A clínica não era de luxo, mas claramente também não era das mais baratas. O ar-condicionado gelava mais do que precisava, a recepcionista falava baixo e tinha café expresso de verdade na mesinha do canto. JL estacionou a moto na frente como se fosse dono do lugar. E talvez, de algum jeito torto, ele fosse. Todo mundo ali parecia saber quem ele era e principalmente, quem ele poderia ser se fosse contrariado. Entrou de boné, corrente discreta no pescoço e camiseta preta. A recepcionista o olhou uma vez, depois desviou rápido o olhar. Eu, sentada ao lado dele com a ficha na mão, me sentia… sei lá. Estranha. Nem casal, nem desconhecidos. Nem conforto, nem tensão. Um meio-termo esquisito. — Valentina Monteiro? — chamou a moça da porta do consultório. Levantei. Ele veio junto. Dentro do co

