Capítulo 10: Vi seu Story

975 Words
JACE A manhã seguinte ao show foi agitada, como sempre. Acordei cedo, mesmo depois de uma noite longa, e já tinha uma agenda cheia de compromissos. Entrevistas, ensaios, reuniões com a equipe. Mas, por mais que tentasse me concentrar, minha mente não parava de voltar para Isabela. Eu tinha checado o celular assim que acordei, esperando uma resposta dela. Mas não havia nada. A última mensagem ainda era a minha, oferecendo ajuda. E, de alguma forma, aquilo me deixou incomodado. — Jace, você tá prestando atenção? — Paco perguntou, interrompendo meus pensamentos. — Claro que tô. — menti, tentando focar na reunião que estávamos tendo. Paco não pareceu convencido, mas continuou falando sobre os próximos shows e as estratégias de marketing. Eu concordava com a cabeça, mas minha mente estava longe dali. Quando a reunião finalmente acabou, peguei o celular e fui direto para o perfil de Isabela. Ela não tinha postado nada novo, mas eu vi que tinha estado online há alguns minutos. Por que ela não tinha respondido? Será que eu tinha sido muito direto? Decidi mandar mais uma mensagem. — "E aí, sumida. Tudo bem?" Dessa vez, a resposta veio rápido. — "Tudo bem. Só tive um dia cheio." Eu sorri, aliviado. Pelo menos ela tinha respondido. — "Que bom. E os problemas? Resolveu?" Houve uma pausa antes da resposta. — "Ainda não. Mas tô lidando." Aquilo me deixou curioso. O que ela estava passando? Por que ela não queria contar? Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que não podia pressionar. — "Se precisar de alguém pra conversar, tô aqui. Sem julgamentos." Dessa vez, a resposta demorou um pouco mais. — "Obrigada. Isso significa muito." Eu não sabia por que, mas aquelas palavras simples me deixaram feliz. Talvez fosse porque eu estava acostumado a garotas que queriam algo de mim, que me viam como um troféu. Mas Isabela era diferente. Ela não parecia impressionada com minha fama, nem com meu status. E, de alguma forma, isso só me deixava mais interessado. Enquanto eu tentava pensar em uma resposta, Paco entrou no quarto. — Jace, temos que ir. A entrevista é daqui a meia hora. Eu concordei, guardando o celular. Mas, antes de sair, mandei uma última mensagem. — "Boa sorte com tudo. E, se precisar, é só chamar." E, com isso, saí para mais um dia de compromissos. Mas, no fundo, sabia que minha mente continuaria voltando para Isabela. Para aquela garota misteriosa que, de alguma forma, tinha conseguido me intrigar. E, pela primeira vez em muito tempo, eu estava ansioso para ver o que o futuro reservava. No dia seguinte pela manhã, antes de sair para os compromissos do dia, decidi dar uma olhada nos stories do i********:. E lá estava ela. Isabela. Postou uma foto em uma lanchonete, cercada de amigos, com a legenda. — "Essa é a dura vida de estudantes universitários." Eu sorri ao ver a foto, mas algo me chamou a atenção. O rosto dela parecia... diferente. Não sei se era o filtro da foto ou se era real, mas um dos lados do rosto dela estava levemente vermelho e inchado. Meu sangue ferveu na hora. Para mim, era nítido que aquilo era um tapa. Alguém tinha batido nela, e ela tentou disfarçar com maquiagem. Talvez ninguém mais tivesse notado, mas eu estava tão afim de Isabela que, se ela tingisse um único fio de cabelo, eu perceberia. Fiquei parado, olhando para a tela do celular, tentando processar o que estava sentindo. Raiva. Preocupação. Frustração. Por que alguém faria isso com ela? E por que ela não tinha me contado? — Jace, vamos lá, o carro tá esperando. — Paco chamou, interrompendo meus pensamentos como sempre. — Um minuto. — respondi, ainda olhando para a foto. Paco se aproximou, percebendo que algo estava errado. — O que foi, mano? Tá tudo bem? — Tá... tá sim. — menti, guardando o celular. — Só tô pensando em algumas coisas. Paco não pareceu convencido, mas não fez mais perguntas. Ele sabia que, quando eu estava assim, era melhor me deixar em paz. No carro, a caminho da entrevista, minha mente não parava de voltar para Isabela. Para aquele rosto inchado. Para aquela expressão que ela tentava disfarçar com um sorriso. Eu não conseguia entender por que aquilo me afetava tanto. Afinal, eu m*l a conhecia. Mas, de alguma forma, ela já tinha conseguido mexer comigo de uma forma que ninguém mais tinha conseguido. Quando chegamos ao local da entrevista, tentei me concentrar. Respondi às perguntas com o charme de sempre, sorri para as câmeras, fiz piadas. Mas, no fundo, minha mente estava em outro lugar. Assim que a entrevista acabou, peguei o celular e fui direto para o perfil de Isabela. Ela não tinha postado nada novo, mas eu vi que tinha estado online há alguns minutos. Decidi mandar uma mensagem. — "E aí, tudo bem? Vi seu story. Tá rolando alguma coisa que eu deva saber?" A resposta demorou um pouco, mas finalmente chegou. — "Tudo bem. Só um dia corrido, sabe como é." Eu não acreditei nela. Sabia que algo estava errado. — "Isabela, sério. Se precisar de ajuda, tô aqui. Não precisa passar por isso sozinha." Dessa vez, a resposta veio mais rápido. — "Obrigada, Jace. Mas eu consigo lidar." Eu respirei fundo, tentando me acalmar. Sabia que não podia pressionar, mas aquilo estava me deixando louco. — Jace, temos que ir. Próximo compromisso em 20 minutos. — Paco chamou, interrompendo meus pensamentos mais uma vez. — Beleza, tô indo. — respondi, guardando o celular. Mas, enquanto seguia para o próximo compromisso, sabia que aquela história ainda não tinha acabado. E, no fundo, eu estava determinado a descobrir o que estava acontecendo com Isabela. Porque, pela primeira vez em muito tempo, eu estava disposto a lutar por alguém. E, dessa vez, não ia desistir tão fácil.
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