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A GÊMEA E O CEO

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Blurb

Gêmeas que se detestam trocam de lugar. Uma é uma artista falida, outra uma secretária de sucesso. A artista precisa se tornar uma impiedosa secretária, mas para isso terá que lidar com um CEO de tirar o fôlego...

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Prólogo
A noite de sexta-feira estava agradável, mas até mesmo a mais afável lufada de ar fresco incomodava a pele daquela moça que andava pesadamente pelas ruas da capital de onde nasceu. Ela ainda não sabia o porquê tinha voltado ali. Passavam-se vários meses desde que saiu da cidade com a promessa de que não voltaria para o lugar que a fazia sofrer. Tinha prometido que viveria longe do que ofuscava seus sonhos e declinava sua alma. Faria uma vida melhor, mesmo que significasse se afastar de tudo o que conhecia. Estava tudo indo bem. As pinturas eram vendidas, o orçamento mensal alcançava mais de cinco dígitos e ela tinha o homem que amava por perto. Sophie só não esperava ter o coração partido. O namorado amável que a motivou a seguir os sonhos foi embora com ela em busca do sonho de ser artista. Ela tinha tantos planos! Eles se casariam, fariam sucesso com a arte e viveriam juntos para sempre como nos romances que lia. Só de pensar nisso, Sophie bufou. A porta do hotel em que estava hospedada girou uma estranha valsa com o movimento delicado do corpo da moça, acompanhando-a conforme os cabelos longos esvoaçavam pelos ombros e revelavam o rosto dela. Poucos metros dali, o homem dos olhos compenetrados de um tom profundo de mel a observou. Ele a conhecia, podia jurar que a conhecia, mas naquele dia… Havia algo diferente nela. Algo que o incomodou. Ela usava jardineira jeans por cima de um suéter branco. Nos pés, os costumeiros saltos foram substituídos por coturnos. O cabelo geralmente liso tinha quase o mesmo comprimento — madeixas enormes e castanhas —, mas os dessa versão estranha da mulher que ele conhecia estavam encaracolados. Definitivamente, tinha algo muito estranho com a secretária dele. Algo que o enchia de uma insuportável curiosidade. Ela olhou para além dele e ele visualizou melhor o rosto dela. Era exatamente o mesmo, exceto pelo jeito como ela olhava para frente. Sua secretária, Sophia, olhava para o mundo como se todos os seres vivos devessem se curvar diante dela. Aquela mulher olhava para o mundo com uma tristeza reverente, como se a vida a machucasse e ela continuasse amando cada partícula de átomo existente. Ele enrijeceu quando ela se aproximou. Se aquela fosse Sophia, ela ia direto na direção dele com um comunicado urgente da empresa. Era o dia de folga da secretária, mas se ela estava ali, não devia ser boa notícia. Passou-se pela cabeça dele que talvez a mulher que conhecesse fosse aquela versão livre e espontânea quando ninguém estivesse olhando e acidentalmente ele a flagrou na forma verdadeira. Ela olhou rapidamente na direção dele. Ele esperou. O piso de porcelanato fazia com que o grotesco coturno estalasse. Ele estalou, estalou e estalou… Ela desviou os olhos e passou direto. Ele franziu a testa. — Que diabos essa mulher está pensando? Embora ele gostasse dos serviços da secretária, o relacionamento dos dois não era bom. Mais de uma vez a mulher sugeriu uma noitada e tentou seduzi-lo. A relação dele com mulheres interesseiras era de profundo desgosto e ter visto de perto a ganância dela o teria feito demiti-la se o irmão não tivesse impedido. Aborrecido, ele se levantou da poltrona em que estava e a observou caminhar para o restaurante. Ela sentou numa mesa para dois e um detalhe a mais o chamou atenção: no lugar das bolsas de grife que geralmente usava, ela tinha uma minúscula bolsinha em formato de girassol. Os lábios dele automaticamente se curvaram para cima. Ela certamente não era a mulher que ele conhecia. A luxuosa Sophia jamais usaria uma bolsinha de girassol em um hotel cinco estrelas. Então quem era ela? Movido pela curiosidade, ele andou como um felino pelo porcelanato. Ela olhava o cardápio com afinco e, ao chegar mais perto, percebeu também que os olhos dela eram muito mais verdes do que os da secretária. Mais vivos. Ele limpou a garganta. — Posso me sentar aqui? Sophie olhou para ele. Os olhos dela se alargaram e um alerta piscou nos sentidos dele. Ela parecia ter visto uma assombração, então talvez fosse mesmo a mulher que ele conhecia. Mas então ela perguntou: — O que disse? E a voz dela era tão delicada quanto uma suave melodia, diferente da sempre firme da qual estava habituado. — Perguntei se poderia me sentar aqui — explicou ele, com a testa ainda franzida. Sophie olhou ao redor. — Mas tem tantos lugares vagos… De fato. Não ter pensado nisso o deixou ainda mais entretido. Logo ele que sempre pensava em tudo. — Quero me sentar com você — ele disse, incisivo. O coração dela disparou. A última coisa que queria era um homem por perto, mas o cheiro dele… A aparência dele… Recusá-lo era como recusar a visão de uma obra de arte, porque ela nunca tinha visto uma pessoa tão perfeitamente desenhada quanto ele. Sophie olhou novamente para o cardápio. — Tudo bem. Ele se sentou. Não conseguia parar de olhá-la. Ela era uma incógnita. Como uma pessoa podia ser igual a outra, mas completamente diferente ao mesmo tempo? E como a aparência da mulher que o causava asco não o incomodava em nada naquele momento? Ele suavizou os ombros para não parecer desconfiado. — Como você se chama? Ela franziu o nariz do jeito mais meigo que ele já vira alguém fazê-lo. Ele percebeu, na verdade, que nunca tinha visto alguém franzir o nariz. — Eu não quero responder essa pergunta. Ele arqueou uma sobrancelha. — Por que não? Ela finalmente voltou a encará-lo. — Tenho uma vogal de diferença da minha irmã gêmea e não quero lembrar dela hoje. Irmã gêmea. Ele pesou a informação. Se ela dissesse o nome, ele confirmaria o que já era óbvio: aquela não era realmente sua secretária, mas possivelmente a irmã dela. Parte dele queria insistir, mas o sofrimento dela o compadeceu de forma inesperada. — Eu entendo — foi tudo o que ele disse. Ela piscou. — Achei que fosse insistir. Um sorriso pequeno surgiu nos lábios dele. — Eu ia. Desisti porque você parece triste. Ela piscou novamente. Os cílios longos tornavam ainda mais dóceis aqueles olhos verdes. Essa não é a Sophia, ele concluiu. Sophia não era nada dócil. — É óbvio assim? Ele assentiu. Os ombros dela caíram. — Desculpe. Costumo ser mais alegre. Sentimentos não eram comuns àquele homem. Ele costumava guardar o coração e as conversas casuais numa caixa trancada a sete chaves e jogada no mar profundo de suas emoções. No entanto, ver aquela mulher sofrendo proporcionou a ele a desagradável sensação de que precisava protegê-la. Ele travou o maxilar e se impediu de externalizar as emoções que surgiam. Encontrando o momento perfeito, o garçom surgiu entre eles e a cumprimentou. Como todos naquele hotel sabiam reconhecer uma pessoa importante a julgar pelas roupas de marca, o homem ficou imediatamente rígido ao voltar para ele, curvando-se ao dizer: — Senhor. Gostaria de fazer o pedido? Sophie observou a situação com curiosidade aflita, dando-se conta de que estava ao lado de um homem poderoso. Ele olhou novamente para ela. Ela se sentia oprimida pela beleza dele. — Gostaria de pedir algo em especial? Ela se encolheu. — Eu só ia pedir bolo. Os olhos dele capturaram a luz do restaurante, acendendo em fios dourados. Aquela deveria ser a primeira vez durante toda a noite que ela conseguia ler alguma emoção: ele tinha achado o pedido divertido. — Bolo — ele repetiu. — De chocolate — ela afirmou. — Daqueles com sorvete em cima. — Drip cake — esclareceu o garçom. — E para beber, senhorita? Ela balançou a cabeça. — Nada. O garçom voltou a atenção ao homem para anotar a parte dele, mas foi dispensado com um abanar de mãos suave. Ele não tinha parado de encará-la. Ela começava a ficar constrangida, as orelhas vermelhas pelo pedido pouco convencional e pela atenção exagerada daquele homem que devia ser podre de rico e extremamente lindo. — Bolo e sorvete são ótimas ferramentas para afogar as mágoas — ela disse para preencher o silêncio e parecer menos boba. Ele ajeitou a manga da camisa social marcada por músculos bem definidos. Não estava quente, mas começava a sentir calor. Assentindo, questionou: — E você precisa afogar as mágoas? Ela deu um sorriso triste. — Encontrei meu namorado na cama com uma fã — contou-lhe, embora não soubesse direito o porquê estava se abrindo. Talvez só precisasse conversar com alguém. — Tínhamos planos de casar. Eu larguei tudo nessa cidade e ele quis ir embora comigo, então eu pensei que ele nunca me abandonaria ou trairia. Uma lágrima escorreu pelo rosto dela. Ela limpou apressadamente. Ele sentiu vontade de espancar quem quer que fosse o namorado dela. — Que bom que não se casaram — disse, ríspido. — Seria pior se descobrisse que se casou com um i*****l. Tinha algo no jeito como ele disse aquilo, como se tivesse vomitado as palavras, que aliviou levemente a dor dela. Ela sorriu. — Acho que você está certo. Eu sou uma tola por estar sofrendo assim. Talvez seja romântica demais… — Ou talvez o mundo esteja apático demais — completou ele. — Nem sempre encontramos o erro em nós. Há coisas que não estão ao nosso alcance, como o caráter do outro. Ela prendeu o ar. Poucas palavras a fizeram acreditar que o mundo talvez não estivesse perdido. — Sim. — Sophie suspirou. O olhar dela ficou distante enquanto repetia: — Há coisas que não estão ao nosso alcance… Aquela mulher era um abismo. Ele sentiu isso pelo modo como os olhos dela vagaram para longe, como a profundidade a tomou de um momento para o outro e ele mesmo desapareceu. Ele se sentiu um borrão desbotado numa tela em branco, como se o mundo dela fosse bom demais para ele. Ela balançou a cabeça e se levantou repentinamente. — Desculpa, preciso ir — disse, apressada. Ele a seguiu, levantando-se imediatamente. — Eu disse algo errado? Ela se aproximou. — Você disse tudo certo. O cheiro de jasmim o golpeou quando ela o alcançou, abraçando-o. Foi um abraço rápido, mas que o enrijeceu do coração até as pontas dos pés. Ele sabia que não podia deixá-la ir embora. — O seu drip cake — interveio, sentindo-se tonto. Ela sorriu. — Manda para o quarto quarenta. E então deu as costas, acelerando os passos para longe dele. A realidade veio depressa, deixando-o dolorido pela expectativa. Por ela. Ele esperou dez minutos pelo drip cake antes de voltar para a recepção. A recepcionista deixou de lado todos os serviços, atendendo-o imediatamente. O homem racional tinha voltado a assumir o controle das emoções. Ele pegou do bolso da calça o cartão da empresa e o segurou entre os dedos. — Diga-me quem está no quarto quarenta — exigiu. A recepcionista balançou a cabeça. — Não posso dar essa informação, senhor. Ele colocou o cartão na frente dela. A mulher leu as linhas com precisão, voltando-se para ele com incredulidade: — Você é… — O CEO da Arômata — concluiu ele, desdenhoso. Um título podia fazer muitas coisas. — Diga-me quem está no quarenta. Agora. A recepcionista tateou o teclado do computador, nervosa. — Eu só preciso… O senhor não pode deixar essa informação vazar. A privacidade dos nossos clientes é… Ele bufou, impaciente. — Prometo que não vou. Diga logo. Ela apertou os olhos para a tela. — O nome dela é Sophie D’Ângelo. Ele engoliu a seco. Uma vogal de diferença da minha gêmea, ela tinha dito. A gêmea se chamava Sophia D’Ângelo. A secretária dele.

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