ISABELA
Depois de alguns drinks, a música alta e as luzes piscantes criavam um clima de devaneio. Olhei ao redor, mas não encontrei Conrado em lugar nenhum, nem os outros amigos.
Jade, Tomas, Mirela e Diogo haviam se evaporado no meio da multidão, provavelmente perdidos em cantos escuros da boate ou em algum beco de fumantes.
Carlos, por outro lado, não saiu do meu lado.
Seu toque era calculado, uma mão na minha cintura para me guiar no meio da agitação, os dedos escorregando pelo meu braço como se fosse acidental, o calor do corpo dele colado no meu quando a música apertava.
Era uma dança de aproximação, e eu fingia não notar, mas meu pulso acelerava a cada vez que ele se inclinava para falar no meu ouvido, o hálito quente misturado com o amargor da vodka.
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O papo, antes cheio de planos profissionais e dicas para a boate, foi seguindo para coisas pessoais. Ele perguntou sobre minha vida, se eu curtia sair assim com frequência, e então veio a pergunta direta, acompanhada de um olhar firme.
— E aí Isa, você namora?
Soltei uma risada curta, virando o copo vazio entre os dedos.
— Nem se eu quisesse. Trabalho demais.
Ele sorriu, os cantos dos lábios subindo devagar, como se já soubesse a resposta.
— Sortudo meu irmão, então. Ele sempre foi bom de mira.
— O Conrado? — Franzi a testa. — A gente é só amigo.
Carlos fez um "ah" cômico, mas os olhos dele escureceram de interesse.
— Então dois solteiros bebendo vodka numa boate vazia… Isso aqui é uma armadilha, Isabela.
— Vazia? — Dei uma olhada para os lados, rindo. — Tá maluco, o lugar tá lotado!
Ele encostou o copo no meu, tilintando.
— Pra mim, tá vazio. Só tem você.
Não lembro quem se inclinou primeiro.
Só sei que, de repente, estávamos com os lábios colados, um toque leve, quase experimental, só o contorno da boca dele pressionando a minha. Eu hesitei por um segundo, mas quando ele sentiu que eu não puxei para trás, aprofundou o beijo de um jeito que me fez segurar no ombro dele para não cair.
A língua dele entrou na minha boca com uma mistura de doçura e urgência, o gosto de vodka e hortelã do mojito que ele bebeu a pouco ainda tava fresco nos lábios dele.
As mãos dele, que antes eram cuidadosas, agora me puxavam pela cintura, os dedos afundando na carne do meu quadril como se quisessem marcar território. Um arrepio desceu pela minha coluna quando uma delas subiu pelas minhas costas, descobrindo um pedaço da pele acima do vestido.
E eu… eu deixei.
Confesso que gostei.
Gostei da forma como ele controlava o ritmo, do jeito que seus dentes roçavam meu lábio inferior antes de mordiscar, da respiração dele ficando mais rouca quando me apertou contra ele. A música batia forte, mas o som que dominava meus ouvidos era o nosso próprio barulho, a troca de saliva, o gemido baixo que deixei escapar sem querer, o roçar do tecido do vestido contra o corpo dele.
Foi só quando alguém esbarrou na gente que nos separamos. Carlos olhou para os lados, irritado, mas eu estava mais preocupada em recuperar o fôlego. Meus lábios estavam inchados, e o batom tinha migrado metade para o rosto dele.
— p***a. — ele resmungou, limpando a boca com o dedo. — Tenho lugar melhor pra gente continuar isso.
Pegou minha mão sem cerimônia e começou a me puxar em direção a um corredor lateral, onde a luz era mais fraca e o barulho, abafado.
— Carlos— tentei protestar, mas ele já estava com a porta de um escritório — provavelmente o dele — aberta, me empurrando para dentro com um sorriso selvagem.
— Só mais cinco minutos. — ele insistiu, fechando a porta com o pé. — Prometo que você vai querer ficar.
E, pelo jeito que ele me olhava, eu sabia que ele não estava falando só de conversar.
A porta do escritório m*l tinha fechado quando Carlos me empurrou contra ela, seu corpo encaixando no meu como se já soubesse cada curva.
O beijo, que antes era só calor e vodka, agora tinha gosto de desejo sem freio. Ele não perdia tempo, a boca dele abandonou meus lábios e foi pro meu pescoço, mordiscando a pele logo abaixo do ouvido, aquele ponto que sempre me fazia tremer.
— Carlos — Gemi baixinho.
Meu corpo arqueou sem eu pedir, e ele riu baixo, satisfeito.
— Gosta disso, é? — A voz dele era áspera, as mãos já subindo o vestido pela minha coxa, descobrindo a pele de leve.
Eu não respondi, mas meu corpo sim, quando seus dedos encontraram a parte de trás da minha calcinha, já puxando a renda pro lado, soltei um "ah" que ecoou no escritório vazio.
Seu toque era firme, explorador.
Uma mão apertou minha b***a desnuda, os dedos afundando na carne como se quisesse provar. A outra segurou meu quadril, mantendo-me no lugar enquanto ele continuava a devorar meu pescoço.
— Você é uma gostosa, Isa. — Ele falou contra minha pele, os dentes raspando no meu ombro.
— Já tava imaginando como era te pegar desde que te vi dançando, com o lerdo do meu irmão.
Eu me contorci, tentando me aproximar mais, mas ele segurou meu quadril com mais força, controlando o ritmo.
— Apressadinha? — provocou, mordendo meu lábio.
— Você que começou.
Ele riu, e então finalmente deixou a mão escorregar pra frente, os dedos pressionando exatamente onde eu mais queria.
O atrito da calcinha molhada contra sua mão me fez engolir um gemido mais alto. Carlos apertou os olhos, observando cada reação minha como se fosse um mapa.
— Quer que eu pare? — Ele perguntou, sabendo muito bem a resposta.
Minha mão agarrou o cabelo dele, puxando.
— Não.
Foi o suficiente. Seus dedos encontraram o c******s, círculos lentos primeiro, depois mais rápidos, enquanto a outra mão continuava a massagear minha b***a, me puxando contra ele. Eu me debati, mas ele não largou, só apertou os dentes no meu pescoço, marcando.
— Se continuar assim, vou te fazer gozar aqui mesmo.
E eu queria.
Foi quando a maçaneta mexeu.
— Carlos, a polícia tá aqui pra vistoria, precisa — A voz de um segurança cortou o clima, a porta se abrindo um pouco.
Carlos me virou de costas num movimento rápido, descendo meu vestido enrolado e minha respiração ofegante.
— Tá bom, já vou. — Ele rosnou, e o segurança sumiu rápido, sem questionar.
Quando a porta fechou de novo, ele soltou um suspiro, descansando a testa na minha.
— Porra.— ele praguejou.
Eu ri, ainda tremendo.
— Parece que o universo não quer a gente transando hoje.
Ele me olhou, os olhos escuros de t***o ainda.
— Hoje não acabou ainda, gatinha.