A Patrícinha Subiu O Morro

Capítulo 7 Marcelo

Marcelo

— Boa noite a todos desculpa o atraso.

— Tudo bem Marcelo, acabamos de chegar aqui também.

Como todos aqui do morro sabem eu sou o Fabão presidente da sociedade amigos de bairro, hoje pedi presença de todos vocês aqui para apresentar a Cristina, ela é presidente da ONG Esperança, Cristina você está com a palavra.

— Boa noite a todos, vim aqui hoje para apresentar nosso trabalho a comunidade, nós trabalhamos ajudando às pessoas a se especializar profissionalmente, damos cursos gratuitos e também ajudamos com cestas básicas, gás e remédios.

— Queremos pedir autorização para usar o espaço da sociedade amigos de bairro para os cursos e cadastro para doarmos o gás e às cestas básicas.

— Cristina quais são os cursos que vocês vão trazer para comunidade?

— Marcelo nos vamos trazer os cursos de secretariado, informática básico, administração básico, cuidador de idosos, confeitaria, cabeleireiro, manicure, sobrancelha e depilação, temos a parceria com algumas empresas que nos doam os, matérias e nós ajuda a pagar às mãos de obras, os alunos que se destacarem às empresas parceiras faram testes e se eles passarem serão contratados.

— Gostei os cursos vocês podem trazer para o morro, referente às doações vocês podem doar só para às crianças que ficam aqui e os que vão fazer os cursos.

— Marcelo, mas na comunidade tem várias pessoas carentes que precisam de ajuda.

— Aqui eles não pagam água, luz e aluguel todos podem comprar a própria comida, o governo já fornece auxílio, leite e sacolinha, é suficiente para começarem a procurar emprego, quem quiser receber ajuda de vocês tem que fazer os cursos.

— Marcelo nos aqui da comunidade estamos com cem famílias desempregadas, eles precisam de ajuda.

— Fabão vamos ajudar eles a conseguir emprego, se todo mundo que chegar aqui querer trazer cestas básicas, produtos higiênico ninguém vai querer mais trabalhar, às pessoas tem que estudar buscar conhecimento, progredir e não ficar esperando ajuda.

— Marcelo nos separamos 150 cestas básicas para sua comunidade por mês, eu concordo com você de dar elas para os alunos e se tiver mais alunos que isso nos aumentaremos a quantidade de cestas básicas, às crianças que ficam aqui os pais provavelmente trabalham então nós podemos ajudar com alimentação delas.

— Ótimo Cristina então estamos combinando vocês podem colocar o projeto de vocês em prática.

— Algum morador é contra a minha decisão de não ajudar a comunidade com cestas básicas?

— Na minha casa está todos desempregados precisamos da ajuda das cestas básicas.

— Senhora Vilma suas filhas ficam no baile funk dançando e fumando a noite inteira, seu marido fica na porta do boteco e a senhora sentada batendo papo com as vizinhas, não vejo ninguém saindo de madruga para procurar trabalho, se vocês estivem saindo para procurar trabalho e não conseguisse eu seria o primeiro a te ajudar, na minha comunidade ninguém vai sustentar vagabundos, levante cedo e saia para procurar trabalho ou venha fazer os cursos.

— Mais alguém para questionar minhas ordens?

— Marcelo nós estamos com três famílias precisando de ajuda.

— Quem são é por que estão precisando de ajuda?

— O José da primeira viela ele sofreu um acidente de moto e a esposa não trabalha e está com um bebê recém nascido.

— Fabão ele não trabalhava registrado?

— Trabalhava só que você sabe como que é demorada às perícias do INSS.

— Vou mandar um dos meus homens ir ver como está a situação dele, se ele realmente precisar iremos ajudar, qual é os outros dois?

— O senhor Valmir teve um AVC às filhas estão cuidando dele e só a esposa está trabalhando, o problema é que o medicamento é caro e ele está usando fraudas.

— Esse você pode dar toda assistência inclusive vamos doar as fraudas e os remédios, e se precisar de transporte para levar ele no médico me avise.

— E o último é a dona Bárbara e o senhor João os dois estão desempregados e por causa da idade não estão conseguindo trabalho.

— Coloque eles para trabalhar aqui com você, a dona Barbara é cozinheira e o senhor João pode ajudar na faxina e na organização.

— Vocês perceberam que o Marcelo não vai facilitar a vida de ninguém, então quem quiser fazer os cursos venham amanhã de manhã fazer a matrícula.

— Obrigada Cristina por vir capacitar às pessoas da minha comunidade para o mercado de trabalho.

— Imagina Marcelo estou honrada de fazer parte da sua comunidade e parabéns por sua atitude de obrigar às pessoas a buscar seu próprio sustento.

— Boa noite a todos, estou indo embora e se eu escutar alguma reclamação por minha decisão eu vou pessoalmente resolver estamos entendidos.

Saiu da associação amigos de bairro com o Prego meu segurança, essas pessoas estão achando que na minha comunidade vão ficar de r**o para cima vivendo às custa do governo e de ONG estão muito enganadas, o meu projeto aqui é ensinar os jovens a serem vencedores.

Agora vou para minha casa preciso focar nos meus estudos o vestibular está muito perto e amanhã já é sexta-feira eu vou está bem ocupado cuidado do morro e do baile funk, não vejo a hora de me formar e tirar minha família daqui, eu gosto muito dessa comunidade, mas não posso continuar aqui por muito tempo ou vou acabar sendo preso por fazer parte do mundo do crime, não posso sujar meu nome, vou ser o melhor advogado criminalista do país.

— E aí Dentinho suave, fiquei sabendo agora que uma ONG vai ajudar a comunicação?

— Tudo bem Jorge, eles vão ajudar com cursos e quem fizer os cursos receberam uma cesta básica e se precisarem ajuda para compra o gás.

— Não vai ajudar a comunidade com cestas básicas?

— Só para quem estiver precisando muito e mesmo assim o Fabão e alguém da minha confiança irá na casa da pessoa ver por qual motivo ela está precisando.

Esses moradores são folgados ficam jogando dominó e baralho o dia todo nós botecos e quer cestas básicas, vão trabalhar bando de vagabundos, meus pais trabalharam a vida toda para sustentar eu e meus irmãos e ninguém e não morreram por isso.

— Dentinho, tudo bem? Preciso da sua ajuda, minha filha está com febre, eu levei ela no médico mais cedo, ela está com a garganta inflamada passei no posto de saúde para pegar o remédio, mas está em falta, você poderia me emprestar o dinheiro até eu receber meu pagamento para te pagar.

— Aqui está dona Francisca o dinheiro se precisar de mais alguma coisa me avise.

— Obrigada Palito eu estava desesperada sem um centavo, assim que eu receber te devolvo.

— Ok boa noite e melhoras para sua filha.

— Palio você proibiu de dar cestas básicas, mas emprestou dinheiro para a senhora Francisca comprar remédio para filha.

— Prego eu proibi sustentar vagabundos, a filha da Dona Francisca está doente e ela sai todos os dias para trabalhar faça sol ou faça chuva.