza.
— Você é um saco, não sei como o Alex aguenta você — falei levantando seguindo em direção ao banheiro.
— Porque ele me ama — gritou ele do quarto.
— Porque ele me ama — o imitei.
— Eu ouvi — disse ele sorrindo.
Não demorei para estar pronto estava terminando de arrumar meu cabelo.
— Você não pode viver se escondendo dele, já pensou que ele nem lembra de você? — disse ele.
— O que eu mais quero nessa vida — respondi sem olhar para ele.
— Pare de mentir — ele gargalhou — Você está louco para encontrá-lo, para de fazer cu doce — eu olhei feio para ele.
— Se você encontrasse Alex na cama com outro depois de uma noite de sexo o que faria? — ele parou de sorrir e me olhou — Agora entende o meu lado? Então pare de falar besteiras — disse voltando minha atenção ao meu cabelo — Mas você tem razão, chega de me privar, a vida é curta e temos que aproveitar como se fosse nosso último dia — falei — Estou pronto, vamos? — falei pegando meu celular.
POR MAÍSA:
Deus sabe a quão arrependida eu estou e o quanto me arrependo de ter feito o que fiz com meu filho, por uma ilusão acabei por destruir sua vida e junto minha família, nunca mais vi Diego sorrir após o que aconteceu, nunca mais vi aquele brilho em seus olhos, como aquela cena do meu filho gritando, chorando quebrando tudo, Deus eu tenho que fazer algo, minha família está aos pedaços, tudo por minha culpa.
— Padre, não suporto mais o desprezo do meu filho — estava na igreja conversando com padre João que se tornou um amigo no momento de tormento que estou vivendo — Ele me olha com tanto rancor e desprezo que dói muito — as lágrimas banhavam meu rosto, eu estava sentada em um banco da igreja junto de João.
— Maísa tens que ser forte teu filho perdeu a confiança em você, tens que resgatar tua família do abismo que ela se encontra, esteja ao lado deles mesmo que não queiram sua presença — falou ele calmo como sempre — Sua filha não irá se casar? — perguntou ele, eu apenas afirmei com a cabeça — Então comece por ela, que irá precisar da mãe ao seu lado.
— Tem razão, Lívia precisa de mim, Alberto também — falei levantando-me de meu lugar.
— Como ele está? — perguntou ele.
— Um dia está bem em outro suas dores voltam — respondi cansada — Tenho que ir hoje ele acordou em um dos dias ruins dele — pedi a bênção a João, sai caminhar um pouco respirar um pouco de ar puro, preciso encontrar um meio de resgatar minha família.
Estava perdida em pensamentos que não vi que uma bola vinha em minha direção até ela bater em meus pés abaixei me para pegar, ao olhar na direção de onde ela veio um garotinho estava correndo atrás dela.