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Julia
Meu último ano na Universidade. Não sei se eu amo ou surto.
Há alguns anos, mais ou menos quatro.
Me mudei para São Paulo com a minha amiga, queria ser independente sem meus pais pegando no meu pé.
Me levanto da cama e preparo minhas coisas já que o dia vai ser bem corrido.
Tomo um banho quente, faço uma make simples, me visto e calço o meu tênis.
— Acorda Julia! — escuto gritos de Andressa, a mesma que divido o apê.
— Bom dia que é bom nada — murmuro saindo do meu quarto e sentando na mesa.
— Bom dia, princesa — ela morde um pedaço de seu pão — Por favor, vamos cedo para não se atrasar como antes.
— Credo! Cadê minha Andressa? — comento levantando e indo em direção ao banheiro para escovar os dentes — Vamos ? —cada uma pega a sua mochila.
— Vamos. Tira uma foto minha? — me estende o celular e pego tirando algumas fotos dela — Origada.
— E a minha, meu doce?
— Pede o carro que tiro lá em baixo — fala já ajeitando a mochila nas costas.
Descemos, tiramos algumas fotos, entramos no carro e postamos as fotos.
Resolvo postar a foto que tirei no quarto mesmo.
Chegando na universidade, fomos correndo, nem sei o porquê de eu ter corrido, teria evitado esse momento meio constrangedor.
Esbarro em um loirinho com tudo.
Era o Gustavo, ele realmente é muito bonito.
Mas sem esses exageros dessas meninas, que encharcam a calcinha quando ver ele. Um bando de emocionadas.
O cara realmente é lindo, mas eu que não iria me render aos seus pés.
— Desculpa — tento ser educada.
— Você me molhou, garota! — ele se refere ao refrigerante que ele estava tomando que caiu em sua blusa, e parecia bem nervoso — E ela é branca — me lança um olhar de raiva. Acho que pra tentar me intimidar.
— Calma, Gustavo. Isso seca, p***a — um dos meninos tentou acalmar ele. Se não me engano é o tal do Leo.
— Não posso fazer nada a respeito, só lamento, lindinho — puxo Andressa comigo para a sala bem rápido, sem ao menos olhar para trás.
Entramos e sentamos bem no fundo.
— Eu? — me chama — Não vai dizer nada?
— E o que eu devia dizer? — digo mantendo o olhar pra frente.
— Oferecer alguma ajuda a ele pra secar a blusa.
— Não exagera, Andressa. Pedi desculpas. Agora se o princeso não aceitou, posso fazer nada a respeito.
Presto atenção na minha aula até dar a hora da saída.
— Aonde vamos? — Andressa pergunta levantando da cadeira.
— Eu vou para o trabalho, e a senhora não sei — me levanto e vou até a cantina comprar salgadinhos, mas sinto uma mão pesada me puxando para trás pela cintura.
— Não vai se desculpar ,garota? — ele me olha sério e eu bufo.
— Já pedi desculpas. Não vou ficar me humilhando pra você — pego o pacote de salgadinhos e chamo o meu carro pelo aplicativo. Caminho até a saída da faculdade. Enquanto espero, sinto alguém tocar no meu ombro.
— Será que tem como você me deixar em paz, garoto? — quando me viro, vejo Mateus — Desculpa — dou um sorrisinho sem graça.
— A quem você estava se referindo? — pergunta meio confuso.
— Esquece, Mateus — forço um sorriso tentando ignorar que brigamos ontem.
— Vamos almoçar, minha linda? — pergunta empolgado com um sorriso enorme.
Eu adorava aquele sorriso.
Mas Mateus me deixava confusa com toda a sua bipolaridade.
— Tenho trabalho agora. Até a próxima — rntro no carro sem esperar resposta e sigo o meu caminho.
Bato chegada, faço tudo que tenho que fazer. Espero dar o meu horário e vou embora.
Entro no apê e vejo Andressa largada no sofá.
Jogo meu molhinho de chaves na mesa de centro, coloco minha mochila no quarto e sento ao seu lado.
— Como foi o trabalho? - Pergunta mantendo seu olho na televisão em busca de um canal.
— Bem. Quando você começa o estágio?
— Aho que na próxima semana — ela parece não ligar muito pro assunto — E como está o Mateus? — nem sei por que ela me perguntou sobre ele. Nunca ligou.
— Me erra de Mateus por hoje — me levanto do sofá e vou pro banheiro. Tomo um banho e coloco meu baby doll.
Dou uma revisada na matéria e vou dormir.